sábado, 31 de agosto de 2013

Teu lugar é cativo no meu coração

Teu lugar está sempre cativo em  meu coração carente de ti,
E o coração sempre ansioso na espera de que ocupes,
O que, na verdade, sempre foi teu, e nunca deixará de ser
Alma e coração se fazem passivos de tua vontade,
Qualquer que seja ela, sem pelo menos essa saudade de ti,
Não saberíamos viver, minha alma, meu coração e eu.
Vem, ocupa esse espaço cheio de vazios, mergulha em mim,
Te apossa e me toma, que cativo me farei ao teu querer.
Invade meus dias, minhas noites, toma conta dos meus sonhos,
Já que há muito me tomaste de mm e te fizeste meus pensamentos.
Me ensinaste, com tua tão dolorosa ausência, a sentir prazer
Quando tua saudade me abraça todo se fazendo de ti,
As vezes choro, quando a saudade vai além. Vai até a alma
Reclamando tua falta e me traz tua voz sussurrando,
Na minha ilusão, uma canção que não sei o nome,
Mas não importa é uma canção que falava de nós dois,
Sabia da tua presença fazendo minha alma te chamar,
Como se fosse criança, só não sabia que meu coração
Te ouve ainda com tanto carinho e vontade de ti.


José João
31/08/2.013



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mereço, foi tudo minha culpa

Choro, quando sinto saudade de tudo que não fizemos,
Lembro teu olhar de caricia em meu corpo a fazer-me teu,
Teus sussurros me dizendo te amo, me mandando pedir
Teus beijos nos lábios entreabertos com gosto de amor.
Grito, choro em desespero, sinto raiva de mim, e me entrego
Às lágrimas que agora se fazem caminhos em meu rosto
Como se procurassem estradas para encontrar minha alma
E assim me doer mais. Grito meu remorso no perdão que peço
Sem que ouças. Ajoelho, ergo os braços aos céus
Num grito mudo pedindo clemência para esse meu tanto pecado.
Te perdi, hoje eu sei, na verdade há muito já sabia
Desde quando minha alma não te encontrou mais sozinha.
Um vazio me sufoca tanto que meu peito, no esforço de gritar,
Se desmancha em frenético e  convulsivo soluço que me rompe,
Num esgar sonoro de uma dor que no infinito não cabe.
A culpa foi minha eu sei, mas te procurei, perguntei, 
Gritei teu nome, agora não importa, o mundo se fez tão grande,
Nossos caminhos se fizeram retas paralelas, vidas distantes
Sem milagres para fazer acontecer. Ah! Se soubesses...
Se soubesses a dor que sinto, esse remorso que não passa...
Talvez nem me perdoasses, talvez brindasses meu sofrimento,
Mas sofreria feliz por saberes que pago pelos meus pecados.
Com todos os meus erros...te amei muito


José João
29/08/2.012







Os partos de minha alma

Minhas poesias não bebem qualquer bebida,
Mas se tornam ébrias quando bebem no cale-se,
No silêncio, as nefastas e cruéis dores da vida,
Embriagam-se com angustias paridas pela solidão
Quando a alma tristonha,, ouve o adeus
De um amor que ficou, para sempre, vivo 
- Se o amor valeu a pena, nunca vai embora,
Nunca termina, fica, pelo menos, como saudade ...
E amar, sempre vale a pena -
E  minhas lágrimas! Por tantas ilusões perdidas
Se fazem mais que pranto, se fazem rio perene
A sulcar meu rosto, já sem mais nenhuma expressão,.
Apenas como um simples retrato amarelado e sem cor.
Um rosto que se prendeu  no tempo e nem existe mais 
Ah! Essas minhas poesias! As vezes bêbadas, sem rimas,
Gritando nas noites frias (quando preferem nascer)
Em parto que a alma sente dor... por toda vida.


