quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A beleza de uma lágrima



A beleza triste, mais bela que pode existir, é uma lágrima,
Apenas uma lágrima, chorada com o coração,
No instante de um adeus gritado em silêncio pela alma.
Não existe beleza mais triste, nem mais bela,
Aquele grito silencioso que sai do peito como louco,
Correndo no espaço sem nenhum lugar para chegar,
Sem ninguém para ouvir e... sem eco para voltar.
E aquela lágrima silenciosa a alongar-se no rosto,
Dos olhos brilhantes até os lábios, que se mordem
Num desespero incontido, na certeza da solidão.
E aquela lágrima, linda por ser única, beleza inocente,
A fazer-se dor,  pranto solitário dos olhos... que diz:
Para chorar não se precisa de tantas lágrimas,
Basta apenas aquela que a alma permite fazer-se saudade.
E para sempre fica dentro da gente, sempre atenta
Para fazer-se nos olhos quando o sonhos voltam... e a dor
Chega trazida pelo tempo, que parece nunca passar.
Uma lágrima apenas, a fazer-se a mais bela das belezas.
A fazer-se diferente, a dizer de um amor diferente
A dizer que aquela dor não é uma dor qualquer...
Não é uma dor como são as outras dores, tão comuns
Que são choradas por tantas lágrimas e nenhuma
Se faz especial para a alma... que quer apenas
Uma lágrima especial, para um dor única...
Para um adeus de um amor que não morreu...
Apenas se escondeu dentro do passado.


José João
29/11/2.012


2 comentários:

  1. Nem sempre é preciso um pranto carregado de lágrima para expressarmos nossa dor, uma apenas, longa e sentida já diz tudo... mas geralmente sempre vem seguida de outras... é inevitável. Mas com certeza a primeira é sempre a mais profunda e mais bela. Tocante seu poema meu querido e talentoso poeta! Um bj

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  2. José João suas letras me encantam suas verdades me emocionam... parabéns meu amigo Pedro Pugliese

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