domingo, 23 de março de 2014

Por apenas um sonho

Hoje meus olhos acordaram alegres, sorridentes,
Sorriram para a  manhã, sempre igual a todas as outras,
Mas hoje, meus olhos coloriram até o tempo,
As mesmas paisagens de sempre foram vestidas
Com outras cores. As lágrimas brilhavam felizes,
Cheias de doce alegria, desenharam até um arco-íris.
 O olhar se perdeu no horizonte, correu entre nuvens,
Se fez criança brincado de brincar
A alma se iluminou, brilhou, refletiu luzes, engoliu belezas
Que ontem nem existiam, tudo ficou belo, mágico,
Os pássaros inventaram novos acordes, mais alegres,
A brisa ficava cantando baixinho canções desconhecidas,
Mas tão belas que o tempo parava para ouvir.
Essa manhã o paraíso renasceu para enfeitar meus olhos,
A tristeza sorria alegremente abraçada com a saudade,
A solidão corria como louca buscando um lugar
Para se esconder. A angustia, toda alvoroçada,
Olhos por sair das órbitas, não encontrava onde ficar,
Gritava alucinada, correndo entre os sorrisos da manhã
Sem ter onde onde ir, isso porque nessa noite,
Talvez por vontade divina, todos os meus sonhos
Foram contigo. A noite se fez tua nos sonhos que sonhei.
E a manhã ficou assim...cheia de ti.


José João
22/03/2.013

quinta-feira, 20 de março de 2014

A saudade que te traz pra mim

Que  a saudade diga, quantas vezes minha alma
Precise ouvir, que tu estás bem aqui, dentro de mim,
Que te ouço no silêncio da noite, que te respiro
Na brisa cálida das manhãs, me visto de ti...
E brinco de ser nós dois nos sonhos que me permites
Sonhar, como se vivê-los fosse viver contigo outra vez.
Me desnudo de qualquer outro pensamento que não seja
Pensar em ti, qualquer um outro se faria intruso,
Sem razão, sem espaço, e sem idade para existir.
Que minha alma se faça cativa da saudade
Que te traz através do tempo impondo submissão
Ao esquecimento, que cabisbaixo, te deixa ficar
Como se ele nem existisse pra mim...pra nós,
Para todos os momentos que ficaram repletos
De nós dois e que até agora se fazem vivos...
Tanto, que as lágrimas caem dos olhos, em alegria,
Enganadas pela saudade que toma tua forma,
Assim, minha alma exulta teu nome, e feliz grita
Para meu coração te amar ainda mais.


José João
20/03/2.014

quarta-feira, 19 de março de 2014

Te amar é uma prece

Deixa que te ame como se o sempre fosse amanhã,
Como era antes, como te amava antes. No hoje...
Mais que ontem e no amanhã, bem mais que no hoje.
Deixa que ainda te ame assim, como se o tempo
Tivesse parado e a saudade de ti se fizesse tua presença.
Deixa que te perpetue dentro de mim, dentro de minha alma,
Que te deixará viva no prazer de te guardar, te fazer divina,
Como se tudo de mim tivesse sido feito pra ti.
Vou te rezar como oração, minha prece mais sublime,
Te pintar em versos, harmônicos, perfeitos,  cheio de voz,
Que falarão de um amor que transcende o espaço e o tempo,
Que transcende a existência até do que se pensa existir.
Vou me permitir te sonhar todas as noites, ainda que
Dentro do silêncio taciturno da solidão, que apenas 
Se fará um lugar, escondido do mundo, para te encontrar,
Sem os olhares curiosos nem da angustia, nem da tristeza,
Porque tua presença se fará tão forte que até minha alma
Se abrirá em sorrisos como se estivesses apenas brincando
De se esconder dentro da noite para que no alvor da manhã,
Com teus olhos sorrindo, me digas baixinho: Te amo.