José João
29/08/2.013









terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um coração todinho só pra ti

Que queres mais? Que minha alma grite em alucinante desespero?
Se já a teus pés quantas vezes ajoelhei a fazer-me um teu servo!
Te fiz todos os meus sonhos, te dei toda essa minha humilde vida
Deixei até minha inocente alma  implorar-te amor, no chão caída

Quantas lágrimas aos teus pés eu derramei em demente contrição,
Rezando alto o teu nome como a única e a mais divina oração!!
Poderia,  e de bom grado, se quisesses carregar-te entre espinhos
E com a própria alma fazer-me teu escudo a limpar o teu caminho

Que mais posso dizer, posso fazer, que te faça em mim acreditar?
Minha alma te ama, todos os dias te ama loucamente muito mais
Vai silenciosa, cabisbaixa, ajoelhada, sem orgulho, vai te procurar
Senta a teus pés, te faz santa, te faz divina, belo sonho a sonhar

Te fizeste minha maior razão, pedaço completo que falta em mim,
Espelho a refletir-me, dos anjos, toda celestial candura de existir
És a essência que a vida me fez faltar, água límpida de doce fonte
Te daria até a vida se me permitisses um breve beijo em tua fronte

Não sei mais que fazer, minha alma aos teus pés, coitada, implora
Mas se não acreditas que em meu peito meu coração de ame tanto
Se não acreditas que seu pulsar é uma confissão desse tanto amar
Tama-o nas mãos e vê... ele feliz te confessando amor aos prantos


José João
27/08/2.013






Tudo em mim ainda é teu

Meus olhos vagueiam te buscando entre as lembranças,
Meu coração, em cada pulsar, grita uma letra de teu nome
E minha alma, como eco do pensamento, voa como louca,
Te procurando entre os tantos sonhos que me fizeste sonhar.
Tua ausência faz tudo ficar sem cor, vazio, sem vida,
A saudade, uma saudade doída, mais que todas que senti
Não me deixa pensar em mim, faz tudo ser tu, ou ser teu.
O volteio leve da brisa... me traz suavemente teu perfume,
Se se faz mais forte, rompendo o silêncio...sussurra teu nome,
Se uma nuvem se deixa ficar porque a brisa é leve...
Parece desenhar teu rosto, que apenas eu posso ver.
Até minhas lágrimas, quando suavemente deslizam em meu rosto,
Quando chegam em meus lábios têm o gosto de de ti, 
Fecho os olhos, deixo o sabor de teu beijo tomar conta de mim
E grito pra alma que voltaste. Ela corre de dentro do nada,
Pula sem medo pra dentro de mim, do meu sonhar acordado,
E quietinha se deixa ficar no gosto que sinto de ti,
Sussurrando teu nome como criança que no colo da mãe
Se sente segura para deitar, dormir e sonhar


José João
27/08/2.013



domingo, 25 de agosto de 2013

Na poesia...finjo como ninguém

Canto, com a voz do silêncio, nos versos tristes que faço,
Minhas dores verdadeiras e minhas mentiras fingidas, 
Nos meus versos posso  gargalhar como faria um mendigo
Ao lembrar-se que um dia teve belos momentos e recordar
Posso, como ele, também chorar ao  lembrar quem é agora.
Nos meus versos posso parar o rio caudaloso e manda-lo voltar
Para buscar aquela minha lágrima que ele esqueceu de levar
E ela sozinha não sabe chorar. Logo a lágrima que tem de ir,
Com o mar, neste por do sol, para um horizonte onde minha alma 
Pensa que ela está. Nos meus versos, posso chorar uma dor 
E culpar o vento, que sempre deixa pedaços de saudade 
Dentro dos olhos da gente, como se quisessem leva-los para alma.
O vento é sempre uma boa desculpa para se chorar sem chorar
Tudo isso faço em meus versos, finjo até escrever poesias
E todos pensam que é poesia, nelas sei fingir como ninguém,
Choro a vontade e ninguém vê lágrimas, só vê letras
Apenas alguns poucos nela veem um pedaço de minha alma


José João
24/08/2.013











sábado, 24 de agosto de 2013

Quero amar só por amar

Te amo e quero te amar sempre, com essa inocência
(Que ninguém mais sabe amar)
Do não saber até onde o amor, como amor, pode chegar,
Quero te amar com a inocência de nem saber o porque.
Te amar, apenas só por amar, te amar porque és tu,
Amar assim, loucamente, sem nem saber quem tu és,
Te amar, como já disse, por seres apenas tu.
Amar com esse amor louco, desvairado, sem sentido,
Desse amor que não se explica, que apenas faz viver,
Esse amor atrevido, querido, que se um dia vai embora
Deixa uma angustia tão grande, um vazio, um não querer
Leva consigo, na mesma hora, a vontade de viver.
Quero te amar assim, como só o amor faz acontecer.
Ficar forte, ficar fraco, saber sorrir, saber chorar
Ficar criança,  ansioso pra logo te ver chegar.
Quero te amar assim, um amor forte, um amor seguro,
Mas por insegurança, todo dia te conquistar.
Vou te amar por já estar pronto, estou pronto, pode crer,
Só falta que chegues... não precisa dizer quem é você.


