quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um dia amei assim


Amei um dia como nunca ninguém ama
E nem sei de onde ou como nasceu tanto amor
Tão grande que coube na alma e no coração
Sem deixar, em nenhum dos dois,
Espaço para mim mesmo. Amei como oração
Que não se reza todo dia, mas que a todo
Momento dela se precisa como abrigo.
Amei... tanto que dormia com os olhos dela
Para sonhar seus sonhos, já que os meus
Eram todos dela. Até seu perfume, em mim
Se fez fragrância viva a vestir-me o corpo,
A acompanhar-me sempre pelos caminhos
Que se faziam tantos, mas qualquer que seguisse
Me levava a ela, como se todas as estradas,
Veredas, todas as rotas ou rumos fossem
Como o arco-íris, parando sempre no mesmo lugar.


José João
31/10/2.012



Versos assim? Escrevi um dia


Poesias ardentes, com gritos eloquentes da alma
Gritados em versos vermelhos, cor da paixão avassaladora
Que faz os corações, em divina loucura, gritarem: Amo.
Poesias assim, já escrevi, muitas, até. Versos completos
De rimas loucas, de rimas soltas, versos sem métrica
Pela liberdade da explosão de um sentimento forte
Que meu peito, que o mundo eram pouco para guarda-lo.
Versos gritados em ardorosa profusão de sentimentos
Onde desejos e beijos, iam muito além do corpo,
Iam muito além da simples vontades de apenas possuir.
Poesias que desnudavam a alma nos seus mais guardados
Segredos, inocentes, indecentes ou mesmo profanos...
Versos assim...já escrevi... e tantos! Devem estar por aí...
A contarem, hoje não sei por onde mas ainda devem
Estar vivos, a volúpia dos beijos que troquei.
Das emoções fortes que senti, até mesmo da ansiedade
Das tantas esperas que faziam as horas pararem no tempo,
As sensações mais prazerosas e angustiantes da espera
Pelo desejo da chegada e o medo do não vir.
Poesias assim, escrevi. Nem lembro quantas, mas escrevi.
Quantas vezes corri para chegar logo, e parecia tão lento!
Essa força de um sentimento que vai além de tudo,
Que cega até a alma, que nos faz crianças sonhadoras,
Nos faz gigantes, num harmonioso contracenso,
Um milagre que só o amor pode fazer.
Sentimentos assim... poesias assim...Já senti  escrevi.
Se não tivesse vivido tudo isso, como hoje escreveria
Minhas poesias?


José João
31/10/2.012






terça-feira, 30 de outubro de 2012

Para viver outra vez


Voar.Voar para bem distante entre sonhos e pensamentos
Brincar entre rios e risos, entre nuvens, mares e montes
Cantar ao som do luar, brincando entre brumas e ondas.
Correr entre as histórias deixadas em outros horizontes

Buscar acordes de antigas canções presas na lembrança,
Ouvir o passado gritando na memória que tudo já se fez
E a saudade, indo lá dentro do tempo, numa vã tentativa
De trazer momentos que até a alma quer viver outra vez

Tudo passa lentamente, algumas são recordações inteiras
Outras, pedaços apenas, fragmentos que insistem em ficar
Como se lembrar fosse uma tentativa de a tudo eternizar

Todos os instantes que se fizeram vida, ficaram marcados
Nas recordações, nos sonhos, nos devaneios e até na alma
Que até hoje nos deixam os olhos, em lágrimas, molhados


José João
30/10/2.012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ah! Se o pensamento calasse...


Sigo os rastros que o sol deixa sobre o mar
Como se convidasse os olhos a buscar prantos
Como se convidasse a alma a buscar sonhos
A mim, como se convidasse buscar os encantos

Aqueles que lavaste contigo sem nenhum adeus
O gosto dos beijos, o sabor das noites de amor,
As promessas como orações a serem oradas
Dentro de nossos corações e almas apaixonadas...

Sigo os rastros que o sol deixa sobre o mar,
Sussurro palavras vazias que não sei o que dizem
Ouvindo o silêncio que ainda insiste em me falar

Coisas que não quero ouvir. Ah! se o silêncio
Calasse meu pensamento que grita tanto!
Talvez ouvisse meu pranto não como dor mas...
...como canto.


José João
29/10/2.012







domingo, 28 de outubro de 2012

Essa dor é melhor


O desespero da falta de teus beijos é o mesmo
De não encontrar água na fonte que secou
Até as lágrimas secam por tanto  lamentar
E, de sede, morre-se lentamente sem chorar

Tua ausência é como se faltasse o próprio ar
Que se fez pesado, denso, não permite respirar
Busca-se sofregamente e o peito a comprimir-se
Trazem apenas soluços que nos fazem sufocar

Mas a dor da ausência serve para consolar,
Quando forte, no peito, a saudade vai buscar,
E a nós, chega passiva, terna a nos lembrar

Que existem dores piores e bem maiores até
Dores que ninguém, nenhuma alma pode contar
É aquela dor infinita de quem nunca soube amar.


