quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Amanhã... quem sabe?

Hoje não sei escrever, minhas mãos tremem, suam...
Ficam paradas, estáticas, os olhos vagueiam no vazio,
Pensamentos e sonhos se esconderam atrás do nada
Que de repente se fez espaço na demência do tempo,
Que se arrasta lento, preguiçoso sem querer passar.
As palavras, ditas pela incoerência da dor que agora sinto,  
Se misturam com o silêncio prestimoso em fazer a dor doer mais
E as mãos, se juntam como se estivessem carentes, se acariciam
Nervosas, em posição de prece pedindo o que nem eu sei.
Sei apenas que hoje não sei escrever, as palavras se perderam,
Meu pensamento ficou mudo como se pensar fosse proibido,
Como se sonhar  fosse pecado e escrever fosse chorar,
Como se as letras fossem lágrimas caídas no papel
E a poesia que nasceria molhada pelo frio pranto derramado
Preferiu não nascer e assim, hoje... não sei escrever.
Ontem fiz uns versos sem rima, cheios de solidão e angustia,
Uns versos como trapos, rotos, desbotados, sem cor,
Ficaram atirados num canto do tempo, perdidos, esquecidos,
Como se fossem pedaços de dores de alguém tão despercebido
Que ninguém nem se preocupa em saber ou faz que não vê.
Ontem foi assim, hoje...já não sei escrever...amanhã...
Amanhã, talvez as palavras se façam versos e os versos
...Se façam poesias...amanhã, quem sabe, eu saiba escrever!


José João
28/02/2.013







 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Amar é sempre preciso.

Amar! Amar! É a minha maior necessidade,
É navegar nas emoções mais ternas e vivas
É fazer-se estrada e caminhante e ir sem medo
Pelos momentos, pelos sonhos e por segredos

Segredos que a alma quer gritar por tão incontida,
Pela euforia da entrega onde loucura se faz razão.
Onde respirar é apenas inalar o desejo do outro
Numa entrega ardente de carne, de alma e paixão

Não vivo sem a vontade, até frenética, de amar
De deixar na alma esse tremor gostoso de sentir
De esperar ansioso para responder: Estou aqui.

Deixo que o amor me complete e me consuma
Que deixe na alma, entre as emoções sentidas
Aquela em que toda minha vida... se resuma


José João
24/02/2.013



Só sei brincar de chorar

Estou triste, perdi, talvez, o melhor pedaço de mim
Já não sei mais sonhar, o vazio se fez denso e forte
Perdi a ternura de ser, desaprendi até mesmo cantar
Se fecho os olhos nem uma flor não sei mais desenhar

As nuvens se fazem desenhos sem forma e sem cor
Não sinto mais a sutileza da brisa beijando meu rosto
Meus olhos, em prantos confusos e sem nenhum pudor
Se enchem de lágrimas por qualquer ai que nem seja dor

Até a noite que nos braços me punha me fazendo sonhar
Agora me deixa no frio do silêncio sem poder nem pensar
Nos momentos que um dia, ainda criança, ousei desejar

Por falar em criança, a criança que fui se deixou sufocar
Nas dores que a vida, entre tantas perdas, quiseram ficar
Agora pode até ser estranho mas só sei brincar de chorar


José João
23/02/2.013





sábado, 23 de fevereiro de 2013

Os passos da solidão

Nunca estive só, sigo por  veredas, caminhos, estradas,
Volteio por imensos jardins cheios de terna beleza
Brinco com o vento que vai entoando estranhas canções
Sempre com ela a meu lado, sempre as mesmas emoções

Me sento no meio da tarde vendo as nuvens brincando
De enfeitar o céu, Os lírios se debruçam beijando o chão
Parecem ficar de joelhos rezando em silêncio suas orações
Sempre com ela a meu lado, sempre as mesmas emoções

Sussurro cantigas  que só minha alma atenta pode escutar
Desses cantos em ais que saem dos mais tristes  corações
Sempre com ela a meu lado, sempre as mesmas emoções

Caminhamos por horas na areia, deixando marcas no chão
Seus passos e os meus caminhando sempre numa só direção
Os dela, onde estão? Ninguém pode ver os passos da solidão


José João
23/02/2.013







sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

De onde veio essa dor?

Ontem, ao por-do-sol, até meus pensamentos choraram
Correram, voaram desesperados para um horizonte
Onde nunca fui, mas foi como se já estivesse estado lá
Corri entre flores que nunca vi, até chorei um outro chorar

Não sei se foi saudade... até de histórias que nunca vivi
Não sei se foram lembranças perdidas guardadas na alma!
Sei apenas que os olhos se perderam num distante vagar
Como se aflitos buscassem em vão o que não podiam olhar

Não sei se foi angustia ou dor, mas uma dor que nunca senti
Talvez tenha sido pela carência de um sonho para sonhar
Que o pensamento fez do por-do-sol estrada para ir buscar.

