sábado, 5 de outubro de 2013

Minha alma, uma águia solitária


 ...As vezes penso que minha alma é uma águia a voar sobre as montanhas, brincando com o vento, voando cada vez mais alto como se quisesse chegar perto do céu e de lá trazer poesias. Voa livre, sozinha, liberta e a vontade para ir e vir. Passa por sobre nuvens, sem medos, tranquila, descobrindo horizontes por onde ninguém passou. Brinca de fazer o por-do-sol mais belo no refletir em suas asas fortes a luz dourada do sol e ela, impassível e majestosa, fica a voar num flutuar sereno como se fosse dona do tempo. Uma águia, incrivelmente bela a se  fazer paisagem, passando por sobre montanhas e  se deixando ser desenhada contra o céu azul que lhe serve de fundo para um quadro vivo onde ela se faz única.
As vezes penso que minha alma é uma águia a procura do que, não sabe. Por isso vai, talvez não tão serena, mas incansável na sua procura, voando contra o vento, rufando suas asas fortes, aguçando o olhar ao longe, furando o espaço e indo em qualquer direção, se cansa...pousa na montanha mais alta majestosamente altiva, talvez até sinta a dor da solidão mas...não chora, passa por cima da dor e outra vez levanta voo em direção a outro horizonte mais distante ainda. Corajosa e forte não teme nem as tempestades, por piores que sejam, voa elegante, rápido como flecha ligeira cortando o espaço e o tempo, e se o tempo, por capricho ou inveja, a faz envelhecer, na montanha mais alta, vencendo a dor lacerante que lhe toma o corpo, ela se faz mais forte. Subjuga a dor, se automutila, se sobrepõe à pior das dores ao arrancar as velhas penas, as garras agora fracas, arranca o próprio bico (Meus Deus que dor!!!!) Mas depois, outra vez majestosa e bela, voa livre, altaneira, se faz dona do seu mundo tão amplo, tão aberto e tão livre e vai de horizonte em horizonte na sua solitária procura, um dia, quem sabe ela encontre! Assim é minha alma.


José João
05/10/2.013

2 comentários: