sábado, 29 de junho de 2013

A voz que os sonhos trazem

Não sei se foi um sonho, ao ouvir a doce voz que na distância
Se fazia murmurio, como se fosse um doce cantar da primavera
Não sei se foi o vento... se foi a brisa... brincando de enganar
Talvez, quem sabe, tenha sido um anjo ensinando o que é amar

Lá, muito longe, de um horizonte que nunca vi. que nem sei a cor,
Cruzando o espaço por sobre jardins, por sobre estradas sem chão,
A voz se veste de beleza, meiga, singela e pura e ...voa ao tempo
E vai como se fosse nuvem se deixando levar, meiga pelo vento

Não sei por quais caminhos, se é que para a voz existe algum,
Possa o eco fazer-se passageiro, correr entre muros e pedras, e...
Fazer-se ouvir dentro dos sonhos que nem sonhados foram ainda

Mas vão, voz, e eco, a correrem, a voarem entre os desejos
Passeiam pelas tardes  cheias de saudades, se fazem de alegria
Ainda que por virem de tão longe tragam alguma melancolia


José João
28/06/2.013








quinta-feira, 27 de junho de 2013

Estou te esperando, vem logo

Não importa. Teu nome? Pode ser qualquer um...
Francisca, Maria, Antônia, que importa um nome?
A mim importa que sinto saudade dos beijos que não te dei,
De todos os ternos e doces beijos que não recebi.
Sinto saudade da ternura do teu olhar que nunca fitei,
Não importa de onde sejas. Que importam  lugar...idioma.
O amor. Ah! O amor, traduz palavras, até pensamentos.
Onde estás ainda não sei, mas te conheço com a alma,
Brinco contigo de esconde-esconde entre o sonhos,
Na verdade és o meu sonho mais... mais bonito e...
Tão verdadeiro que até te vejo chegando, linda, sorrindo.
Corremos um ao encontro do outro, nos olhamos,
Nem nos beijamos, deixamos que nossas lágrimas gritem
Nosso nome com a força do pulsar de nossos corações,
Nossas mãos, tremulas, se procuram, se encontram, suam
No desejo incontido de cariciarem nossos rostos.
Não sei onde estás, não sei teu nome e nem vou te dar um,
Vou apenas te esperar, sentado na porta do tempo...
Olhando lá longe, no horizonte, esperando te ver chegar.
Não sei como vens, mas sei que vens, mas não custa.
Estou guardando todos os meus beijos carinhosamente,
Mas eles estão ficando ansiosos, já estão bem nos lábios.
Não custa que minha alma aflita grita em orações um nome
Um nome desconhecido mas que jura ser o teu. 
A mim não importa teu nome, de onde vens, a mim importa
Que te amo desde quando minha alma te viu. Onde? Não sei.
Mas não custa, estou ansioso a tua espera. Até logo...


José João
27/06/2.013

Um lugar além do além.

Quem sabe um dia a morte - remédio de todos os males -
Deixe a alma divertir-se sobre as dores vencidas,
E saudades esquecidas, que no tempo ficaram,
Como lembranças vãs de momentos mortos
E assim cante canções sem nome e sem histórias,
Sem recordar os impossíveis sonhos que se fizeram dor,
Que trouxeram aos olhos lágrimas chorosas e dementes
Como se a dor fosse um pedaço completo do amor,
Qualquer amor que além do corpo a alma tenha vivido,
Se entregado toda, sem medo de amanhã se entregar ao pranto.
Quem sabe um outro horizonte, ou um outro céu
Onde não exista adeus e a eternidade não seja apenas de tempo
Mas de todos os sentimentos que se façam  pulsantes e vivos.
Quem sabe um lugar onde o infinto se junte aos olhares,
Aos beijos ternos, puros, sem troca de segredos ou medos.
Um lugar onde dizer: Eu te amo, é viver perene felicidade.
Quem sabe um lugar onde amar é ser feliz eternamente,
E os amanhãs não sejam futuro, sejam apenas...sempre
Quem sabe...exista um lugar para se ser feliz...