José João
23/08/2.013




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Minha alma te guarda pra mim.

Bem guardados, dentro do coração e de minha alma
Estão os beijos que me deste e momentos que vivemos,
Raras relíquias que a vida me permitiu ficar e guardar
Como se para me fazer viver, lembrar o que um dia senti
E gritar ao mundo que vivo, ainda que por sonhos perdidos.
Minha alma se fez morada das coisas que deixaste,
Não permite nem que o esquecimento se aproxime,
Guardou tudo, como se tudo tivesse sido até ontem.
Teu sorriso, teu olhar perdido no horizonte, teu perfume,
Aquele teu jeitinho de morder os lábios, tudo de ti
Minha alma tomou de mim, para fazer dela, para se fazer viva.
As vezes conversamos os dois, nas noites, olhando estrelas
E nelas vejo a beleza de teus olhos, úmidos, sonhadores.
Como se fossem janelas para o céu. Quanta saudade!
Minha alma me tomou quase tudo de ti, mas ainda tenho,
Carinhosamente comigo, um pedacinho de teu coração
Brincando de amar, para sempre, um pedacinho do meu,
Te fizeste eterna e única, te fizeste ser para sempre.


José João
23/08/2.013



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Me deixaram assim, apenas isso

 Meus desejos, segredos, sonhos foram atirados ao tempo
Todos se fizeram trapos perdidos, varridos, levados pelo vento.
Foram por entre as saudades, ouvindo os gritos  desesperados
Que a alma  gritava como louca entre os nadas que ficaram.
Até o eco dos gritos se fizeram tristes, se fizeram lágrimas,
E voavam como orações rezadas sem fé, indo a nenhum lugar
Onde  pudesse se fazer ouvido ou sentido como dor.
Minhas lembranças se fizeram pedaços amargos de vida,
Tão dolorosos que o esquecimento se recusa a leva-los
Para qualquer lugar distante onde o silêncio não tenha  voz
Para martirizar a alma agora tão sofrida e vazia dela mesma.
Me perdi, os caminhos se fizeram estreitas e insólitas veredas,
Onde os passos tropeçavam e os pensamentos se faziam bêbados.
Fiquei mendigo. Alma em trapos, coração em frangalhos,
Olhar perdido por não ter nada pra ver, braços estendidos,
Mãos abertas, frias, carentes, mendigando um pedacinho de calor
Fiquei vazio, sem nada pra dar. Nada. Estou tão vazio,
Que agora até os meus beijos têm apenas o gosto de beijo,
Não têm mais o sabor de minha alma.


José João
20/08/2.013









segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Levaram o melhor pedaço de mim

                    Uma pequena parte de mim sou eu, a procurar-me
Entre os fragmentos que ficaram dos tantos sonhos perdidos.
A outra parte de mim, a maior parte, não sei.
A parte mais importante de mim, onde guardava as lembranças,
A vontade de amar, os sonhos, os pedidos feitos em oração,
Aquela parte que insiste em ser sonhadora, a se entregar,
Em viver. Essa parte, se ainda existe, não é mais minha,
Ou não sou eu.. Sou agora um vazio que insiste em viver.
Fiquei pequeno, me confundo com a solidão que me ocupa todo,
Que me invade a alma, agora incompleta, que me toma
E me faz  resto de mim. Sou agora o que restou de um adeus
Que não queria, nem dizer, nem ouvir. Vida ou destino, não sei,
Mas me rompeu em pedaços, fiquei com minha menor parte,
Essa que não vale mais nada, porque desaprendeu a amar.
Minha parte mais importante, o maior pedaço de mim,
Aquele onde a alma ficava guardada... foi como louca...
Gritando ao tempo: Te amo...te amo...te amo...te...