Os devaneios iam sendo levados por sensações incontidas
O coração batia  mais forte e uma ansiedade se fazia viva
Tão grande a dor que o pranto se fazia de lágrimas repetidas


José João
22/02/2.012





Os pedaços de mim

Pedaços de mim, caídos entre escombros de sonhos mortos,
São levados como nada pelo vento, sem nome, como resto,
Indo sem ser, pelo menos, uma lembrança que fica no tempo.
Só fragmentos que se sufocam por prantos, dores e lamentos

Alguns pedaços se perderam no ontem, outros foram por aí,
Desatentos por tanta angustia, esqueceram que o hoje existe
Buscaram logo o amanhã como se nele pudessem se esconder
Deixando assim tudo que não fosse apenas a vontade de viver

Incompleto, fiquei sentado no nada, dentro do vazio de mim
Que ao mesmo tempo me engolia, sufocava e se fazia tudo
Só não se fazia voz, porque o vazio de nós, são todos mudos

Tentava, desesperado, juntar pedaços que se deixaram ficar
Nos prantos que ainda não havia chorado, mas as lágrimas,
Marcavam meu rosto para que tudo fosse  sempre lembrado


José João
22/02/2.012





segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"As vezes sou multidão..."


"As vezes sou uma multidão...outras vezes não sou ninguém"
As vezes sou minha própria razão, meu mundo em ebulição
Outras vezes sou apenas parte de mim, um pedaço perdido
Eu, todo eu, sou quando me faço um livro que escrevi no chão

Parte de mim me devora, me come as vontades e pensamentos
Outra parte  de mim me completa, me escreve poesias na alma
Parte de mim é criança brigando para não crescer, apenas ser
Uma outra parte de mim, essa sem sonhos, quer apenas viver

Parte  de mim é toda ilusão, sonha sonhos que não devia sonhar
Outra parte é herói vai buscar saudades que não devia lembrar
Mas uma outra parte de mim é covarde, essa que só sabe chorar

"As vezes sou uma multidão...outras vezes não sou ninguém"
As vezes sou um história que foi contada sem ninguém ouvir
Será que para alguém posso ser um a lembrança? Um existir?


José João
18/02/2.013


Minha culpa

Como areia, a derramar-se entre os dedos, foram os sonhos,
Foi o amor que tive nas mãos, e até ouvi promessas eternas,
Os momentos se fizeram infinitos, vivos por tão verdadeiros
Mas o tempo ou o destino não se fizeram bons conselheiros

Errei, me fiz de mera ilusão, me fiz de apenas um passageiro
Dentro de um coração que queria, que até pedia muito mais
Me deixei ser um sonho tão pequeno que não valia mais a pena
Ser sonhado,  me fiz tão pouco que até a alma se fez pequena

Assim como a água que desliza por entre as pedras se foram
Todos os momentos, se foram todos os sonhos, fiquei aqui,
Só, parado dentro de mim, revivendo os erros que cometi

Ela se foi assim como o vento, sem deixar rastros no tempo
E eu, o único culpado de minha própria tristeza, me calo
E dessa dor, em silêncio na noite,  só para a solidão eu falo


José João
18/02/2.012

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Afinal...quem sou eu?

As vezes me pergunto quem sou. Quem sou eu?
Grito alto para o mundo ouvir. Espero uma resposta
...Que não vem. Me sento sozinho na porta do tempo,
Sentado sobre o nada a ouvir apenas a voz do vento

Que não traz resposta. Mas eu... as vezes sou poeta,
Desses que escreve versos amargos com palavras rotas
Que faz  rimas enfurecidas, em versos que não tem fim
Por que as palavras se perdem em sonhos e voam soltas

As vezes sou o poeta dos prantos por tantas perdas vividas
Em outras sou um palhaço poeta, rindo irônico da vida
As vezes sou um mentiroso poeta chorando dores fingidas

Mas afinal quem eu sou? Uns dizem que sou pobre poeta
Outros dizem que não, que não passo de um sonhador
E uma lágrima me diz baixinho: Você é um péssimo fingidor


José João
17/02/2.013
                                           

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A estrela dos amantes

Muito longe, onde sós os amantes podem chegar, em desejos,
Em sonhos, em pensamentos que só os apaixonados sabem ter,
Existe uma estrela feita de flores, de versos e ternas poesias
Mas poesias diferentes, poesias que só os anjos sabem escrever