José João
27/06/2.013



quarta-feira, 26 de junho de 2013

Histórias que só as lágrimas contam

Lágrimas. Tão belas e tão inocentes nos olhos dos amantes,
Rolam no rosto, límpidas, livres, brilhantes e se fazem rastros
Por onde as histórias são contadas, histórias tristes, alegres...
Mas sempre as lágrimas acompanham os amantes. Sempre.
Se é dito um adeus, elas são sempre as primeiras a beijar os olhos,
Se é ouvido um: Eu te amo. Lá estão elas, alegres, sorridentes.
Ah! E quando a saudade chega! Elas brincam, correm, pulam,
As vezes parecem crianças brincando de quem chega primeiro.
Se no horizonte, lá no fim do mar, onde o caminho do sol
Leva os pensamentos, por que lá esconde quem nos disse adeus,
Lá estão elas, as vezes sutis, outras vezes em copioso pranto.
Algumas vezes se escondem dentro da alma, não por timidez,
Mas por se fazerem especiais, para serem derramadas por ela.
Só a alma sabe a dor de um adeus quando o amor é verdadeiro,
Assim, as lágrimas se preparam, ficam com um ar solene,
Se vestem de gala, com o melhor brilho que podem encontrar,
E prazerosamente nos enchem os olhos, que passivamente,
Deixamos que a alma nos tome e deles se faça dona.
Lágrimas, sempre elas, a escrever no rosto dos amantes
As histórias que nem o adeus pode apagar.


José João
26/06/2.013







terça-feira, 25 de junho de 2013

Hoje minha tristeza está mais triste

Hoje, minhas lágrimas estão mais frias do que sempre.
Minha saudade mais triste e minha dor bem mais doída,
Até os sonhos se fizeram lembranças mudas, 
Silenciosos fantasmas que do passado se fizeram sombras,
E vêm vindo reticentes como pensamentos bêbados,
Embriagados como se fosse a solidão seu vinho, e seu fel
Que nas noites, sofregamente, bebo em taças de angustias.
E a voz pastosa de minha alma também embriagada
Grita cânticos em orações perdidas no tempo, como rezas,
Que nem sabe onde aprendeu, que talvez nem sejam divinas.
Ou até mesmo nem sejam rezas, quem sabe até sejam
O grito mais angustiado e doloroso da própria carência
Que em desespero pede ao tempo um momento de ternura.
A solidão me abraça forte, cresce, entra em mim, me sufoca,
E deixa meu peito arfando no desejo de gritar, qualquer coisa...
Um grito de socorro que alguém possa ouvir e se fazer voz,
Se fazer ombro, se fazer ouvidos, se fazer carinhos,
Se fazer...um pedaço importante de minha vida...
Hoje minhas lágrimas estão mais tristes do que sempre,
A saudade bem mais forte, e a dor...bem a dor...
Deixo que dela minhas lágrimas e prantos falem.


José João
25/06/2.013



segunda-feira, 24 de junho de 2013

Com a saudade refaço minha história


De tanto amar  eu só vivi saudades. E se não amasse?
Ainda assim sentiria saudade do amor que não amei
E bem pior, seria uma saudade triste, sem lembranças,
Estaria vazio de mim. Prefiro chorar a saudade do que fui,
Dos amores que amei, das dores que os tantos adeus deixaram,
Dos sonhos que sonhei e nem se fizeram verdades.
Dos olhares que gritavam: TE AMO, TE AMO...
E nem eram ouvidos, mas não importava, estava amando.
Me vesti com a saudade, ou ela se vestiu de mim, não sei,
Mas assim, vivo todos os momentos, refaço minha história,
Reescrevo meus sentimentos antigos com palavras novas,
Dou outras cores ao adeus, outro sabor aos beijos
Encontro outras razões para as lágrimas, para as despedidas,
Encontro até desculpas para os tantos erros, me explico.
Hoje sei, não saberia viver sem a saudade que sinto,
As vezes ela dói, outras vezes me consola, 
As vezes brinca de chorar comigo ao buscar os momentos
Que se fizeram tão completos que não posso reescreve-los,
Aí ela entra até minha alma para que assim doa mais
Para que fique sempre, que se faça impossível esquece-los.