José João
16/03/2.014





domingo, 16 de março de 2014

Eu. Um coleciona(dor) de mim

Sou um coleciona(dor) de coisas diferentes,
Coisas que ninguém quis ou quer guardar (nem eu),
Mas a vida me fez assim, guarda(dor) daquilo...
Que ninguém queria guardar, talvez por medo,
Mas a mim, a  vida nem pediu, me impôs e me fez assim.
Coleciono lágrimas, são tantas, muitas já choradas,
Outras guardadas dentro de mim, as mais valiosas,
Guardadas dentro da alma para ocasiões especiais
(As dores mais doídas). Coleciono olhares distantes,
Perdidos em horizontes onde só o pensamento pode ir,
Olhares tristes, carentes de brilho, carentes de luz...
Coleciono tristezas também...pequenas, infinitas,
Tristezas antigas, tristezas que ainda vão vir...
Ah! Sonhos!! Sou coleciona(dor) de sonhos, ilusões...
Sonhos com os quais engano a solidão, inquilina constante
De minhas noites. Ilusões com as que me engano,
Faço delas mentiras verdadeiras e engano os amanhãs.
Só não aprendi colecionar adeus... me foi dito apenas um
Mas me ensinou colecionar todas essas tantas tristezas...
A ser um álbum completo, repleto, cheio do vazio de mim 


José João
16/03/2.014








sexta-feira, 14 de março de 2014

Um tempo que não quer passar

Me fiz lágrimas na poesia que minha alma chorou,
E nela, meus olhos se fizeram saudade e deles caí...
Caí nos pés da solidão, que em solene silêncio,
Me olhou cativa, e como se eu não fosse apenas lágrimas,
Me carregou no colo e me deitou na noite 
Para esperar os sonhos coloridos que não vieram mais.
E como lágrima, na madrugada fria que chorou comigo,
Me misturei ao orvalho para beijar as flores
Na desesperada e vã tentativa de sentir teu gosto.
Me fiz dor como penitência por viver com tua ausência,
E me deixar viver com a falta de ti. Lágrimas...dor...
Até a tristeza fez morada em mim, me tomou 
Como se fosse dona das horas e não permitiu
Mais nada que não fosse soluços dementes, cansados,
Frustrados por não poderem ser o grito que os versos
Que minha alma escreveu e me fez de lágrimas,
Não puderam gritar, porque aquele adeus
Não se fez palavra de gritar...só de sentir e chorar.
Me fiz pedaço de um tempo que insiste em não passar,
Que não quer ser amanhã...que insiste em esperar,
Esperar...esperar...esperar...

José João
14/03/2.013




terça-feira, 11 de março de 2014

Nosso pé de flamboyant

Ainda lembro todos os detalhes de nós dois,
Abraços, caricias, beijos... desses lembro todos,
Até aquele que me deste sob o pé de flamboyant,
Alegre, florido, como se cada flor fosse um sorriso,
Que ele, carinhosamente, dava pra nós dois... 
Ele e a brisa conspiravam para nossa alegria
Tanto que ela lhe balançou os galhos e caíram,
Aos teus pés, como se fosses princesa, tantas flores
Que te fizeram um tapete, como se quisessem
Que não pisasses o chão. Tu sorrias como criança
Que se vê vestida de amor brincando com a felicidade.
Ah! Como lembro de nós dois! Teu olhar cheio de ternura
Correndo com o meu ansiosos para contar
Para nossas almas que elas poderiam ser só uma
Porque assim seria mais fácil ouvir nossos corações
Que também se fizeram só um. Meu amor ...
Como te amei...meus olhos agora choram, gritam
Tua ausência, imploram uma imagem tua,
Mesmo perdido no tempo...tento buscar ...
Me sento naquela raiz onde gostavas de sentar
E minhas lágrimas caindo em busca da lembrança de ti
Regam silenciosamente o pé de flamboyant
Que, desde tua partida, não se preocupou mais em florir
E assim choramos tua ausência e a saudade de ti.