José João
19/08/2.013






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Nunca te sintas só

Talvez um dia alguém te diga da dor que em mim deixaste.
Quem sabe um dia, quando a solidão te cortejar a alma,
Te espremer o peito com um dolorido e sufocante ardor 
Desses que faz da morte protetora, até  fazer-se  favor...
- assim como eu senti -

Talvez um dia o silêncio te pese nos ombros, te faça calar,
Te  faça  ouvir o pulsar do coração pedindo um carinho
E entre soluços, tua voz se perder num triste sussurrar
E tua alma aflita pedindo pelo menos um sonho pra sonhar...
- como foi comigo -

Quando numa noite qualquer, ouvires teus soluços gritando
Dentro do peito, e tua alma em confusão perdida no tempo
E tu, como companhia  tendo lá fora apenas a voz do vento
- como tantas noites eu tive -

Quando te sentires assim, sem caminhos e sem onde chegar
Quando o adeus que disseste se fizer dor e te fizer chorar
Não te sintas só, minha alma está contigo, nunca deixei de te amar
- assim como não fazes comigo -


José João
16/08/2.013






quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que meu coração quer te dizer

Meu coração, quando  te vê, dispara acelerado,
Pula dentro do peito como se quisesse cair em tuas  mãos,
Grita teu nome num pulsar frenético, descompassado...
Nem percebes, mas ele não desiste. E meus olhos...
Amigos que são do coração,  te olham  atônitos, admirados,
Também como se gritassem: Olha o que queremos dizer.
Meus olhos... te veem, meu coração te sente,
Meus lábios balbuciam teu nome loucos  de desejo,
E minha alma, se entrega toda em sonhar contigo.
Não foi culpa minha, nem tua também, talvez tenha sido
Dos teus olhos com essa cor de inocência, ou do teu sorriso,
Brincando de encantar, dos teus lábios com  gosto de querer,
Quem sabe teus cabelos brincando soltos ao vento!
Moldurando teu rosto de anjo, de sonho e de mulher.
Ah! Quando esses meus olhos te veem!
Quando esse meu tão louco e carente coração te sente!
Se um dia me fosse dado o milagre de meus olhos
 (janelas de minha alma) olharem bem dentro dos teus...
De meu coração pulsar bem pertinho,  juntinho do teu,
Eles te diriam bem baixinho o que tanto te querem dizer.


José João
15/08/2.013






Minha alma é livre para te procurar

Minha alma é livre. Voa por campos, por sonhos.
Voa por entre o tempo, passeia brincando pelos ontens,
Do hoje se faz passageira para o amanhã, que há muito,
Foi escrito. Minha alma, ousada e carente, sóbria e louca
Caminha por caminhos sem chão, sem rumo, apenas vai,
Como se a liberdade fosse um caminho para seguir 
Onde qualquer direção leva a algum lugar, não importa.
Faz rota nas estrelas, brinca com o luar,  
Que caminha na noite, incansável,  fabricando sonhos.
Voa com a brisa, vai além mar nos rastros da lua,
Cavalga nas ondas - minha alma é poeta - pára o vento
Para ouvir o canto melodioso do silêncio, que baixinho
Diz para o mar que a lua está apaixonada. Minha alma ouve.
Minha alma é livre...livre para ir nos horizontes, qualquer um.
Ela é livre, como são livres minhas poesias,
Que loucamente procuram os rastros que não deixaste.
Alma e poesia são livres para irem em qualquer lugar.
Desde que sempre estejam a procura de ti.
Que não sei onde está.


José João
14/06/2.013


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como deixaste minha alma!

Minha alma, te lembras como a entreguei pra ti.
Cheia de risos, sonhos coloridos e por colorir
Sonhos, até de criança, tão inocente que era
Tudo a ti entregou,  seduzida por um teu sorrir

Chegaste de mansinho, fizeste dela tua morada
Te acomodou, como mãe ao filho acomoda
E se entregou  toda, sem medo, doce e serena
Que contigo a vida seria completa, toda e plena

Viveu teus sonhos como se dela eles fossem,
Se vestiu de ti para se fazer de um só coração
Chamava teu nome como se reza uma oração

Vês como a deixaste!? Resto no chão caído
Demente, rezando orações sem nenhum sentido
Inerte, coitada, morta sem ainda ter morrido