José João
24/06/2.013








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Um amor e um segredo

Em silêncio minha alma chama teu nome, risonha.
Nas estrelas busca o brilho do teu olhar ardente
E se cala se alguém pergunta por quem ela espera
Desejo impossível, que a faz assim tão carente

Te sinto o perfume a perfumar meus momentos
Procuro até respirar o ar que respiras, tão perto
Me deixo cativo aos  sonhos que sonham contigo
E dentro de minha alma sempre te levo comigo

Um segredo e um amor. Qual o maior em mim?
A esse amor, minha alma se entrega toda e plena
O segredo desse amor, guarda passiva e serena

Mas o amor já não cabe  mais em meu segredo
É maior, bem maior de tudo que um dia imaginei
Esse amor! Em segredo, quantas vezes já chorei!


José João
24/06/2.012


terça-feira, 18 de junho de 2013

Você ...meu mais doce e doloroso segredo


Te amo. Te amo, como talvez nunca amei ninguém.
Te guardo dentro do meu mais doloroso silêncio.
És o meu maior bem, meu mais belo sonho impossível,
Meu segredo, que minha alma guarda enfeitado de prantos.
Te fiz o pedaço mais completo de mim, vivo teus momentos
Como se todos eles fossem meus, melhor parte de minha vida.
Choro em silêncio tua falta, e dói mais que todas as que senti.
Das outras, um dia senti o gosto, mas nunca senti o gosto de ti,
Por isso a saudade do que nunca tive, e não posso ter, dói mais,
Muito mais que qualquer dor que tenha me feito chorar.
Te faço dona de todos os meus pensamentos,
Te faço dos meus mais ternos, doces e divinos sonhos,
Te busco na imensidão dessa minha loucura de amar-te,
De me entregar todo e pleno e nos teus sonhos me fazer teu,
Choro a amargura de estar tão perto, e te sentir tão longe,
Choro a amargura de te falar e não poder dizer: Te amo,
Tremer ao olhar teus olhos, neles me ver refletido,
E não estar dentro de ti como tua história ou teu desejo,
Não estar dentro de ti nem mesmo como um sonho.
Não sei o gosto do teu perfume, o sabor de teus beijos,
Não sei a ternura dos teus olhos quando gritam tua vontade,
Não sei o frescor de tua pele nem o calor de teu corpo,
Sei que te amo, mesmo sem saber  nenhuma verdade tua
Ainda assim te entrego minha alma passiva, carente e nua.


José João
17/06/2.013



sábado, 15 de junho de 2013

Passeando pelos sonhos antigos

Ontem estive passeando nas ruas dos meus sonhos,
Dos sonhos antigos. Ruas cheias de jardins,
Botões de flores que pareciam sorrir, brincando de alegria.
Os beijos ficavam nas calçadas esperando os namorados,
Sorridentes, beijos perfumados, só os amantes apaixonados
Sentem o perfume dos beijos. E os ais? Os suspiros!
Pareciam musicas ternas de corações felizes e entregues
À doçura do amor. Eu? Ah! Eu estava lá, sorridente,
Passeando pelas ruas dos meus sonhos antigos.
Os flamboyants floridos ladeavam minha rua dos sonhos,
Dos sonhos antigos, as flores mais velhas deixavam
Suas pétalas caírem e formavam tapetes 
Por onde os namorados passeavam até o horizonte,
Como se flutuassem com a brisa em leves volteios.
E lá estava eu, mãos dadas, sorriso aberto...
Coração, como criança, aos pulos de felicidade,
A alma parecia extasiada, usando meus olhos para brilhar,
E se dizendo livre para gritar, bem alto. Estou amando 
De repente cheguei ao fim da rua dos meus sonhos antigos.
Começou a rua dos meus sonhos de agora, mas... 
Mas era tão diferente, os flamboyants não tinham flores,
E só os via quando olhava para trás, lá bem distante.
Tentei correr para as ruas dos sonhos dos amanhãs
Não existiam. O adeus que ainda hoje escuto,
Não me deixou mais sonhos para depois.


