sábado, 26 de janeiro de 2013

Fugindo de mim




Fujo, correndo de mim mesmo, passo por sobre as noites
E seus misteriosos fantasmas, sinto o cheiro da solidão,
Mas não paro para sentir seu gosto, Afinal estou...
Fugindo de mim mesmo. Corro por entre o frio sonolento
Da madrugada, por entre as esperanças que o dia,
A romper-se no horizonte, traz  e não me alcançam.
Corro entre os medos, entre as vontades perdidas,
E vou entre o nada e o tempo, percorrendo caminhos
Onde a poesia deve ter passado sem ter deixado,
Pelo menos seu perfume, ou um pouquinho de sua cor.
Me perco,  a estrada sem marcas parece vazia,
Mas um sussurro chorado me chama, até me assusta,
Era uma saudade de cabelos brancos desfalecida
Sobre uma pedra, pedindo que a levasse comigo.
Não podia estou fugindo de mim. Corri entre sombras
Deitadas na areia, até tropecei em algumas
Eram sombras de sonhos que nunca foram sonhados,
Sonhos de ninguém, coitados perdidos como eu.
Tracei rotas entre as estrelas, dobrei as curvas,
Delas fiz caminhos retos para ir mais longe...
E fui, fugindo de mim. Para onde não sei...
Que fosse apenas um lugar longe de mim. Um lugar
Em que todas as dores, saudades, angustias...
Não me encontrassem, e corria como louco
Haveria de haver esse lugar. Existe, não sei onde...
Mas não tenho pressa, afinal fugir de mim...acho
É ...chegar em algum lugar onde eu não esteja.
Bem ...não sei...se pelo menos...


José João
26/01/2.012









2 comentários:

  1. Nossa poeta, que lindo teu poema! Mas por vezes tentamos essa fuga desesperada de nós e de tudo que nos trás tristes recordações... mais... de que adianta? Nosso passado não apaga... ele só adormece... Bjinhos

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  2. Jaum,

    Fuja, corra entre os medos, entre a saudade perdida, não pare no caminho, não dê atenção, ande certo ou na contramão, não se preocupe com a direção, diga a sua intuição, vá , apressa-te, mas não te esqueças de voltar!
    Lindo poema pra variar!
    Boa noite..,
    Alice.

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