sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Meus sonhos... todos eles são teus.

Ah! Esses meus pensamentos! Meus sonhos!
Pensamentos e sonhos de até ontem, 
Todos eles, se foram em busca de ti.
Não procuraram caminhos, apenas foram.
Os pensamentos que ainda vou pensar...
Os sonhos que ainda vou sonhar estão repletos,
Cheios de ti e ...chorando tua ausência.
Sonhos antigos, sonhos novos, se confundem
Porque em todos tu estás, como se todos 
Fossem apenas tu. Até mesmo como se a vida,
Para ser vivida, precisasse somente de ti.
Não sei qual caminho seguir, não ficaram rastros,
E teu perfume se perdeu com o perfume dessa primavera
Que passou, a brisa, em volteios tímidos levou...
Teu perfume... o perfume da primavera, mas na verdade,
Não sei se levou ou se transformou em saudade,
Essa dor doída que enche os olhos de lágrimas,
Cala a voz, aperta o peito e os soluços saem baixinhos
Como se tivessem medo de chamar teu nome
E a dor ser ainda maior.


José João
31/01/2.013

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O espinho que se perdeu da flor.

Caíram as pétalas das flores, as folhas murcharam,
Os passarinhos se mudaram de jardim, foram embora,
O vento parou de voltear entre os galhos secos,
Quebradiços, até os espinhos caíram, foram os últimos,
Coitados, caíram como derradeiras lágrimas das roseiras,
Ficaram tão frágeis que nem pareciam mais espinhos.
As pétalas foram levadas pelo vento, as folhas secaram,
Rolaram pelo chão, mas também iam levadas pelo vento,
Os espinhos não, ficaram enterrados com as raízes 
Apodrecidas como se dissessem que até na morte
Seriam fiéis às frágeis rosas a quem tanto protegeram.
Assim eu fiquei, como os espinhos, frágeis lágrimas
Moribundas, tristes, que choram o adeus das flores
A quem se entregaram tanto, a quem admiravam tanto,
A quem amavam tanto - ninguém ama tanto como 
Os espinhos às flores - Apenas eu, que agora fico
Aqui onde me deixaste. Não fui a lugar nenhum...
Na esperança que se um dia voltes e te faças flor
Outra vez... e que o espinho se faça vivo a proteger-te
Com a própria vida ... se for preciso.
Porque as flores têm que fenecer?


José João
30/01/2.014

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A loucura de um amor

Deixa-me pelo menos chorar em teus braços
Pelo amor que não me dás. Deixa que minhas lágrimas
Lavem teus pés com a ternura de minha alma
Que se entrega toda aos impossíveis sonhos contigo.
Não me deixes ir sem um teu olhar que levarei
Como lembrança pelos caminhos que, sozinho,
Terei que percorrer, levando apenas o gosto de ti
No perfume que a brisa ao te abraçar roubou,
E por piedade me deu como se fosse um pedaço de ti.
Deixa que teus cabelos, na dança com o vento,
Me toque o rosto como carinhos que jamais senti,
Deixa que minha alma se envolva com o frescor 
De tua beleza e que com ela, caminhe pelas noites,
Ou me deite ao relento buscando sonhos e ilusões
Que me farão dormir como criança no colo da mãe.
Vou deixar que fiquem meus rastros pelos caminhos
Por onde eu for, na esperança, embora vã,
Que me encontres um dia e me dê um olhar 
Ainda que de piedade, um sorriso, ainda que seja
O resto de um que já tenhas dado para alguém.


José João
29/01/2.014





Eu. Palavra de um verso vazio


Hoje não me vi nem sombra do que já fui, 
Me vi penas um pedaço de mim, resto de pesadelos
Que a angustia me faz ter nas noites de solidão
Ruminando fragmentos de sonhos mortos 
Que ficaram presos no tempo, fustigando a alma
Que em desespero, ajoelha-se sobre pedras,
Ergue os braços aos céus, e sem forças para falar,
Sussurra orações que se perdem no nada ou se vão
Entre os ecos silenciosos dos gritos mudos de um coração
Que se perdeu nos caminhos solitários que a vida
Lhe impôs, talvez castigo por apenas ter amado,
Se entregado sem reservas e sem medo ao amar,
Como se o amor lhe fosse a essência da própria vida.
Hoje sou palavra desencontrada de um verso vazio,
Verso de uma poesia inacabada porque os sonhos
Se afogaram nas lágrimas que choravam a dor
De quem é só e, por assim ser, afaga as frias mãos,
Deita a cabeça sobre o próprio ombro e chora,
Como se ali estivesse um amigo a chorar comigo
A dor do adeus que até agora me dói  na alma.