José João
15/06/2.013



sexta-feira, 14 de junho de 2013

Quando a solidão se faz viva

Noites mal dormidas, o sono brincando de se esconder
Entre pensamentos e sonhos que insistem em ficar,
O silêncio se faz eloquente abraçado com a noite fria,
As recordações correm como loucas numa ida e volta
Onde os tantos momentos se perdem, se atropelam,
Cada um querendo se fazer de sempre, querendo ser mais,
Parece que gritam dentro de mim até chegar na alma,
Que confusa, se perde no tempo e se deixa ficar, parada,
A ouvir o que me fala a saudade que há muito queria chegar.
Se misturam lembranças trites, lembranças alegres. Choro.
Algumas lágrimas pela dor que a tristeza deixa ficar,
Outras pela saudade dos momentos que me fizeram sorrir,
Mas agora todos se fazem dor, e a solidão, na voz calada
De um silêncio que só a alma pode ouvir. Irônica grita:
Eu sou a dor fria que fica depois do adeus - risos satíricos -
Eu, agora sou  o brilho lacrimoso de teus olhos, sou teu pranto,
Que por mais que não queiras deixo cair ao meu prazer.
Sou a dor que te fere a alma como espada fria, lancinante
Que te faz jorrar,  pelos teus olhos, o sangue de tua alma,
Com gosto de angustia e lágrimas. Sou, finalmente, tua verdade.
Eu. A solidão que te faço sentir só onde estiveres, 
E a dor desse adeus que até agora choras. Te Juro...
É o meu maior prazer - diz ela sorrindo -


José João
14/06/2.013






quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sei que existes mas... onde estás?

Te esperei ontem quando meus sonhos ainda eram criança,
Colori todos eles com as cores do sentimento que sentia
Nos meus sonhos te fiz perfeita, divina, angelical e pura
Te fiz mais que mulher, que anjo, te fiz minha doce magia

Me vesti com a essência de tua alma, me deixei ser teu
De tua morada me fiz, te deixei plena dentro de mim,
Me permiti até não pensar em nada que não fosse em ti
E assim, te fazendo pra mim a única razão de ser, vivi

Te esperei tanto! Refiz sonhos, até brinquei com o tempo
Assim me ensinaste e aprendi a sentir o prazer de esperar,
Meus olhos te buscavam aflitos ansiosos pra te ver chegar

Depois meus sonhos foram ficando velhos, ficando tristes
Mas ainda assim sabia que existias, não podia te esquecer
Mas que estranho! Te amar para sempre sem te conhecer!


José João
13/06/2.013



quarta-feira, 12 de junho de 2013

Minha alma me convida a chorar


Minha alma, hoje, me manda aos prantos escrever poesias,
Me manda buscar, dores, angustias, sonhos antigos, até caducos,
Grita desesperada que escreva poesias, que ela está cheia de saudades;
Que o vazio dela a está sufocando, que eu grite nas poesias
Todas as suas tristezas, que vá buscar nomes que se fizeram eternos
Que busque, lá dentro dela, todas as suas cicatrizes, que se for preciso
Traga pra dentro de mim todas as suas dores e com ela chore,
Contanto que faça uma poesia. Essa minha alma egoísta!!
Gritando, ela me diz: Faz minha poesia. A quantos amores me entreguei?
Tu o sabes muito bem. Quantos me deixaram tão profundas cicatrizes
Que precisei de teus olho para chorar? Tu és realmente poeta...
Ou só escreves  tuas dores? Por que não choras as minhas?
Não sabes chorar na poesia a dor alheia? Egoísta, só chora tuas dores.
Faz minha poesia - me pede ela em sutis soluços - não sei o que faço.
Minha pobre alma em desespero, esquece que suas dores
São também as minhas, que as cicatrizes são nossas...
Queria fazer uma poesia para consolar minha alma tão angustiada...
Mas não posso, talvez um outro dia, hoje também quero chorar...
Minha alma que grite, se desespere, não vou lhe escrever poesias...
Estou lendo teus pensamentos - grita ela dentro de mim -
Pelo menos podes me emprestar o olhos para que chore?
- Não, mas podemos chorar juntos se você quiser.