José João
28/10/2.012



sábado, 27 de outubro de 2012

Mais um presente para o Poesias e poemas







Informações sobre o SELO/PRÊMIO
O Prêmio Dardos foi criado pelo escritor 
espanhol Alberto Zambade.




No ano de 2008 concedeu no seu blog Legendas de 
"EL Pequeño Dardo" o primeiro Prêmio Dardos a
quinze blogs selecionados por ele. Ao divulgar o
prêmio, Zambade solicitou aos blogs premiados que
também indicassem outros blogs ou sites considerados
merecedores do prêmio. Assim a Premiação se espalhou 

pela Internet.

Cada ganhador do selo deve continuar a fazer
premiação (se quiser, é claro) aos blogs que por
ele considerar merecedor, seguindo as regras a
pedido do criador do selo:
1. Exibir a imagem do selo em seu blog.
2. Linkar o blog pelo qual recebeu a indicação.
3. Escolher outros quinze blogs a quem entregar
o prêmio dardos.
4. Avisar os escolhidos.


Este selo que muito me alegra e com o qual fui agraciado
foi um presente do meu amigo Renato Ramos, do Espaço
Muito obrigado amigo e parabéns por seu trabalho.


Segue abaixo a lista de blogs que presentearei com o selo:


José João
26/10/2012






Duplamente presenteado!





O Poesias  e  poemas  teve  a  grata  satisfação  de  ser 
duplamente presenteado com  este selo que é passado
entre os  blogs como forma  de  amizade  e  carinho.  E
duas  pessoas muito especiais acharam  que  este  blog
é  merecedor deste mimo. Porém quem o  recebe  tem 
que  cumprir 3  regras:  agradecer  a quem deu o selo; 
citar 7 (sete)  atividades que  gosto realizar  e;  indicar
15 blogs para receber  também o selo. Então vamos:

1) Agradecer a quem enviou

Ao Pedro Pugliese e à Nádia Santos meus agradecimentos
por esta bela demonstração de carinho, e por me sentirem 
merecedor  deste  selinho, que pra mim, é muito mais que
isso, é uma homenagem que vou guardar no coração. 
OBRIGADO. Amigos e mais.
     
2) Sete atividades que gosto de realizar:

- Escrever poesia
- Ler
- Pesquisar na internet
- Cinema e teatro
- Música
- sala de aula (professor)
- Praia

3) Segue abaixo os 15 blogs que quero presentear

http://poesiasesonetos.blogspot.com.br/
http://mundinhodosversos.blogspot.com.br/
http://particularidadeseafins.blogspot.com.br/
http://sandra-sentidos.blogspot.com.br/
http://crazy40blog.blogspot.com.br/
http://poesiacomemocoes.blogspot.com.br/
http://drauziomilagres.blogspot.com.br/
http://contosdarosa.blogspot.com.br/
http://vilmapiva.blogspot.com.br/
http://louborghetti.blogspot.com.br/
http://amigosespiritasonline.blogspot.com.br/
http://rosasdeveronica.blogspot.com.br/
http://paulotamburro.blogspot.com.br/
http://catiabossopoesias.blogspot.com.br/
http://qualeadehoje.blogspot.com.br/


José João

Link dos amigos que me presentearam:
Nádia Santos: http://poesiasesonetos.blogspot.com.br/
Pedro Pugliese: http://poramorr.blogspot.com.br/


O perfume dela


Teu perfume tomou o vazio que tua ausência deixou
Se fez de ti e ocupou todos os momentos e espaços
Se deixou ficar entre coxas, fronhas, lençóis e sonhos
Mas meus pensamentos vão seguindo os teus passos

Minha alma, no tempo se engana, e sem perceber
Jura tua presença no doce delírio de seu parecer
Na casa tomada por todo teu jeito de estar e de ser
No terno perfume que nunca na vida se pode esquecer

Portas, janelas abertas, a brisa em volteios a invejar,
No jardim, as flores pendidas nos galhos a procurar
Que terno perfume! Quem poderia ao mundo entregar?

Na casa, ainda que vazia,  a solidão não podia entrar
Por que no doce perfume, ela ainda insistia em  ficar
Solidão? Talvez um dia quando o cheiro dela passar.


José João
27/10/2.012



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Meus olhos sem os teus...


Caminhaste por caminhos que não pude seguir,
Nem sequer deixaste rastros, mas levaste tudo
Foram contigo os sorrisos, sonhos, momentos
Deixaste apenas dor, dentro de um silêncio mudo

A saudade fica gritando solta dentro do peito,
A solidão se faz espaço pleno dentro do vazio
Os pensamentos correm como crianças perdidas.
Onde angustia e tristeza se cruzam num fecundo cio

Prantos como chuva de lágrimas caem dos olhos
Que se esforçam por ver o que não pode ser visto
E assim sem nem me olhar já não sei se existo

Quem sabe nos teus olhos ainda esteja o adeus
Que meus olhos, ainda hoje, insistem em  lembrar?
Que adiantam os meus, se os teus não posso olhar?