José João
29/01/2.014



sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Uma dor que não quer passar

Há dores tão doídas que parece não passar nunca,
Ficam dentro da gente, escondidas, adormecidas,
Como se o esquecimento lhes tivesse tomado conta,
Mas de repente elas revivem como se fossem de ontem.
Nos toma, sufoca, vai buscar as lágrimas que, acomodadas,
Nem queriam chorar. Mas essas dores que não passam nunca,
Que apenas se esconderam do tempo, se fazem tão grandes!
Parece até não ser apenas dor, parece gritos de uma alma
Angustiada, como se o remorso lhe gritasse, aos berros,
Que essa dor ainda é tão pouco por tudo que não se fez.
Lágrimas se fazem prantos, prantos se fazem Ave Maria,
Como se até os olhos precisassem chorar em tristes
Ladainhas rezadas pela alma. Vã tentativa de pagar pecados
Que ficaram presos nas lembranças que voltam sempre
Com a dor a corroer os já moribundos pensamentos
Que insistem silenciosamente em pedir perdão.
Um soluço sai rasgando o peito, as mãos tremem,
Os olhos se perdem em olhares distantes, vazios
Como se nada pudesse ser visto. Ah! Dor de sempre!
Por tudo que não se fez, não se disse, ou não se deu.


José João
24/01/2.014



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A primavera não voltou mais

Gravei teu nome em cada primavera que vivi
Misturei teu perfume com o perfume das rosas,
Deixei até teus rastros perfumados e a minha vida!
Deixei com gosto de ti. Vi, na primavera, as flores
Cantarem balançadas pela brisa que acariciava teus cabelos
Vi os passarinhos te fazerem canções com teu nome,
Pelo menos foi o que imaginei, tanto te amava.
Te adorei como se fosses cada primavera que vi,
Te fiz meu jardim onde buscava a beleza do existir.
Te fiz meu rio a  banhar-me desde a alma,
Te fiz minha fonte de águas cristalinas a envolver-me
Com o carinho que só tu, com gosto de água divina,
Sabia me dar, fazer mais, me fazer teu.
Em cada primavera te fazia a flor mais bela,
E foram tantas, tantas que teu nome se fez jardim,
Ficou gravado em cada pétala de rosa
De todas as primaveras que vivi. Mas hoje,
Secaram os rios, as fontes, a primavera não voltou mais,
As flores murcharam, ficou um jardim vazio, carente de ti,
Cheio apenas de solidão, recordações e saudade.


José João
22/01/2.014


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Uma saudade diferente

Hoje quero chorar essa saudade  de ti, 
Hoje ela está mais saudade, está mais doída, 
Parece que foi de ontem o adeus que ainda
Ouço e sinto agora. Tudo de repente ficou triste,
Até o canto do pássaro lá fora, que sempre 
Cantava alegre, parece perdeu a melodia
E seus trinados me parecem lágrimas com voz.
Tudo parece parado, parece vazio, sem vida,
Me perco na confusão de pensamentos que vêm
De momentos que acho ainda não vivi.
Sinto a dor mais doída que qualquer outra dor
Por um adeus que não sei quem disse e nunca ouvi.
Parece de sempre essa saudade de agora,
Não lembro o rosto, o olhar, a voz. Não lembro
Mas existiu um dia o que agora se faz lembrança
Esquecida. Mas está em algum lugar dentro de mim
A razão dessa saudade que sinto agora...
Uma saudade que sei sentir e não sei explicar.