José João
12/06/2.013


Pra que colocar título? É apenas dor.

Deixei me queimar pelo fogo ardente da paixão
Me fiz chama, me fiz labareda viva, me fiz brasa
A acender todos os sentimentos que dentro de mim
Se faziam plenos e apenas teus. Me fiz o melhor de mim.
Me fiz de labareda ardente, acendendo dentro de mim
Um amor infinitamente eterno, desses que Deus toma conta
Por admirar uma criação tão perfeita. Um ser humano
Criar um real tão divino, tão santificado, assim como
Essa chama viva que acendia dentro de meu peito
Como se fosses mais que tudo. A essência da própria vida,
Essa minha vida que Deus entregou em tuas mãos,
Essa alma que agora se faz ridícula a esgueirar-se
Entre angustias e solidão para sobreviver de migalhas
Que sobraram dos sonhos que morresram ou se foram ao tempo.
Labaredas vivas, me fiz sim. Me refiz na poesia completa
Cheia de tudo que se pode doar quando o amor...
Essa amor insano que nos faz obedecer sem perguntas.
E sem respostas à loucura que nos toma, 
Quando ele se apossa de nossos coração e alma.
Nunca me fiz mais que não ser apenas teu, todo e pleno,
Me desnudei de mim, me vesti de ti, e por isso vivi.
Mas hoje, a labareda viva, trepidante e cheia de calor 
Se apagou com a frieza dos prantos que eu mesmo chorei.


José João
12/06/2.012 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Muito além até dos sonhos


Lá, muito longe, onde só quem chega é a saudade,
Lá por trás das estrelas, muito além dos sonhos.
Ali onde só o adeus deixa rastros e ninguém vai,
Naquele horizonte onde meus olhos nada vêm...
Estão meus pensamentos, cheios de lágrimas,
Levando meus recados que se fazem orações perdidas.
Pra lá foram todos os meus desejos, ficaram as aflições
Como donas do coração e da alma, chorosa e triste,
Vazia das emoções que a solidão não permite sentir,
Mas repleta das angustias e do medo dos amanhãs.
Lá, muito distante, muito além do além-mar
Onde o vento sopra em rotas perdidas gélidos ais
Como se fossem eco dos meus desesperados gritos
Gritando um nome que, como oração, aprendi a rezar.
Mas o vazio se faz mais que vazio, engole até a voz do vento.
E no mar, faz calmaria para o silêncio se fazer mais forte
E nada mais possa ir, possa passar,  nem mesmo os prantos.
Assim a alma chora incontida, e tenta até mesmo gritar
Mas o silêncio da solidão lhe permite apenas chorar.


José João
11/06/2.013












sábado, 8 de junho de 2013

Nascem flores entre pedras, mas...

Nasceram flores entre as pedras. Frágeis, descoradas,
Assim como lágrimas tristes que insistem em brilhar nos olhos,
Se deitam no rosto mas não escorrem para deixar rastros,
Mesmo como flores que nascem entre pedras, 
Quase sem perfume, quase sem beleza, quase sem cor,
Assim como fosse um amor querendo nascer entre angustias
De dores paridas por saudades que se fizeram para sempre.
Como um sorriso querendo nascer em lábios que balbuciam
Orações que se criam na alma carente e vão ao vento
Enganadas, pensando que um dia chegarão no céu.
Nasceram flores entre as pedras. Frágeis, descoradas,
Raízes expostas, atrofiadas, quase soltas, quase moribundas
Tremulas, pálidas, pelo tanto  medo de qualquer ventania.
Assim como sonhos que se fizeram pequeno fragmentos
De um passado que não permite se sonhar sonhos novos,
E estes, por medo de serem levados ao tempo, ao léu
Se deixam ficar guardados, escondidos dentro do nada,
Assim como se fosse uma saudade que não se quer sentir,
Mas que insiste em ficar, dizendo que é  melhor senti-la
Por que dela a dor já se conhece, mas uma outra poderia...
Nem ser saudade...ser mesmo apenas dor.