José João
26/10/2.012





Apenas tu



Teus olhos uma poesia de alegria infinda
A dizer-me coisas que nunca ouvi, ou li
A contar-me histórias de lugares distantes
De amores ou saudades que nunca senti

A refletirem coloridos horizontes multicores
Sobre mares, sobre trilhas no céu suspensas
A fazer-se saudade em corações que choram,
Que buscam no tempo o sabor de tua presença

Sorriso que distante me sorri sem que eu veja
Mas sinto na alma a doce melodia desse sorrir
A contar-me da saudade que sinto ao te sentir

Nas lembranças, nos sonhos onde sempre estás
Povoando os pensamentos, e neles se acomodar
Como se fosses única, onde apenas tu pode estar.


José João
26?10/2.012




quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Faz uma poesia pra mim.


Faz uma poesia pra mim. Nunca ninguém fez.
Faz uma poesia pra mim. Qualquer poesia...
Que fale de qualquer coisa, de um grande amor,
De um sonho, de uma flor que nasceu em teu jardim,
De um passarinho que cantou em tua janela.
Fala até mesmo de um beijo que nunca deste,
De um sonho que não sonhaste. Fala qualquer coisa,
Desde que seja uma poesia pra mim.
Se não queres fazer, pega aquela poesia antiga,
Que não sabes por que ou pra quem escreveste,
Muda só o titulo e mente que é minha...
Que foi pra mim que fizeste, faz uma poesia.
Não precisa que tenha rima, que seja completa,
Basta apenas ser uma poesia.
Nunca achaste uma poesia inacabada,
Num papel rolando no chão? Se achaste
Não me diz, me dá essa poesia pra mim
Vou até fingir que fizeste com tanto carinho
Que vou guarda-la para sempre, e todas a noites
Vou ler cada verso, cada palavra, olhando a noite
Bem dentro dos olhos e sorrir gritando:
Essa poesia foi feita pra mim. Vou gritar
Tão alto dentro do meu pensamento
Que até minha alma vai acreditar no meu grito,
E quem sabe até ela sorria feliz?
Faz uma poesia pra mim...por favor


José João
25/10/2.012



A estrela dos amantes


Muito distante, além de qualquer infinito,
Há uma estrela feita de perfeitos diamantes
Dizem que são especiais  por tão brilhantes
É uma estrela feita com lágrimas dos amantes

Dizem que lá a saudade é escrita em nuvens
Que prantos e orvalho se juntam em poesias
Que dos olhos nascem lindos versos coloridos
E que suspiros se fazem de soluços atrevidos

Lá, onde só amantes podem ver, podem sentir
O gosto da saudade, de um adeus, da solidão
E aquela dor doída que faz sangrar um coração

Nessa estrela não tem hora, por não ter tempo
Mas tudo é lindo, terna estrela, meiga e cativante
Feita com as lágrimas de poetas e de amantes


José João
25/10/2.012














quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Criar versos? A alma cria


Criar versos?! Que a alma crie, eu crio prantos
Para que os versos da alma se façam encantos
Crio lágrimas para que as histórias se façam vivas
E deixo que elas, às poesias, se tornem cativas

Deixo que lágrimas e prantos se façam ao mundo
Aquarelas pintadas com a cor de sonhos perdidos
Tela divina desenhada no tempo por dores vividas.
Que os versos da alma contem essas dores sentidas...

Alma e poesias, versos e lágrimas, eu e os prantos
Alma que cria seus versos, talvez por tão carente
Eu que choro meus prantos por apenas ser gente

Ah! Esses versos! Essas poesias! Essa minha alma!
Fazem dos meus olhos fábricas de tantos prantos
Como se estes fossem acordes de um triste canto


José João
24/10/2.012





É de chorar que preciso


Não canto, calo, o silêncio me engoliu a voz.
A vida! Um quadro turvo como uma tarde sem luz
Por forte chuva que a ela deixa como breve noite
Ou como tristes olhos que a chorar a tristeza induz

Tudo é nada, como eu, nada sou do que um dia fui
E se tudo tive agora nada tenho por ter a tudo perdido,
Esperanças, desejos, sonhos, estes até já vividos
Mas pelo tempo, em tantos pedaços, foram rompidos

Assim, a mim pergunto, do que ainda vou precisar?
Se tenho dores, tenho saudades e prantos para chorar
Na verdade, nesse tanto vazio, mais nada eu quero
E sem que queira me vem a dor que pra sempre espero

Por tantas perdas haverá quem diga o que não sei?
O que me falta? Sem rancor, até ao mundo eu digo
Não quero nada, e  mais nada  tenho para querer
Na verdade, creiam, é de chorar o que mais preciso


José João
24/10/2.012









Caminhos perdidos


Tão perdido era o caminho que os rastros morreram
Estrada vazia, sem trilhas para  voltar, só pude seguir
Perdido no tempo, perdido de mim, chorava sozinho,
Os passos cansados tropeçam no nada mas tinha de ir