José João
21/01/2.014


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um sonho que vou sonhar

Hoje, mais uma vez, brinquei de sonhar,
No meu sonho, contei pedaços de minha vida,
Contei segredos guardados dentro da alma,
Contei coisas que o coração nem queria contar,
Me fiz homem, me fiz criança, me fiz lembranças,
Pintei os amanhãs com a tinta fresca da vontade
De ser feliz. Até ironizei as lágrimas que chorei,
As tantas que se fizeram marcas em meu rosto
Como se fossem pedaços de dor que insistiam em ficar.
Procurei meu melhor sorriso, me vesti com a inocente
Doçura de uma poesia que ternamente fala de amor, 
Me entreguei ao momento sem me lembrar dos ontens,
E meus prantos, sem me preocupar com os amanhãs, 
Nem com os prantos que vou chorar. Me entreguei
A sonhar, se é ilusão? Não sei, mas se amanhã
Se fizer uma, vou fazê-la verdade por hoje,
Vivê-la intensamente hoje, me banhar com toda essa
Ternura, me fazer criança deitada no colo do luar
E sorrir, sem saber porque sorrir, ou talvez, 
Apenas porque o momento existe. Até quando?
Não sei, mas que importa? É melhor que chorar


José João
20/01/2.014


domingo, 19 de janeiro de 2014

O amanhã é um bom lugar pra se chorar

Sou a sombra que vive dentro de tua ausência,
Perdida nos escombros deixados por um adeus
Que o tempo cuidará de deixar como se agora 
Fosse sempre.  Não sei mais de mim.
Devaneios, sonhos, vontades, tudo, perdidos no vazio
Que, voraz, engole todos os instantes que foram vividos.
Tudo se faz tão pouco, tão nada, que até a solidão,
Em dúvida, pergunta se esta dor é só mesmo uma dor
De adeus ou uma dor da saudade de mim.
Teu adeus me deixou assim, em pedaços, fragmentos,
Levados ao tempo como versos incompletos
De poesias onde a rima se escondeu entre as palavras
Que não puderam ser ditas, por que o silêncio
Se fez mais forte, se fez tanto, que os versos morreram,
Ainda criança, dentro da inspiração moribunda
Que agonizava triste lamentando não saber fazer
Poesia para tanta dor, para um adeus tão dolorido.
Não sei como serão o meus dias sem ti! Tristes!
Vazios! Sem a beleza de teu sorriso se farão
Apenas mais um dia, e os amanhãs!?...
Se farão pedaços de tempo bons pra se chorar.


José João
18/01/2.014


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sábado, 18 de janeiro de 2014

Uma rosa para Maria

Quero uma rosa, mas uma rosa que seja perfeita
De pétalas únicas, aveludadas, perfumadas,
Mas não com qualquer perfume. Que seja
Um perfume criado pelos deuses, e que a beleza...
Tenha sido bordada por um artesão divino.
Quero um rosa que as pétalas se façam eternas,
Não se desprendam, não murchem, e que o perfume
Se faça de sempre, até além de qualquer tempo.
Quero uma rosa tão bela que faça a rosa de Kandubul
Sentir-se pequena, que faça a orquídea de Shenzhen
Sentir-se rubra ao ver-se menos bela.
Uma rosa que se faça um sonho por ser tão perfeita.
Que desperte nos corações a doçura de sentir saudade,
Que faça do "rascunho esquecido entre a vida e a morte"
Uma poesia onde a vida pule em suas pétalas frescas,
Vivas como sorrisos coloridos de um amor sereno e eterno,
Tão forte quanto o infinito. Quero uma rosa assim,
Perfeita, que nunca se faça sombra, 
Porque sobre o peito em que adormecer haverá sempre
Um coração a gritar ao tempo o amor que ainda sente.
E pelo divinal querer do deus das rosas, por milagre, talvez,
 Fez da Rosa poesia  e lhe deu o nome de Maria



José João
17/01/2.013












sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Vivendo apenas por ti

Rasga minha carne e deixa a cicatriz aberta
Para que por ela saiam meus gritos e angustias.
Deixa que o sangue flua a borbulhar no tempo
Chorando minhas dores, pecados e tormentos

