quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O artesão de minhas memórias

Amei, amei como talvez nunca ninguém amou,
Amei com toda  loucura de uma alma inocente
Que se perde encantada entre sonhos que ninguém sonhou.
Me entreguei aos tantos amores que vivi, todo e pleno,
Pensando que o adeus que tantos choravam aflitos,
Eu não precisaria chorar, fazia de cada um deles
Apenas uma lembrança perdida entre os tantos que disse.
Corria entre meus sonhos gritando nomes que de cor eu sabia
Sabia o nome de beijos, conhecia cada olhar que me envolvia
E sabia até o que cada um dizia. Amei sonhos, momentos,
Me envolviam ternos braços que me cariciavam serenos,
Doces beijos trocados com um forte sabor de desejo.
Amei como se amar fosse rezar a oração que se precisa
Para viver,  para fazer do amanhã uma nova poesia.
Amei como nunca mais, eu sei, vou amar outra vez.
Depois que me perdi de mim, me encontrei entre os vazios
Que ficaram, me descobri  forjando sonhos que não sonhei,
Hoje sou um artesão de minhas próprias memórias
Alinhavando-as como trapos rotos, caídos, perdidos,
Tentando costurar em vão os pedaços, os restos,
Que a alma, chorando, deixou cair com os prantos.


José João
01/08/2.013




2 comentários:

  1. Mas o que valeu, é o amor que você sentiu e partilhou. belíssimo este poema. Um dos mais bonitos que li aqui.

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  2. Todo amor que termina (?) deixa um vazio, uma tristeza, mas com certeza os momentos felizes devem se sobrepor. Um belíssimo poema, poeta.

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