Dizem que lá os amantes não precisam de palavras, só de beijos.
Dizem que os olhos aprenderam a dizer: Te amo... sou todo teu,
Que os carinhos e suspiros apaixonados se misturam com o ar,
Que dizem ser mágico, faz aumentar sempre a vontade de amar

Nessa estrela, dizem não existir adeus, assim não existe pranto
Dizem que as lágrimas são sorridentes pingos de amor nos olhos,
Se fazendo luz, brincando de criança buscando o mais belo canto

Dizem que lá ninguém  sabe o que é angustia, solidão, ou tristeza,
Que anjos ficam buscando corações que ainda não se apaixonaram
E quando encontram, lhes dão emoções que nunca nem sonharam


José João
14/02/2.012




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

As lágrimas e a chuva

Lá fora, a chuva em monótonos versos, declama uma poesia,
Melancólica, sem rimas, escrita em prantos caídos do tempo
As horas se arrastam lentas, chorosas, ritmadas no mesmo tom
Fazendo da tarde uma história triste, sem luz, de apenas um som

O vento em loucura aparente se faz fantasma em dementes uivos
E os trovões, histéricos, voz rouca, ecoam em atrevidos gritos
E as plantas se agitam frenéticas pelo desespero de não poder,
Arrancarem-se da terra, e livres, da tempestade, poder correr

E a chuva continua, em tormentosos prantos, a se atirar no chão
A fazer-se rios e correr nas ruas entre pedras, cercas e jardins
Apressada, se faz correnteza a ir-se, cantando a mesma canção

Quantas lágrimas consigo não leva nas águas que leva ao mar?
Quantos prantos, no chão caídos, com ela vão a se misturar?
Será que as lágrimas que minha alma chorou ela pode levar?


José João
13/02/2.013



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Não precisa dizer adeus


Não acene adeus quando passar por aquela porta,
Nem olhe para trás. Vai, não precisa olhar outra vez
Os olhos que, em prantos, te pediram, imploraram,
E os teus, vazios, secos, um último olhar me negaram

Vou fechar a porta assim que saíres, fica mais fácil,
Assim não precisas parar no umbral, entre dúvidas
E remorsos. Segue tua vontade de outro recomeço
Talvez essa tanta saudade tua seja tudo que mereço

Vai. Prometo. Não vou chorar mais, se isso te ajuda.
Vai em silêncio, não diz mais nada, e nem adiantaria
Que valem agora as palavras? Certamente mentirias

.Não se prenda a sentimentos que nem sabes se sentiste
Agora vai, talvez por todos os sonhos terem sido meus
Me faz ser bem mais difícil te dizer adeus...mas adeus


José João
12/02/2.013







segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Nunca fui além de ti

Quero, na imensidão da luz desse terno olhar,
Fazer morada. Fazer-me cativo, ser apenas eu
Buscar-me dentro de tua alma como se fosse
Meu paraíso, e dentro dela ser somente teu

 Eu. A dourar-te os sonhos, a faze-los vivos,
Te botar no colo e como criança te ver dormir
Buscar dos anjos cantos divinos... te acalentar,
Respirar baixinho para teu sono não incomodar

Fazer com nuvens laços e flores pra te enfeitar
Jamais ir além que ser sempre e totalmente teu
Rasgar o peito, se for preciso, pra te guardar

Quero ser a medida certa, onde possa alcançar
Coração e alma e neles, quietinho, poder ficar
Até que mandes, de dentro deles, me levantar.


José João
11/02/2.013







Em qualquer lugar...

Em qualquer lugar sonho meus sonhos,
Derramo meus prantos e fico sozinho.
Até entre a multidão sem nome e sem rosto
Ou em qualquer vereda... qualquer caminho

Onde possa estar, sinto a mesma saudade,
As mesmas angustias, até a mesma solidão
Lembranças vêm e vão como sombras
Perdidas como fantasmas caídos no chão

Qualquer lugar é lugar para lembrar perdas,
Para lembrar momentos no tempo perdidos
Que no vazio do nada ficaram esquecidos

Onde estiver serão as mesmas lembranças
O mesmo eco de tantas palavras não ditas
Sufocadas pelo silêncio de dores tão infinitas