Deixa que me perca na escura solidão da noite
Onde meus soluços cheios de ti se fazem rastros
Como eco do silêncio indo por paisagens mortas
Voando com sonhos rotos, restos... como trapos

E quando minha voz se fizer um  murmurio triste,
Cheia de reticências nas confusas palavras ditas
Pela vontade moribunda de ainda te falar de amor 
Haverás de ouvir da alma esse meu louco clamor

Mesmo num gritar silencioso, mudo e sem calor
Quando a vida é seduzida pela promessa de eternidade
Onde a noite faz adormecer olhos que já não veem 
Ainda assim serás a minha mais doce ilusão e verdade

Hei de eternizar cada momento como poesia viva
Que deixo como legado de tudo que contigo vivi
Tu sem saber de minha insignificante existência
E eu vivendo cada instante como se fosse pra ti.


José João
17/01/2.014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Meus sonhos impossíveis

Sonhos impossíveis. São os sonhos que sonho
Com muito mais carinho que todos os outros sonhos,
Imagino todos o detalhes, por menores que sejam.
Os sonhos impossíveis têm que ser perfeitos,
Senão, não seriam sonhos impossíveis.
Desenho o rosto dela entre flores, pinto horizontes,
Faço a brisa, em leves volteios, cantar canções divinais,
Faço os lírios dançarem ao sabor do vento, risonhos,
Num valsar alegre referenciando a presença dela.
Pinto o céu com nuvens coloridas, leves, soltas,
A se fazerem desenhos do rosto dela flutuando
Inocente na perfeição de sua própria beleza.
Os passarinhos, até eles, me perguntam dos acordes 
E trinados que possam embalar os pensamentos dela,
Fazem a sinfonia do amor, tão perfeita, que os anjos
Insistem em fazer a segunda voz e o nome dela como refrão.
Ah! Meus sonhos impossíveis! São tão perfeitos
Que chego a sentir o calor de seu corpo, o sabor 
De seus beijos, a doçura de seu olhar no meu
E a ternura de sua voz me dizendo: Te amo.
Não fossem meus sonhos impossíveis tão perfeitos...
Não sei o que seria de mim!


José João
16/01/2.014


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O silêncio de um adeus

Não precisa que digas nada, nem que me olhes,
Deixa que o silêncio se faça voz, e num grito mudo,
Desses que só a alma escuta e entende, 
Teu adeus será ouvido como palavra, e sentido
Como dor, essa dor que fica presa no tempo,
Que por mais que passe ela se fará sempre de ontem.
Vai. Não vou seguir teus rastros, nem me permitir chorar.
Agora não. Vou deixar minhas lágrimas guardadas
Para quando a dor de tua ausência for maior que a saudade.
Para quando a angustia de tua perda se fizer viva
Dentro de mim e minha alma grite aflita o teu nome.
Nesse adeus silencioso vou deixar apenas meu coração
Bater mais forte, descompassado em soluços tristes,
Vou deixar meus olhos se perderem na imensidão
Do nada que agora me cerca, como se não houvesse chão,
Nem horizonte para ser visto. Também não te digo adeus,
Minha voz se perdeu dentro de mim e as palavras
Ficaram vazias, pequenas para essa tanta dor,
Que sei, vai ficar como se o tempo não passasse.


José João
15/01/2.013

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Meus sonhos são todos teus

Viajo nos meus sonhos e te levo comigo
Percorremos horizontes que colorimos juntos,
 Brincamos de correr na praia, deixamos que as ondas
Beijem nossos pés. Nos meus sonhos te levo por caminhos
Entre nuvens, te canto canções que a brisa me ensinou,
Percorremos jardins floridos, roubo o perfume das flores
Para te dar. Ah! Esses meus sonhos divinamente loucos!
Invento os sonhos mais lindos, os mais perfeitos
Para te ver dormir sorrindo, até peço que aquele
Raio de luar, que silencioso entrou pela  janela,
Para te ver dormir, fique em silêncio pra não espantar
Teus sonhos. Respiro, baixinho, de mansinho,
Por medo de te acordar do teu sono criança.
Nos meus sonhos te levo comigo entre todos
Os teus desejos, brincamos de ser nós dois
Apenas um, a ouvir nossos corações na harmonia
De um só pulsar, Ah! sonhos divinamente loucos!
Sentamos na relva brincando de nomear estrelas, 
Deixamos nossos olhos falarem por nós,
E quando nossos olhares timidamente se encontram
Parece que o mundo ficou pequeno pra nós dois...
É como se nossos corações fizessem do pulsar,
Palavras, que na ânsia de se fazerem voz
Nada dizem. Ah! Se não fossem os nossos olhos!
Mas quando acordo, quando acordo....não estás
Fica tudo tão triste que...quero sonhar outra vez

José João
13/01/2.014





Sonhar já me basta

Não sei se é este amor que me toma todo,
Que se faz maior que todos os sentimentos
Que já vivi, ou se é este segredo maior que eu,
Onde tento esconder tudo que sinto, calar o que o coração
Gostaria de gritar. Meu segredo, guardado no silêncio
Que minha alma angustiada esconde. Não sei qual deles
Se faz maior, e nem qual o mais bonito.
Ela, eu , o amor e um segredo, que nem ela sabe,
E assim tudo passa despercebido, para o meu desespero.
E tudo dentro de mim, fica guardado como se fosse
Uma relíquia que a vida me permite sentir e calar.
Também não sei se não é um castigo, desses que o destino,
Talvez pelos meus pecados, me faz que o sinta,
Amar como se nada mais fosse preciso, senti-la, vê-la,
Sentir seu doce perfume enebriante, lhe tocar as mãos,
Lhe acariciar com os olhos, e não poder falar tudo,
Todo esse sentimento enraizado dentro da alma,
Que chora carente dela, pela falta dela, ela estando
Tão perto. Talvez seja castigo, mas o destino,
Verdugo dessa minha punição, nunca saberá
Que amando-a, mesmo de longe e sem que ela saiba,
 Me basta para nos meus sonhos  ser feliz.


José João
13/01/2.014









terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Uma noite de versos diferentes

Me escondi dentro da mim, mas a noite...
A noite me descobriu, me desnudou
Se fez mistérios, se encheu de enigmas,
Me banhou com a lua num córrego da rua,
Me fez versos profanos, versos devassos
Me chamou de inocente, me carregou no ventre,
Me deitou na calçada iluminada de fantasias
Que brilhavam como pingos de chuva contra luz.
Um vaga-lume passou dançando valsa,
Vestindo um fraque iluminado, bordado,
Com uma luz esverdeada cor de vaga-lume,
Elegante como se fosse um rei vaidoso
Por ter sua própria luz e iluminar o seu caminho.
Os sapos pareciam estar bêbados cantando
Uma musica de uma só nota. Oi, oi, oi
Tanto na estrofe como no refrão...
Eu...declamei uns versos cansados, sem rima,
Cheios de poeira que caíram de um pensamento
Que vinha de muito longe por uma estrada de chão
...E assim a noite me desnudou, contou segredos
Que não queria contar e me deixou nu,
Sem nada para cobrir meus medos e verdades,
A noite contou até de minhas lágrimas
Que estavam escondidas por trás de uma saudade.


José João


04/01/2.013

sábado, 4 de janeiro de 2014

Ah! Essa louca ansiedade!

Estranha essa minha vontade de não-sei-o-quê,
Essa ansiedade de buscar não-sei-onde
O que não sei dizer, não sei nomear, só sei sentir.
O ar se faz denso em minha volta, meus olhos,
Como andarilhos em desespero, correm por estradas
Onde nem teus rastros estão. Minha voz se faz
Reticente...entre chorar e sussurrar palavras
Que se perdem nas tantas dores que sinto agora.
Tento chamar teu nome, mas vêm os soluços,
Rompem meu peito e se vão ao tempo, perdidos,
Como eco mudo de gritos que não foram gritados.
Ah! Essa vontade! Essa ânsia que se faz loucura,
Que vai buscar momentos que ainda não vivi,
Mas que parecem foram contigo, Ah! Que saudade!
Saudade dos beijos que não te dei, 
Dos olhares que não me permiti te dar, das caricias
Que não trocamos, das palavras que não disse.
Se pudesses ouvir agora o que fala minha alma,
O que em desespero e sozinha ela grita a esmo,
Talvez essa ansiedade louca, se fizesse...
Uma doce saudade de ti.