José João
08/06/2.010

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Hoje sou a sombra do que fui


Adeus, me disseste um dia, e te foste sem deixar rastros
Mas deixaste tua voz no tempo a lembrar-me de nós
Deixaste teu olhar fito nos meus numa despedida triste
Disseste adeus, mas de dentro de mim ainda não saíste

Me encontrei quando te encontrei, ficaste dentro de mim
Mas...te foste, te perdi, e por te perder também me perdi
Vou indo por outros caminhos, buscando outros sonhos
Mas comigo vem  todos os momentos que contigo vivi

Teu perfume, em mim, ficou como outra roupa e me vestir
O tempo me fez ser devoto de uma oração com teu nome
Te fez minha alma, como se só contigo eu pudesse existir

Te procurei em desespero, percorri estradas, horizontes
Te procurei como se fosses minha essência divina e pura
Hoje me vejo como sombra vivendo essa minha loucura


José João
07/06/2.013










terça-feira, 4 de junho de 2013

Até na saudade existe encantos

Estou só. O amor brincou de me enganar outra vez
Agora não sei como ficamos. Eu e esse meu coração
Que tantas vezes se entregou sem pudor e sem reservas
Viveremos outro amor, ou a loucura de uma outra ilusão?

A alma espreita, temerosa, pelos tantos prantos chorados
Se enche de dúvidas, não diz nada, fica parada no tempo
Ma a solidão se faz forte, ela sente, reclama em silêncio
A solidão dói, mas a dor de um adeus não se vai ao vento

A saudade me busca  momentos que pareceram sonhos
Por eles,metade de mim diz baixinho: Vai, ama outra vez
Mas a outra metade grita: Já esqueceste o que o amor fez?

Te deixou os olhos tristes, a alma vazia, caída entre prantos
Te deixou acordado nas noites, entre angustias e temores,
Vale a pena, diz o coração, até na saudade existe encantos


José João
04/junho/2.013



domingo, 2 de junho de 2013

Ah! Se ainda existissem fadas...

Hoje queria cantar,  mas só fiz chorar meus pecados.
Tantos foram e ainda são que minhas lágrimas faltaram.
Os olhos ficaram vermelhos, a voz emudeceu, me perdi.
Quantos pecados! Até minha alma cobrou de mim,
Me fez cumprir penitências. Braços abertos ao céu
E gritar: Perdoa pelos beijos que te neguei...
Pelas palavras carinhosas que não te disse. Perdoa.
Pelos afagos que não fiz, perdoa pelo olhar que não te dei.
Perdoa o medo de te amar, o medo de sofrer outra vez.
Hoje queria fazer poesias alegres, poesias risonhas...
Esquecer angustias, tristezas, temores, esquecer os pecados,
Queria fazer uma poesia colorida, com palavras vivas,
Soltas no tempo, felizes como final dos contos de fadas,
Cheias de fadas madrinhas, varinhas de condão, 
Com aquela estrela brilhante  fazendo milagres,
Fazendo a ternura invadir o mais duro coração.
Hoje queria fazer versos assim, belos, infinitos, inocentes
Mas não fiz sequer uma poesia, fiz apenas lamentos,
Fiz  um adeus com palavras frias,  chorei meus medos,
Ah! Esses meus tantos pecados! Esses tantos temores!
Ah! se eu soubesse como ser criança outra vez?
Será mesmo que existem fadas? Fadas madrinhas que...


José João
02/06/2.013









Uma canção... e tudo se faz saudade!

Uma canção triste vem com a brisa da noite
Uns acordes como lágrimas, se fazem pranto,
Alguém, como estou, chorando sozinho agora.
É essa dor-saudade que chega sem ter hora

A solidão, escondida na noite, por trás do vazio
Fica imóvel, como se a alma fosse uma presa,
Uma caça indefesa, a entregar-se à triste sorte
De ser só, sentindo uma dor pior que a da morte

A musica continua com suas notas de lamento
A se fazerem desesperados gritos de carência
Que pulam livres do coração em triste demência.

Os olhos buscam sonhos que já não podem sonhar
A tristeza lhes fechou a porta , agora só a saudade,
As dores, angustias e prantos podem na alma chegar


José João
31/05/2.013