José João
11/02/2.013



domingo, 10 de fevereiro de 2013

Confidências

Não posso dizer que as lágrimas que chorei
Foram todas de saudade pelos tantos adeus ouvidos.
Nem posso dizer que todas foram de dor pelas perdas,
Ou pela solidão sentida nas noites, em que sozinho,
Ouvia minha própria voz entrecortada pelos soluços,
Tentando chamar um nome que não soube esquecer.
Não vou dizer que todos os meus prantos
Foram chorados por carências ou por sonhos perdidos
Feitos, agora, de fragmentos levados pelo tempo
Deixando como rastros o perfume que sempre ficou.
Minhas lágrimas! Não vou dizer que foram choradas
Pela falta dos carinhos que nunca dei, nem recebi, 
Pela falta da ternura de um olhar que me dissesse: Te amo.
Também não posso dizer que chorei pelas dores
Que minha alma, de mim escondida, chorava nas noites
Me deixando acordado, usando meus olhos cansados,
Pelo prazer de chorar... algumas vezes nem sei o por quê.
Não posso dizer que angustia e medos me fizeram chorar,
Me levaram às lágrimas e prantos que não sabia explicar.
Sei que chorei, e muito, mas não por esses tantos motivos
Que tão pouco seriam, jamais me fariam chorar tanto assim
Mas todo esse pranto, essas lágrimas que até minha alma
Gritava em mudo silêncio por pena de mim...tudo isso
É, e não minto, agora posso falar, gritar, posso dizer.
Tudo isso é...só essa  falta de você.


José João
10/02/2.013

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Amor, esse eterno amor

O amor é eterno e se completa com a saudade
Há sempre um adeus, mesmo que não se queira
Mas para se fazer eternidade o amor precisa,
Que a saudade, após o adeus, se faça viva

O adeus, apesar da dor,  não é o fim de um amor
É apenas outra forma de sentir, outra forma de amar
É fazer a alma perceber uma outra maneira de viver
Saber ir buscar os sonhos e deles nunca se perder

O amor é eterno dentro de cada coração que ama
Até os momentos se confundem se fazem de sempre,
E a dor do adeus, devagar, transforma a alma da gente

Nasce nela uma ternura ... outra maneira de pensar
Até nos surpreende quando o lembrar nos faz sorrir
Aí nos invade uma saudade até ... gostosa de sentir


José João

09/02/2.013



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O cisne (homenagem)

                                          John Lennon da Silva

O palco lhe é um lago ao som divino da luz
O corpo se mexe em volteios como brisa leve
A esvoaçar no espaço a brincar, e solto flutuar.
O cisne já quase não vive mas ainda faz sonhar

Os braços se fazem asas num lento querer voar
O corpo se agita e a alma artista lhe empresta voz
A contocer-se em mudas súplicas, em doce pranto
A lhe dar na agonia lenta, sutil beleza e terno encanto

E ele, o artista, na dança se põe entre beleza e dor
Tão leve o valsar que até parece indo ao vento, ao léu
Pra ele o palco não se faz lago, é um pedaço de céu

Os braços se elevam ao alto como orações perdidas
No artista, talvez se façam, pedidos de viver o sonho
Na beleza do fazer, no palco, a dança da própria vida.


José João
08/02/2.013


Obs.: Caso o artista não concorde com a imagem
           e o texto, por favor deixe um cometário que
           humildemente excluiremos esta postagem.


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Estrada vazia


Para onde vai essa estrada cheia de folhas caídas
Como se fosse de outono, folhas mortas sem vida?
Para onde vai essa estrada, sem ter rastros no chão
Até parece que por ela quem caminha é a solidão!?

É uma estrada vazia, parece que a tristeza deixou
Um denso cheiro de nada quando por ela passou
Até o sussurro da brisa parece com um queixume
Por não levar da amada o cheiro de seu perfume

Única flor que nasceu na margem desse caminho
Que deitada sobre a pedra vê o vento ir sozinho
A estrada não permite qualquer forma de carinho

Mas por essa estrada, que nem horizonte não tem
Que até a sombra do nada por ela não quer passar
Eu, minha solidão e tristeza vamos nela passear.


José João
04/02/2.012







O passarinho apaixonado


Canta alegre um passarinho no roseiral
Inquieto, a inquietar-se com a demora
De quem, talvez, a esmerar-se no ninho
Seja aquela a quem ele, feliz... namora

A ansiedade se faz no canto, no chamado
E um nome grita no seu mais belo trinado
Gorjeio doce, terno a fazer-se um canto
De confissão de um eterno apaixonado

Continua o passarinho em belos gorjeios
Trinados breves ou longos como poesias
Em versos alegres lindas notas e melodias

Chamando a amada que no ninho se enfeita
De repente ela surge, graciosa, doce e bela
E o passarinho... canta mais bonito só pra ela.