José João
04/01/2..014









quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Hoje a saudade se fez mais saudade


Hoje minha saudade está maior que sempre,
Meus olhos gritam desesperados nas lágrimas que choro,
Minha voz se perde no silêncio de mim, 
E as palavras se fazem poucas para dizer dessa dor
Que me invade, me toma e me deixa na demência
De nada ser. Hoje sou naufrago de um mar bravio
Sem a rota das estrelas e sem porto para chegar. 
Apenas um naufrago que sem rumo vai a esmo, ao léu.
Acreditar num caminho é mentir para a alma,
Que agora se faz peregrina, buscando rastros
Por onde apenas a solidão aprendeu a andar.
Já nem sei se é saudade essa tanta dor de agora,
Essa vontade de correr sem nenhum lugar para ir,
Essa vontade de gritar sem ter força, sem ter voz. 
Essa vontade descabida de chorar, sem querer chorar.
É um ardor no peito como se as lágimas começassem
A chorar desde lá, já não se importassem em chegar
Aos olhos, como se mais perto do coração
Elas expressassem mais a dor que choram.
Parece até que a saudade de sempre quer se fazer
Sentir toda  hoje...ou talvez pense que hoje...
...Seja sempre. 


José João
02/01/2.014







Uma folha de papel mágica

Estive, ontem, desenhando sonhos numa folha de papel
Que o vento trouxe e deitou aos meus pés,
Desenhei muitos sonhos, mas alguns eram de ontem,
Que ainda serão sonhados por muitos amanhãs,
Como se fossem sonhos novos. Ah! Essa saudade!
Fazem sonhos antigos serem tão recentes!
Mas também desenhei sonhos que ainda não sonhei...
Ah! Essa  vontade de escrever histórias...
Essas que terminam com um final feliz. Terminam!?
Bem, desenhei sonhos sorridentes, alegres...
Sonhos que ficavam brincando de correr no tempo,
Coloridos, dessas cores que só se pode colorir
Os sonhos, são cores mágicas. Cheios de detalhes,
Desenhei o gosto de beijos antigos, desenhei olhares
Distantes, apaixonados (esses eram meus) perdidos
No horizonte buscando imagens que ficaram guardadas
Em outros sonhos mais distantes. Desenhei tanto...
Desenhei carinhos que ainda não fiz, beijos que ainda não dei,
Foi quando uma estrela cadente, linda, cruzou o céu
Pedindo que se fizesse pedidos, fiz um, bem simples, até...
Bem pedi que...ah! se disser, o pedido não se realiza...
Mas vou dizer, pedi que...a folha de papel
Que o vento trouxe fosse mágica, aí então tudo
Poderia...ainda não sei se a estrela cadente
Realizou  meu desejo... uma folha de papel mágica.


José João
01/01/2.014

Tudo traz você pra mim


As estrelas ficam brincando de imitar o brilho
De teus olhos. As flores...o teu perfume,
A brisa fica recitando versos ao tempo com tua voz.
A saudade grita, lá dentro da alma, o teu nome.
E um desespero angustiante me toma todo...
Tua ausência é meu martírio, é meu calvário.
Tua ausência se fez um espaço onde a vida me colocou,
Sufocante, amargo, com o cruel gosto de solidão.
Ah! Se tudo não fosse tua lembrança!
Até minhas lágrimas, alvoroçadas, voam ao mundo,
Se minha alma, carente de ti, sussurra teu nome,
Correm em meu rosto, procuram em meus lábios
O gosto de teu beijo, não encontram mais...então 
Desesperadas, dementes suicidas se atiram ao chão,
Dizendo que não basta apenas chorar tua saudade.
Não sei como serão os amanhãs, como serão vividos.
Os sonhos ficaram fragmentos, pedaços perdidos
De mim, mas tua imagem, imorredoura, divina,
Fica brincando comigo, povoando meu pensamento
Como se para viver, nada mais fosse preciso.


José João
01/01/2.014