quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Eu. Palavra de um verso vazio


Hoje não me vi nem sombra do que já fui, 
Me vi penas um pedaço de mim, resto de pesadelos
Que a angustia me faz ter nas noites de solidão
Ruminando fragmentos de sonhos mortos 
Que ficaram presos no tempo, fustigando a alma
Que em desespero, ajoelha-se sobre pedras,
Ergue os braços aos céus, e sem forças para falar,
Sussurra orações que se perdem no nada ou se vão
Entre os ecos silenciosos dos gritos mudos de um coração
Que se perdeu nos caminhos solitários que a vida
Lhe impôs, talvez castigo por apenas ter amado,
Se entregado sem reservas e sem medo ao amar,
Como se o amor lhe fosse a essência da própria vida.
Hoje sou palavra desencontrada de um verso vazio,
Verso de uma poesia inacabada porque os sonhos
Se afogaram nas lágrimas que choravam a dor
De quem é só e, por assim ser, afaga as frias mãos,
Deita a cabeça sobre o próprio ombro e chora,
Como se ali estivesse um amigo a chorar comigo
A dor do adeus que até agora me dói  na alma.



José João
29/01/2.014



Um comentário:

  1. Meu querido amigo

    Há dores que não passam e fazem os poetas escrever a sangue as mágoas que lhe escurecem a alma.
    Como sempre um belo momento de poesia.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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