José João
04/02/2013



Pranto, flores e primavera

Ouço a voz do vento cantando para a primavera,
Só sei chorar. Ouço a brisa soluçando uma canção
Que não sei cantar. De repente um pranto cai
E grita chorando uma saudade que com ele vai

Por caminhos que não vi nem sei onde vão parar
Do meu peito um soluço, sai teimoso a procurar
A liberdade que procura para se fazer de voz
Mas o tão triste silêncio da solidão o faz calar

Meus passos se perdem nas estradas que não sei
Se são estradas ou labirintos a se fazerem chão
Em que os bouquets coloridos são feitos de ilusão

A alma e pensamento se confundem em apenas um.
Com o perfume da primavera o pranto se mistura...
E vão indo com as flores como se fossem  pintura




domingo, 3 de fevereiro de 2013

Que venham as ilusões


Hoje ainda não acordei, tentando sonhar sonhos
Que ainda não sonhei. Procurando espaços vazios
Entre aqueles que se foram perdidos por aí
Mas se fizeram saudades escondidas na alma,
Sonhos que ficam sem se fazerem esquecer,
Ficam guardados como relíquias, mas vivos,
Latentes, qualquer saudade pode desperta-los.
Esses sonhos antigos que se fazem de sempre,
Talvez por minha culpa, culpa dos meus medos
Medo de sonhar outros sonhos e despertar
Com maiores tormentos e dores mais doídas.
Mas já é tempo de viver outras verdades,
Nem que sejam apenas ilusões enganando a alma,
Nem que sejam devaneios, loucuras, desejos
Mas tenho que sonhar sonhos novos,
Sonhos coloridos, com cheiro de esperança,
Com gosto de vontade, com gosto de amanhã.
Ir em horizontes onde minhas lágrimas não chegaram,
Caminhar por caminhos que meus prantos
Ainda não molharam, caminhos sem marcas,
Sem passos, caminhos virgens de mim,
Onde minhas dores ainda não passaram.
Preciso sonhar meus sonhos, mas que sejam
Sonhos vazios de mim com essas dores de agora
E cheios de todas as esperanças ou ilusões,
Mesmo esperanças impossíveis, ilusões mentirosas.
É preciso, pelo menos tentar, pintar os amanhãs...
Com outras cores, e dar à vida outros sabores.


José João
03/02/2.013





sábado, 2 de fevereiro de 2013

Quando os olhos falam

As palavras se perderam no tempo, esquecidas
Os momentos, todos, se fizeram pedaços vazios
Sonhos... Esses se deixaram acordar perdidos
Nos escombros da noite como fantasmas caídos

A noite me conta sem pressa coisas de solidão
Me fala das angustias que ela deixa até na alma
Conta porque, nela, as horas se arrastam lentas
Para que a tristeza se faça forte, cruel tormenta

Os olhos se perdem entre a escuridão e o nada
Assim permite que todo o corpo se sinta invadido
Por tremores e convulsões até na alma sentidos

As lembranças se deixam ficar como devaneios.
A loucura grita suas tantas razões querendo estar
E o adeus dito com os olhos ainda se pode escutar


José João
02/02/2.013





sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Saudade de nós dois

Nosso canto, escondido naquele pedaço de mar,
Hoje vazio, de certo sentindo saudade de nós dois,
Onde agora só as ondas vão chorar nossa ausência
Está sem beleza, me disse o mar chorando depois

Voltei lá, mas não sentei na areia, tudo era triste
Até o sol parecia sombrio, sem  nenhum brilho
Aquela musica que o vento cantava pra nós
Ficou um verso só, sem rima nem estribilho

As gaivotas, parecia que não queriam voar
Ficavam curiosas passando por sobre mim
Parecia até que queriam, pousar... perguntar...

Mas o mais triste foi minha volta, meus passos
Sozinhos, pareciam lágrimas na areia a vagar
E os prantos se misturando com a água do mar


José João
01/02/2.013


Dá-me

Dá-me tua mão que te direi como te quero.
Dá-me um teu sorriso que te farei minha história
Dá-me apenas um teu olhar, mesmo distraído,
Que meu sonho se fará, por ele, colorido

Dá-me um pouco de teu tempo, fração de segundo
Que te contarei tudo que precisas saber de mim
Achas pouco esse "tanto tempo" para tamanho ensejo!?
Todas as palavras se farão vivas em apenas um beijo.

Dá-me um pedaço desse sorriso que escondido,
Entre as marcas de teu rosto pelos tantos medos,
Te faz criança, brincando de esconder  segredos

Dá-me o menor pedaço de ti, aquele que ninguém quis
Dá-me a vontade desse beijo em tua boca escondida
Que dos mais belos sonhos farei toda tua vida.


José João
01/02/2.013