Dor, cativeiro, solidão.Vontade louca de correr e gritar
Mas no corpo cansado o silêncio engolia o que ia falar
E o pensamento! Este voando e aflito tomava de mim
Os momentos, que um dia vividos, me faziam sonhar

Mas que sonhos! Todos morreram quando iam nascer
Numa angustia qual perda de um filho que se vê morrer,
O vazio se faz um universo, que tão mau se torna cruel
Que tira a vontade, por menor que seja, de querer viver

No vazio da angustia, com a morte dos sonhos, que fazer?
Com a solidão, que ardilosa, se faz de tão companheira
Até canta em silêncio, um canto sutil de pranto que diz:
Que toda essa lágrima, desde sempre, é pra vida inteira


José João
24/10/2.012





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sonhos, apenas sonhos


Sonhei. Tive a coragem de sonhar, ousei sonhar
Todos os sonhos que minha alma quis, os mais bonitos.
Sonhei flores, jardins, sonhei estrelas, até cadentes
Sonhei cores, arco-iris, sonhos de momentos infinitos

Te fiz flor no meu jardim dos sonhos, te fiz princesa
Nos palácios de rubis, esmeraldas, safiras, todas belas
E tu, meu sonho, mais bela que todas, reinando única
Como fada colorida num mundo mágico de aquarela

Parei rios para lavarem teus pés, fiz tranças de nuvens
Enfeitei teus cabelos, subi montes para gritar teu nome
Queria reza-lo como oração bem mais perto do céu
E brinquei como vento esvoaçando teus cabelos ao léu

Rainha, princesa, dona de mim. Sonhei todos os sonhos
Que pude sonhar contigo, brinquei de magia com a lua
Busquei querubins, fadas madrinhas, até anjos busquei,
E te fiz de todos os sonhos o sonho mais lindo que sonhei

Te sonhei nas noites enluaradas, te sonhei nas madrugadas,
Te sonhei entre astros multicoloridos brincando de voar
Te sonhei em todos os meus sonhos, neles te fiz divina
Apenas hoje aprendi que sonhar assim também faz chorar.


José João
22/10/2.012



E quando eu quiser chorar?


As vezes me vêm versos de dores  que não senti
Vêm prantos e saudades de amores que não vivi
Talvez seja da alma essas lágrimas choradas
De momentos perdidos de histórias inacabadas

Me ponho em sonhos que não vão acontecer
Deles faço que sejam vontade de querer viver
Até me entrego cegamente, tento me convencer
Que um dia, doce verdade, eles possam vir a ser

Talvez minha alma sinta saudade do que não sei
E com meus olhos ela se entregue toda ao pranto
Fazendo deles assim, janela para tanto encanto

Enquanto não sei por que minha alma chora tanto
E até quando ela vai aos meus olhos ocupar
Me preocupa. E um dia quando eu quiser chorar?


José João
21/10/2.012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A solidão assim dói menos


A solidão já não dói tanto quanto doeu um dia
Agora, somos só nós dois, um casal. Eu e ela
Não aquela solidão doída quando eramos três
Que nada se dizia e queria-se saber os porquês.

Angustiante, o silêncio como respostas mudas
Os nadas se faziam espaço ocupando o tempo
Que se perdia dentro de olhares secos, vazios
Como se a presença fosse ao outro um tormento

Agora sei que a solidão está bem aqui comigo
Posso falar, gritar, sem ter medo de ser ouvido
E nem me sentir, embora presente, esquecido

Eu e a solidão não temos segredos guardados
Já não preciso me esconder triste pelos cantos
Agora posso, na frente dela, chorar meus prantos


José João
18/10/2.012





Pesadelo de tua ausência


Noite, tua ausência dói tanto
Que nem entro no quarto.
Deito no sofá da sala...olhar perdido
Procurando desenhos no espaço vazio.
Apago a luz, como se me escondesse
Deixo o pensamento fugir para a rotina do dia,
Mas tu não deixas. Vens e ficas.
Acendo a luz, levanto, ando na sala
Como um fantasma que se perdeu
Dentro da própria noite.
Ligo o rádio, fico brincando de passar
Entre as estações. As musicas falam teu nome.
Nervoso, apago a luz, sento, agora no chão,
Deito a cabeça no sofá e... não tem jeito...
Choro. Tua ausência dói muito,
E a alma para enganar a dor vai buscar momentos,
Buscar sonhos que sonhamos juntos...
Aí o pranto grita alucinado,
Na noite que não quer passar. Fecho os olhos
Sem dormir. Parece tão depressa...
Mas o sol entrou pela cortina, me chama,
Olho para os lados sinto o pesadelo
De tua ausência. Hoje não vou trabalhar
Vou sair para qualquer lugar.
Preciso de um lugar diferente para chorar.