José João
14/08/2.013


Ontem jurei te esquecer

Jurei, ontem, para minha alma, que te esqueceria,
Que não deixaria mais meus pensamentos, como loucos,
Voarem sem rumo, com o vento, a procura de ti
Chorando por qualquer resto que tenhas deixado ficar,
Talvez até por pena de mim. Jurei. Não te procuraria mais.
Prometi a minha alma que sonharia sonhos novos,
Inventaria, se fosse preciso, histórias novas, outros momentos,
Que até poderia fingir vive-los. Criar, assim como fazem os poetas,
Sorrisos que se fazem verdadeiros por enganar quem os vê.
Inventei estradas que nunca vi, nas que andamos juntos
Reinventei meus passos apaguei os teus e segui sozinho, 
Dei outras cores para as flores, apaguei os mal-me-queres,
Plantei os bem-me-queres e olhei para trás esperando alguém.
Depois de tudo isso, depois de jurar para alma que te esqueceria,
Depois de refazer rotas, caminhos, replantar flores,
Quando quase refiz  os sonhos, me volta o vento, lá de não sei onde,
Dizendo que vu um pedaço de teu olhar buscando no tempo,
O que ele também não sabe, mas foi tanto para minha alma,
Que como penitência se ajoelhou sobre pedras, 
Pedindo perdão por mim, dizendo que jurar é pecado.


José João
14/08/2.013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A saudade me ajuda viver

Meus olhos correm aflitos buscando teus rastros,
Minha alma se ajoelha chorando a distância entre nós dois
O eco do silêncio se faz mórbido gritando gargalhadas indecentes,
Voando entre as angustias que ficaram marcando o tempo.
Um sonho e uma lágrima fogem do passado e correm desesperados,
Se escondem dentro de uma saudade que vou sentir só amanhã,
Não cabem na saudade que sinto hoje, a de amanhã será bem maior.
Um soluço, vindo lento, lá de dentro da alma, custa a  chegar,
Vem reticente como se buscasse na lembrança um nome,
 Ou uma imagem que meus olhos teimosos buscam no tempo
Mas uma nuvem de solidão, ou lágrimas, não lhes permitem ver.
Pedaços de sonhos, fragmentos, se fazem relíquias para a alma,
Que paciente, junta-os, costura-os como se fosse uma artesã,
Tentando alinhavar, entre pontos perdidos, pedaços de vida,
Mas os pedaços mais completos, a alma não encontrava,
E nem podia, se foram contigo. Comigo ficou só a saudade de ti,
Com que me vesti...para lembrar que ainda vivo.


José João
13/08/2.013

sábado, 10 de agosto de 2013

Qualquer carinho me serve

As vezes sou poesia, em outras sou um verso
As vezes sou uma rima que não tem com que rimar
Pois como verso inacabado, sem história pra contar
Me faço de um poema que ninguém quer escutar

As vezes sou saudade, em outras sou solidão
Cantando no fim da tarde uma canção sem melodia
Espero a inspiração nas estrelas que vão chegar
Mas chega a madrugada e a poesia é um chorar

As vezes sou um jardim que o jardineiro podou
Também as vezes sou galho  que o jardineiro cortou
Fico no chão caído, galho seco, sem ter flor
Aos poucos vai se quebrando por tão seco que ficou

Até  folha também já fui, um dia verde robusta e bela
Mas com o tempo passando, fiquei fraca e amarela
Um dia um vento do norte, do galho me arrancou
Entre leves volteios teimosos no chão ele me atirou

Já fui pedra que na estrada, entre flores já morou
Sentindo o perfume delas que em mim não se pegou
Cruel sina a de uma pedra, que todos julgam sem vida
Mas com certeza um dia uma pedra também chorou

Já fui um raio de luar, muito elegante, majestoso e belo
Que com a estrela mais brilhante brincava de namorar
E a estrela, bela e vaidosa, se enfeitava para brilhar
Numa tentativa de, eu por ela, uma noite me apaixonar

Hoje, coitado sou um pedaço, o menor pedaço de mim
Andando pelas estradas, por veredas sem ter onde chegar
Procurando por migalhas, tão difíceis de encontrar
O pedaço de um sorriso, quem  perdeu para eu achar?

Ou até mesmo um abraço, mesmo velho e já vencido
Um beijo! Não peço tanto, este nem mesmo sonhando
Um resto de olhar perdido que esqueceram de dar
Qualquer carinho me serve...até um ombro pra  chorar.


