As flores se lustram para ficarem mais belas,
Até os botões se enchem de cores, cheios de vaidade,
A se abrirem vagarosamente aumentando a ansiedade
De borboletas e beija-flores que irrequietos se perdem
Em volteios leves com a brisa perfumada e passageira.
Meu jardim também se abre em flore, se perfuma,
As flores se fizeram poesias para contar minha história,
Não são muitas, mas é como se fossem pedaços de mim.
Os Malmequer, por exemplo, suas pétalas nunca me dizem
Um bem-me-quer, fazem questão de brincar comigo
E sempre me deixam sua última pétala com seu nome
Mas são lindos, os meus são amarelos, tão ternos!
Meus pés de Lágrimas de Cristo! Tão solidários,
As vezes penso que me emprestam suas lágrimas
Sem querer mais recebe-las de volta, choro com elas
E a Saudade! Nasceu no meu jardim tão doce e terna!
Nunca me abandonou, se faz Perpetua, Sempre-viva
Como se fosse minha oração de todas as manhãs.
Assim é a primavera no meu jardim, com as flores
Cheias de histórias de ...mim.
José João
27/09/2.012