José João
18/10/2.012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Poesias inacabadas


Quantas poesias inacabadas, versos incompletos
Pedaços de poesia sem rimas, palavras soltas
Lágrimas pela metade, prantos ainda no rosto
Até uma que conta o sabor de um beijo sem gosto

Pedaços de papel, de alma, pedaços de versos
Pedaços de dores rascunhadas, rabiscadas
Algumas toda sentida, outras só começadas
Muitas esquecidas, outras até hoje choradas

Poesias incompletas, histórias mal terminadas
Talvez tenha sido medo de contar o que não fiz
Outras o pranto me impôs deixa-las inacabadas

Mesmo pela metade sentida foram verdades vividas
Mesmo com versos sem rimas e tantas palavras rotas
Eram tão verdadeiras que nunca puderam ser soltas

- Minhas poesias inacabadas foram momentos,
pedaços de vida que nunca soube contar -


José João
17/10/2.012

Versos molhados


Minha poesia se deitou no frio da madrugada
E se deixou ficar. Molhando os versos com o orvalho,
Lágrimas da noite, que comigo chorava,
Meu pranto, com o orvalho, se misturava e ficava
Com o perfume da noite e a  beleza do silêncio,
Se ouvia até a dor dentro do peito sussurrando
Que queria mais saudade para se fazer maior.
E a poesia se fazia verso a verso por cada lágrima
Que a solidão silenciosamente fazia a alma chorar.
As palavras, todas também molhadas, se faziam
Pedaços de sonhos ou histórias esquecidas, perdidas
Sem se saber de que adeus era aquela dor...
Foram tantos adeus, que as dores se confundiam,
Mas já não importava mais, qualquer adeus
Podia ser chorado por qualquer pranto, tanto fazia
A dor era sempre a mesma.
A tristeza também se fazia de apenas uma,
E até se confundia, muitas vezes me surpreendi
Chamando a tristeza de viver, como se a vida
Fosse os momentos que a noite permitia sentir
Com todo aquela  preguiça de passar...
Aquela vontade de ficar...e na minha alma
Toda aquela vontade de...chorar.


José João
17/10/2.012






terça-feira, 16 de outubro de 2012

Chorando sem chorar

Canto para esconder o que vai dentro de mim
Faço poesias, elas fingem alheias a dor que sinto
Escrevo sonhos que nem sei se ainda vou sonhar
Nos meus versos, até para as verdades... eu minto

Não sei se sou poeta, talvez apenas um fingidor
Que ri alegre, chorando uma saudade triste
Que canta ao tempo fingindo cantar um amor
Mas bem sabe, na alma, é só tristeza que existe

Rio as gargalhadas dos prantos que vou chorar
Se me vem um pranto triste faço pose no olhar
Faço que ele se sinta um ator a se apresentar

Acho, foi apenas uma vez, não sei, faz tanto tempo
Uma dor doeu tanto que a alma se pôs a gritar
Desde esse dia jurei nunca mais chorando... chorar.


José João
16/10/2.012



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Palavras e só


Meus sonhos! Quantos não foram trocados
Por pequenas ilusões! Por promessas vãs
Que iludiram minha alma, talvez carente
Que acreditou, e se entregou cegamente.

Quantos sonhos foram trocados por palavras
Soltas! Ditas apenas para que fossem ouvidas,
Palavras que nunca foram ditas com a alma
Mas me fizeram eco, foram ouvidas e sentidas

Quantos sonhos em mim já nasceram mortos
Sem que soubesse. Eram mentiras o que ouvia
Eram palavras vazias. Talvez até fossem ironias

Que a alma, por carente, ouvia, sorria acreditando
Fazia o coração pulsar mais forte por estar amando
Coitado! Aquelas palavras só estavam enganando.


José João
15/10/2.012


domingo, 14 de outubro de 2012

Brincando de tempo e vida


A vida! Sempre brincando com pequenos pedaços
Do tempo, que se arrastam desde o amor até o adeus
Para o amor passam logo, rápidos, como flecha ligeira
Para o adeus se fazem lentos, se fazem uma vida inteira.

Vida e tempo brincam juntos fazendo lágrimas e sorrisos
Como se brincassem de mal-me-quer-bem-me-quer
Enquanto sorriso e dor, pacientes esperam que termine
Em bem-me-quer, mas tem que haver um mal-me-quer

Para este, o pranto corre dos olhos à alma, sem estradas
Indo apenas pelas dores que procuram correr soltas, livres
Chamando a solidão que põe a vida no vazio dos nadas

Assim tudo se transforma em pesadelos. Adeus encantos
E os momentos, os pequenos pedaços de tempo vividos
Se fazem angustia, presentes nos olhos como tristes prantos


José João
14/10/2.012


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Palavras são tão poucas


Sonhos perdidos, lágrimas derramadas, soluços.
Palavras sussurradas, ditas para ninguém ouvir
Já não precisavam ser ouvidas, eram sentidas.
Nos olhos como dores, na alma como feridas

Os olhos brilhavam em prantos, os olhares fugiam,
Lágrimas deslizavam silenciosas e sutis pela face
Nada mais precisava ser dito, o silêncio falava,
Gritava aquele adeus que até na alma ecoava

Mãos trêmulas, pensamentos que nada diziam,
Os lábios tremiam entre falar, chorar ou dizer
Mas nada era para ser dito naquele acontecer

Para que palavras agora? Seriam tão poucas
Deixariam o adeus mais adeus e a dor mais doída
Melhor deixar ser o silêncio, a voz da despedida


José João
12/10/2.012





Onde estão as gavetas mágicas?