José João
10/08/2.013







Insensatez

Vivi muitas histórias de amor, algumas minhas
Outras de quem nem conhecia mas fiz minhas,
Por serem completas, perfeitas, sem fim, para sempre.
Inventei histórias por que as minhas eram ontens perdidos.
Gritei versos ao vento, vivi amores fingidos, criei sonhos.
Aprendi até a mentir para minha pobre alma carente
E assim enganar meu coração. Sonho contigo nas noites
E digo que estás aqui, que sinto teu perfume, que ouço tua voz
Engano até a mim mesmo, finjo pra mim que nunca partiste.
Vou buscar a mais prazerosa saudade de ti,
Ainda assim meus olhos choram, minhas lágrimas te buscam
E minha voz, sem que eu peça ou queira, balbucia teu nome
Entre os soluços que também não queria chorar.
Reinventei histórias com teu nome. Sabe aquele meu olhar?
Aquele quando me disseste adeus? Te lembras?...Aquele
Que chorou um pranto dolorido entre sonhos e vazios?
Que te seguia entre estradas e caminhos sem teus rastros?
Fiz dele um outro olhar, reinventei um olhar perdido
No horizonte, mas cheio de esperanças. Vãs, eu sei. Insensatez
Mas mentir para minha alma ficou tão fácil!
Tua ausência a fragilizou tanto que qualquer sorriso fingido,
A faz alvoroçar-se toda se enfeitando pra ti.


José João
10/08/2.013








Eternidade e infinito?! Pedaços de minha dor

Meus olhos são tristes, minhas lágrimas abundantes,
Mas não caem no meu rosto, não se deixam aparecer,
A dor diz  que,  para ela, é mais divertido que chore com a alma,
Assim ela dói bem mais e se faz mais verdadeira.
Então meus olhos choram para dentro de mim, aflitos,
E se confundem ao se verem vazios chorando tanta dor,
Opacos, sem o brilho das lágrimas a que se acostumaram tanto.
A solidão, surpresa, olha dentro deles e não vê pranto,
Se faz mais forte, mais densa, se faz tanto, e tão intensa
Que me faz até sentir teu perfume entre meus desejos.
As lágrimas  se fazem mais, a alma se encolhe, se faz menor,
Como se a dor não lhe doesse tanto por estar tão pequena,
Mas esta se faz do tamanho da saudade, que até ontem,
Era apenas do tamanho do infinito,  hoje,  infinito...
É só a fração de um pedaço do momento da dor que sinto,
A eternidade se faz até bem ali onde meus olhos,
Mesmo chorando ao gosto da alma, ainda te procuram 
Eternidade e infinito são apenas pedaços da dor que sinto


José João
09/08/2.013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O labirinto que tua ausência teceu

Quantas noites acordado entre lágrimas e solidão,
Buscando caminhos entre estrelas para sonhos que não sonhei.
Quantas noites de frio se fizeram estradas para angustia,
Para o sono ir-se e deixar bem claro para alma, os momentos
Vividos dentro das dores deixadas pelos lamentos do adeus.
Quantas noites vazias de sonhos, a vida gritava aflita
Heresias como orações rezadas pelo desespero da alma
Que se ajoelhava em prantos, mendigando um pedaço de olhar,
Um pedaço de sorriso, uma migalha de qualquer  querer.
Ah! Dor,  tenaz, calcinante, como afiadas arestas de pedras
Calcinando e ferindo, feito punhal, corações carentes,
Solitários a se fazerem andarilhos sem horizontes para chegar,
Levando no peito apenas mágoas, e nos olhos perdidos,
Somente lágrimas para gritar chorando a falta de sonhos 
Ah! Essas noites vazias em que sinto saudade de mim,
E vou, em vão, buscar-me num passado que se perdeu,
E na volta, me perco nos labirintos que tua ausência teceu.


José João
08/08/2.013


As palavras são tão poucas

O desespero toma conta de mim, me deixa perdido
Procurando  palavras, que se fazem tão poucas,
Quando quero dizer de todo meu sentimento.
De que adiantaria dizer te amo? 
Por mais que minha alma gritasse...seria tão pouco.
Se eu dissesse: Não vivo sem você. Que adiantaria?
São palavras tão comuns que se fazem pequenas
Para o tamanho do que minha alma sente e grita,
Foste muito mais do que um dia pedi, muito mais,
Mais que todos os sonhos que me permitiram sonhar
Te fizeste, em mim, tão maior que tudo 
Que para viver minha vida tinha que viver primeiro a tua.
Que palavras poderiam dizer esse tanto sentimento?
As palavras, todas elas. Todas. Não podem dizer
O que minha alma sente. A vida te fez mais que tudo,
Talvez, se todas as palavras tivessem nascido de dentro 
De minha alma, talvez assim, elas dissessem um pouquinho
Do que sinto, do que quero te dizer e não posso.
As palavras, coitadas,  são realmente muito poucas para tanto.