José João
11/03/2.014











sexta-feira, 7 de março de 2014

Saudade, poesia do começo ao fim

-Sou, talvez, quem mais te dê lugar no coração,
 Assim como se fosses amante, dessas amantes que
 Uma vez dentro da alma, não se vai mais, nunca.
 De onde vens já nem interessa, me entreguei,
 Assim...todo, pleno, na demência da própria vida,
 Dei todos os meus sonhos, pensamentos, momentos
 E tu...sem perguntar te fizeste dona de mim, 
-Não precisava perguntar, tua alma era tão carente,
Sabia todos os teus sonhos, chorei contigo...
Não sabes, mas contigo chorei todos os adeus
Que te doeram, que te deixaram a alma triste,
Ajoelhada no tempo, como se implorasse perdão
Até por pecados não cometidos, Senti pena de ti.
Mas sabia que me verias um dia como também tua
Não é a toa que me escreves do começo ao fim
Da poesia, como se eu fosse tua única inspiração
-Sabias que me tornaria teu assim como sou agora?
-Ah! Sabia. Aqueles que amam como tu sempre me vêm...
 Uma duas, tantas vezes quanto os adeus que escutam,
 Dizem heresias as vezes, mas entendo a dor que sentem,
 Alguns, assim como tu, tentam fugir entre risos fingidos,
 Dão gargalhadas mentirosas... cheias de lágrimas...
 E me escrevem do começo ao fim da poesia. Irônico, Não é?


José João
07/03/2.014


A solidão dos meus caminhos

Meus caminhos, acho foram todos percorridos
Por tristezas, regados por lágrimas, e as marcas
Deixadas foram os passos da solidão que se fizeram
Rastros profundos como se nada mais pudesse
Por eles passar e deixar outras marcas.
Neles, o silêncio é tão atroz que até o eco 
Dos meus soluços se perdem no vazio do tempo,
Ficam mudos, parados, inertes como voz
De moribundos suspiros que desesperados
Tentam se fazer oração pedindo consolo para a alma
Que se derrama em prantos pelas tantas perdas,
E de joelhos, se parte em tantas quantas são as lágrimas
Que os olhos despudoradamente choram.
Caminhos. Meus caminhos! Onde até os horizontes
Se perdem lá no fim dos meus olhos que insistem
Em vê-los sem cor, sem beleza, e sem sol,
Como se o cinzento triste, esse cinzento cor da dor
Que veste a alma quando se faz maior que tudo,
Até da vida, que ainda assim insiste em  se dizer ...vida


José João
07/03/2.014





quinta-feira, 6 de março de 2014

Te esquecer... é o mesmo que não viver

Lembro bem dos nossos dias, noites, madrugadas,
Promessas ditas por nossas almas sorridentes e amantes
A se fazerem nossas verdades, sonhos coloridos de nós dois
A brincarem de fazer eterno nossos momentos,
A plenitude de um sentimento infinito nos deixando repletos
De nós, eu de ti, e tu de mim e nossos corações apenas um,
Pulsando por nós como se chamasse nossos nomes
Em canções cheias da beleza divina dos apaixonados.
A saudade me deixou imune às coisas do tempo,
O esquecimento se deixou ser esquecido para sempre estares
Onde meus pensamentos possam te buscar, a qualquer momento.
Te fiz meus dias para poder vive-los, te fiz vida para poder viver.
Te fiz minha única razão para não sucumbir no vazio da loucura 
Com que tua ausência se apossa de mim como fatídica dona.
Te sonho, amor, em todos os meus sonhos, e neles te faço viva
A me tomar de mim, a me invadir e me deixar cheio de ti,
Te sinto como perfume, como a essência que a vida pede
Para ser vivida, não fosse assim... eu já não seria eu. 
Tu és o meu mais perfeito sonho, o melhor pedaço de mim,
Tanto, querida, que meus olhos choram alegres
Quando minha alma lembra de ti...


José João
06/03/2.014


terça-feira, 4 de março de 2014

O tempo não faz passar a saudade

Tempo...que me faz vagar entre as horas, os dias,
Me faz recordar momentos que já julgava mortos,
Traz dores, angustias, me traz saudades que doem,
Que se deixam ficar nas noites, na insonia que me toma,
Fazendo que  não queiram passar e, sem pressa,
Se arrastam como se fossem um caminho longo e doloroso
Onde a alma se perde chorando tristes lamentos
Em murmúrios inaudíveis que nem seu próprio silêncio 
Permite ouvir. As madrugadas se fazem distantes, o alvorecer
Parece um horizonte perdido entre a bruma fria,
Lá longe, no fim de cada noite que insiste em não chegar.
Tempo e distância se confundem, se juntam, se abraçam,
Até permitem ao esquecimento fazer vagar no pensamento
Pedaços, fragmentos do que se foi, mas de repente, 
A saudade chega e tudo se faz mais completo
Para assim a dor se fazer maior, preencher os vazios
E se fazer mesmo dor, mais voraz e mais completa.
Ah! Esse tempo que se faz distância! E quanto maior
Se faz, não sei a razão, maior é a dor da saudade,
Pelo menos em mim que...nele me perdi.


José João
04/03/2.013








domingo, 2 de março de 2014

Um porto, um adeus e o horizonte

O sol vai lentamente indo embora, o céu fica colorido,
O mar caminha lento, as ondas, como lágrimas vadias,
Beijam a areia, deitam-se nela como se fosse um colo
A se fazer  inocente leito para ouvir os lamentos
Que certamente trazem de portos distantes
Onde um adeus foi dito em lágrimas, de quem partiu,
Ou ficou. Lágrimas tristes caindo no rosto,
Um olhar perdido para muito além da saudade
Que se faz promiscua, amante de quem fica
E de quem vai. Um aceno doloroso, gritando 
Com as mãos o que os soluços não permitem gritar,
O coração pulsa mais forte, uma falta de ar...
Como se uma dor que nem é dor, sufocasse até a alma,
O peito parece comprimir o coração e até o silêncio,
A distância a se fazer maior... No horizonte, o por-do-sol
Tão lindo fica triste, e tudo em volta se faz vazio,
Se faz nada. Só não a vontade de chorar, gritar,
Correr, sem ter lugar para ir, pra onde quer que se vá
A dor será sempre a mesma. Assim é o adeus
Para quem...ama.


José João
02/03/2.014



sábado, 1 de março de 2014

Aprendi a amar assim

Não tenho medo do amor e nem de amar sem limites,
Intensamente como se tudo fosse feito de emoções,
Essas emoções que nos toma e nos fazem até dementes,
Sabendo chamar apenas um nome como oração.
Não tenho medo da dor que um amor do tamanho do infinito
Possa deixar quando for dito um adeus do tamanho do mundo,
Aprendi a amar sem medo de chorar, sem medo dos fantasmas
Que a angustia faz nascer. Aprendi a atravessar oceanos
Cheios do denso vazio da tristeza, e da tempestiva solidão,
Aprendi a deixar o coração bater alegre, gritando versos
No pulsar que lhe deixa a sussurrar feliz a oração dos amantes.
A vida não é um teatro que permite ensaios. Para a vida,
As horas passam, não voltam, e tudo vai embora,
Aí o arrependimento do não ter feito, e a sensação 
Angustiante da perda. Não me importa se um dia meus olhos
Se farão fonte a derramar prantos, se minhas lembranças
Se farão sonhos cheios de dor e saudade. Não importa.
Importa apenas amar...amanhã se tiver que atravessar
Um mar de todas as dores, angustias e solidão...
O amor me ensinou a nadar. Foi assim que aprendi amar.


José João
01/03/2.013






Minha eterna poesia

As vezes a brisa me vem tão suave, tão terna,
Como se fosse tua voz a me cantar uma canção
De sublime e divina beleza, acariciando meu coração
Que pulsa pela alegria de ti ouvir e chora pela tristeza
 De tua ausência. A distância se faz no caminho do tempo,
Que continua te lavando, mas a saudade te deixa pra mim.
Como se tudo tivesse sido ontem e a canção da brisa
Continua, convidando minha alma pra sonhar.
Ah! Amor, como precisei de ti? Como preciso de ti!
Te deixo comodamente dentro de mim e me faço teu,
Assim como se fosses luz na escuridão de uma noite fria,
Por isso, amor, difícil viver sem você, e não viveria,
Não fossem os sonhos que me deixaste, o perfume
Com que me vestiste a alma, e essa lembrança viva
Que o esquecimento me permitiu guardar.
Nunca foste o antes, nem o depois, és sempre,
Como a eternidade da uma poesia que por si só se fez
Divina. Sem ter sido escrita por ninguém por tanta perfeição.


José João
01/03/2.013