Onde estão os poetas e suas gavetas mágicas
Onde guardam sonhos, ilusões, e até histórias...
Muitas vezes acontecidas ou contadas, outras até fingidas?
Onde estão os poetas que abrem portas,  porteiras e portões
Com um simples toque de magia de seus corações?
Abrem baús nos velhos sotões e ressuscitam risos,
Fazem de ontem histórias há tanto tempo vividas
Brincam de chorar hoje, lágrimas no tempo perdidas,
Até trazem sonhos que nunca foram sonhados,
Revivem  beijos que nunca foram trocados...
Onde estão os poetas de inocentes heresias
Que deixam a noite nua fazendo amor com a lua
Nas linhas mais ingênuas de suas poesias?
Onde estão as gavetas mágicas dos poetas?
Que fazem versos imperfeitos e sem rimas
Na poesia em que as rimas são mais perfeitas e completas?
Onde estão esses poetas fazedores de ilusões
Que iludem a si mesmos, às suas almas e corações
Pedindo de joelhos, contritos, em novas orações
Que alguém encha de amor seus poéticos corações?
Onde estão esses poetas, onde será que estão?
Se aparecer algum, anjos tocarão suas divinas trombetas
E como num passe de mágica... esse som
O poeta guardará em suas mágicas gavetas.


José João
12/10/2012

Um amor inifinito


As lágrimas molharam os versos guardados dentro da alma,
As palavras ficaram pesadas, sem liberdade, sem poder voar
As letras se confundiram nas sílabas e ficaram todas mudas
E a poesia, por vergonha, se esconde no silêncio sem falar

Assim minha voz emudeceu, perdi a história que queria contar
O pranto se fez mais forte, se fez verdade, se fez de vida
A contar, por si, momentos que queria fossem feitos poesias
Será, para os homens, amor infinito, Deus faz que seja heresia?

Os versos guardados dentro da alma que as lágrimas molharam
Contavam de um amor que o céu teve de crescer para cobri-lo
Tão grande que fiz meu coração de universo pra poder senti-lo

Um amor assim, história assim, quem no mundo iria acreditar?
Talvez por isso minhas lágrimas molharam o versos guardados
Ou talvez, quem sabe, tão linda história não fosse para contar?


José João
12/10/2.012




quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Me perdi com tua ausência



Me perdi no vazio que tua ausência deixou,
Me perdi no silêncio do nada que me toma,
Sigo por estradas sem chão, e até já não sei
O que busco, talvez  sonhos que não sonhei

Me deixo levar pelo nada, indo sem direção,
Apenas indo em frente, com passos bêbados,
Mãos tremulas, voz reticente e sonhos mortos
Sussurrando demente, pedaços de uma oração

Que a solidão por pura ironia  me ensinou rezar
Quando o vazio de dentro de mim  faz o mundo
Abrir-se em fendas, fazer-se buraco sem fundo

Me perdi entre as tantas perdas, que meus olhos
Se fecham buscando sonhos e vêm os prantos
Vindo do fundo da alma como se fossem cantos


José João
11/10/2

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O amor termina em prantos


Ela disse ao meu coração que pulsasse, mas só por ela
Mandou que minha alma amasse sempre... mas só ela
Aos meus sonhos deu suas cores, suas cores preferidas
A mim, disse que seria apenas uma as nossas vidas

Fez o tempo parar em nós dois, fez um mundo só nosso
Brincamos de caricias, de abraços, brincamos na noite
Corremos em nossos corpos pela estrada dos desejos
Buscamos no infinito o doce sabor dos nossos beijos

Deitados na noite, na relva macia, demos nome às estrelas
Pegávamos nas mãos raios de luar que nos vinham sorrindo
Sentindo nossos corações, nossas almas, ao amor se abrindo

A vida se fazia de momentos divinos, um mundo de encantos
Mas sempre há de haver, no fim de um conto, um ponto final.
Não sei por que as histórias de amor terminam em prantos!


José João
10/10/2.012



O grito do pranto


Oh! Grito da alma que sufoca meu canto
Onde estás alegria em mim escondida?
Porque me deixas a mercê desse pranto
Que o tempo perece nas horas perdidas?

Oh! Grito mudo pela angústia engolido!
Oh! Silêncio que deixa as palavras de luto!
Porque me deixas inerte os sentidos
Que nem o pensamento me gritando eu escuto?

Onde estão os momentos que um dia vividos
Nas doces carícias de sonho reais
Em que o amor por tão forte ficou atrevido
Se fazendo de sempre e querendo ainda mais?

Onde está a vontade de cantar não ser mudo
De pegar um sorriso que por mim esperava
De nada pedir por já ter quase tudo
Que até os meus sonhos a beleza invejava?