José João
08/08/2.013



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Vai, voa minha poesia

Que minha poesia voe como voa o pensamento,
Voe como pássaros na direção do infinito distante,
Ou como canção viajante nas asas da solidão.
Que leve minha voz sussurrante nos versos, nas  rimas
Nascidos das lágrimas que choram  meu coração.
Que faça caminhos nas ensolaradas manhãs
Até chegar no horizonte colorido de sonhos
Onde o sol começa, preguiçoso, a dormir. Vai.
Vai minha poesia, por qualquer lado, qualquer caminho
Qualquer direção, sempre há, lá na frente, um horizonte.
Vai, minha poesia, e mostra minhas lágrimas e saudades
Àqueles que, como eu, choram também suas dores,
Ah! Minha poesia! Voa. Vai entre caminhos perdidos,
Entre cercas, entre quintais e corações. Leva minha voz
Por jardins floridos, amores esquecidos, sonhos perdidos.
Deve haver, minha poesia, um coração vazio, chorando.
Talvez, como o meu, esse que a solidão inspira tanto.
Vai minha poesia. Vai por onde nem eu mesmo sei.
Vai e fala para o mundo essa falta que dói tanto,
Essa falta que não sei dizer....só sei chorar.


José João
06/08/2.013



domingo, 4 de agosto de 2013

Quando meu coração chora teu nome

Gosto de estar sozinho ouvindo o silêncio da solidão,
Assim ouço meu coração dizendo baixinho, letra por letra,
Teu nome. Aí os olhos, a cada letra, choram uma lágrima,
A cada lágrima, uma saudade e a cada saudade uma dor.
Quando todo teu nome é dito, quase me faltam lágrimas,
A saudade me tomou todo, se fez um mundo dentro de mim
Que até a própria solidão enternecida consola minha alma
Dizendo que se contente com o prazer de ouvir teu nome,
Que com ele vou buscar momentos e sonhos que foram vividos,
Sentidos, e pior seria não te-los, agora que já não estás.
Não me zango quando o silêncio da solidão
Me faz ouvir meu coração chamando teu nome, as vezes  parece
Que entre soluços, num respirar mais profundo, te chama querida
Num se arrastar triste, num pulsar cuidadoso para não errar letras,
Ele diz que se isso acontecesse não se perdoaria, pois teu nome
É como se fosse uma oração que se precisa rezar para viver,
É um infinito que  faz de cada lembrança uma eternidade.
Me faço ouvinte do silêncio, inquilino da solidão, passageiro da saudade
E vou, deixando cair aos meus pés cada letra de teu nome 
Acomodada dentro de cada lágrima que meus olhos tristes e teimosos
Insistem em chorar e deixar como rastros perdidos no tempo.


José João
04/08/2.013




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O artesão de minhas memórias

Amei, amei como talvez nunca ninguém amou,
Amei com toda  loucura de uma alma inocente
Que se perde encantada entre sonhos que ninguém sonhou.
Me entreguei aos tantos amores que vivi, todo e pleno,
Pensando que o adeus que tantos choravam aflitos,
Eu não precisaria chorar, fazia de cada um deles
Apenas uma lembrança perdida entre os tantos que disse.
Corria entre meus sonhos gritando nomes que de cor eu sabia
Sabia o nome de beijos, conhecia cada olhar que me envolvia
E sabia até o que cada um dizia. Amei sonhos, momentos,
Me envolviam ternos braços que me cariciavam serenos,
Doces beijos trocados com um forte sabor de desejo.
Amei como se amar fosse rezar a oração que se precisa
Para viver,  para fazer do amanhã uma nova poesia.
Amei como nunca mais, eu sei, vou amar outra vez.
Depois que me perdi de mim, me encontrei entre os vazios
Que ficaram, me descobri  forjando sonhos que não sonhei,
Hoje sou um artesão de minhas próprias memórias
Alinhavando-as como trapos rotos, caídos, perdidos,
Tentando costurar em vão os pedaços, os restos,
Que a alma, chorando, deixou cair com os prantos.


José João
01/08/2.013