Mas estranho acaso como verdade inconteste
Me invade os momentos e lhes toma o encanto
Fazendo que a alma pela dor sinta culpa
E que por ela, o grito gritado, se faça de pranto


José João
10/10/2.012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Muito, muito além


Além das estrelas, além de qualquer horizonte conhecido,
Além das brancas nuvens, talvez até além desse infinito azul,
Muito além de qualquer pensamento que não seja o meu
Tem um beijo que um dia voou nos contos de fada e se perdeu

Tem também um sonho pintado num arco-iris cheio de luz
Um sonho que se fez de fábula, e começa assim: Era uma vez....
Um coração que amou tanto, mas tanto, que se perdeu no peito
Procurou caminhos para voltar mas não tinha rastros feitos

O beijo que no conto de fadas se escondeu, não deixou caminhos
O sonho que se prendeu no arco-iris de luz  se soltou no tempo
A voz, do coração que gritava, até o eco, foi levado pelo vento

Um dia distante, num país que hoje é chamado Faz-de-Conta
Haviam dois corações, infinitos sonhos, incontáveis desejos
Um dia uma tormenta, um adeus, destruiu todos esses ensejos...


José João
09/10/2.012








Minhas lágrimas


Minhas lágrimas, doces lágrimas
Que dão um brilho diferente aos meus olhos,
Deslizam em meu rosto mansamente
E com terna doçura, como se fosse carícias
Deixam seus rastros em minha face,
Como se estivessem, em silencioso sussurro,
Me dizendo: Não estás só, estamos aqui.
Minhas lágrimas, tão delicadas, tão singelas,
Suavemente chegam em meus lábios, me beijam,
E nelas, coitadas, sinto o desespero,
Da tentativa de se fazerem iguais aos beijos
Que um dia troquei, senti e vivi.
Minhas lágrimas, mais que lágrimas, amigas,
Amantes, cúmplices, solidárias confidentes
Que caladas acalentam meus sonhos,
Vão no tempo buscar momentos distantes
E fazem, dos meus olhos, pequenas janelas brilhantes,
Como se fossem minha alma em busca de um  caminho
Que não sabe onde está.
Minhas lágrimas. Que seria de mim sem elas?
Que carência maior ainda haveria de sentir!
Se não fosse elas não sentiria o afago
Terno em meu rosto, não teria carícias...
Não teria sequer um momento de lucidez.


José João
09/10/2.012

Quando estavas aqui


Quando estavas em meus sonhos eles enfeitavam o mundo
Aquele mundo só nosso, colorido de todas as cores,
Cor do por-do-sol, das flores, dos verdes, do arco-iris
Cor dos teus olhos, cor do mundo, cor da vida sem dores

Quando estavas bem dentro de mim, dentro de minha alma
Até cantava cantigas alegres, imitava o sussurro da brisa,
O trinado dos pássaros, cantava canções que nem conhecia
Talvez ditadas pelos anjos que cantavam comigo minha alegria

Quando estavas dentro de minha vida vivendo os meus dias
Brincando de ser tudo, até mais que tudo, ser meu universo
Onde buscava o ar, me fazia poeta e até te escrevia versos

Quando estavas dentro dos meus mais lindos pensamentos
Enfeitando meus olhos com a doçura de tantos encantos
Nunca pensei que um dia, por te choraria todo esse pranto


José João
09/10/2.012









Aquele adeus que deixaste


De dentro do meu vazio, daquele que deixaste
Quando teus lábios lentamente me disseram adeus
E meus olhos escutaram. Aquele que ainda hoje,
Meus olhos tristes, de chorar, ainda não pararam

Aquele adeus que ficou pairando lento no tempo
Matando vontades, desejos e buscando saudades
O mesmo que matou os sonhos que nem sonhei,
Aquele mesmo que com alma e coração escutei

Esse adeus ainda está aqui, pregado nas paredes,
Cantando no silêncio que acalenta minha insônia
Dentro de minha tristeza, sem que ela se oponha

Aquele adeus faz parte de tudo, até de onde estou
Fica em meu ouvido sussurrando até mesmo na cama
Acho que seduziu a flor desenhada na minha fronha


José João
09/10/2.012




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

À espera de mim


Um canto a alma chora em  queixume triste
Uma lágrima grita em silêncio o sentir ardente
Uma saudade, que solta ao tempo, no rosto dança
Sob os acordes em que o silêncio se faz plangente

Outra lágrima por entre os olhos espia calma
Esperando a hora que solta ao mundo se faça livre
E em triste rosto deslize leve em sutil carícia
Inocente, beijando os lábios sem ter malícia

O rosto espera em passiva calma pelo momento
Que outra lágrima dos olhos saia e chegue a alma
Que candidamente sentada espera olhando o tempo
Que sem pressa ,esperando o pranto, se faz de lento

De quem a alma espera triste por um lamento?
De quem as lágrimas, por entre os olhos, se fazem luz?
De quem espera calmamente o tempo por não ter fim?
Em sussurro digo: Mas com certeza... é só de mm.


José João
08/10/2.012

domingo, 7 de outubro de 2012

As mesmas lágrimas


Ao som do tempo, como se voz tivesse
Atento escuto como se pudesse ouvir
A valsa triste que o silêncio canta
No vazio infindo desse meu sentir

E um torpe sonho a sonhar me induz
Sonhos perdidos que se fizeram dor
A saudade, ao pranto chama e lhe induz
Um olhar triste, vazio, sem nenhuma cor

Me vem de dentro uma dor, a mais doída
Até não sei se é apenas dor, solidão talvez
Que marca as horas em  tão lentos passos
Que choro as mesmas lágrimas mais de uma vez

E assim perdido, todo me entrego ao pranto
Que se vai ao tempo como se fosse canto
Moribundos ais, restos de gritos que gritei,
Por ninguém me ouvir, me fiz mudo e... calei


José João
07/10/2.012




Página esquecida


Qual onda mansa que na areia chora
A triste dor de dolorido pranto
Assim minha alma, pois levaram embora
Razão infinda de um prazeroso encanto

Em perdidos cantos nasceram os ais
Soluços tristes que da alma vêm
E todos chorando prantos iguais
Por se sentirem nada, como ninguém

E eu perdido, em triste e vazio espaço
Como ave presa que o queixume canta
Chorando a sorte que lhe prendeu no laço
Ao saber que outro voo jamais levanta

Qual folha de outono, morta, no chão caída
Rolando ao tempo sem mais ter vida
Assim minha alma, coitada, tão esquecida...
Do livro a página que não foi lida


José João

Sonhos perdidos


Ainda hoje, em vão, procuro aquele sonho
Que há muito em mim deixaste a  teu querer
Mas perdi-o, por minha culpa e réu confesso,
Cumpro a punição de nunca mais me esquecer

Das ternas juras que a sonhar a mim levaram
A sempre, e até jamais, outro amor querer viver
Que tanto a mim imponho, a mim mesmo esquecer
Pra que todos os sentidos sejam dados a este ter

E procurar em vão um sonho que eu nem sei
Se valeria te-lo em lugar do que agora
Sinto na lembrança, na saudade que é tanta
Que de mim e até da alma um grito se levanta

A chama-la em pranto como oração a ser rezada
De joelhos a ouvir-se o triste canto do badalo
Contando uma saudade que um dia ao ser sentida,
A própria alma lamenta, no tempo, te-la perdida


José João
07/10/2.012


Poesia e pranto



Traiçoeiro encanto que as vezes trai
O pobre poeta que não chora um ai
É a poesia quando da dor se esconde
E o poeta busca-la, não sabe onde

Sedutor encanto é a poesia triste
Quando fala a dor de saudade infinda
A dor que poucos sabem que existe
E de chora-la ninguém sabe ainda

Vai o poeta buscando em sonhos
Ou em verdades já falecidas
Prantos, saudades ou um adeus até
Dádivas que não podem ser esquecidas

Assim o poeta pelo traiçoeiro encanto
Da fugaz poesia que se faz de canto
Se lhe foge a voz e se a palavra vai
Faz o poeta, a poesia, com o próprio pranto


José João
07/10/2.012


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Como nasce o amor?


Como nasce o amor?! Quem sabe?  Eu não sei...
Apenas vem,  nasce dentro da gente. É um deus,
Um mundo, que cresce sutilmente e sem pressa
Quando se percebe, ele está lá. Nasceu e cresceu

Muda a vida, o tempo, o pensar, faz lindo sonhar,
Muda a alma e o coração. Á alma  faz de criança
Ao coração faz um pulsar alegre e enlouquecido,
Uma ansiedade... que só quem ama sabe o sentido

As vezes nasce como a doce ternura de uma melodia
Outras, com a força ousada e  forte de uma ventania
(mas sempre terno)
Como orvalho da madrugada  lavando o rosto do dia

Ah! Esse amor, que voa, que brinca dentro de nós
Esse amor que não faz diferença, iguala santos à ateus
Amor que iguala os prantos quando nos dizem adeus.


José João
05/10/2.012








quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Meus olhos são poetas.



Embaixo de cada letra de minhas poesias tem uma lágrima
Cada pranto é uma palavra, cada tristeza é um verso
Escrevo sem pudor as minhas dores, minhas angustias
Me conto como história alegre, mas finjo, sou o inverso

Em cada pensamento,  tenho um ontem que não passou
Em cada sonho tenho um ontem que dentro de mim ficou
Em cada hoje tenho um medo por tudo que eu não quis
Em cada amanhã um medo novo por tudo que hoje não fiz

Sozinho, sentado na porta do tempo, vem o nada  me dizer
Que não esqueça do verso daquele que ainda não sei fazer
Isto, de menos eu sei que é, deixo o meu pranto escrever

Cada palavra que penso, que digo, ou que ainda queira falar
Deixo que meus olhos falem, gritem, eles sabem se expressar
Fazem versos tão brilhantes, apenas brincando de lacrimejar.


José João
04/12/2.012







Amigas, fiéis amigas


Quem disse que as lágrimas são tristes?
Triste sou eu que as choro.
Porque as lágrimas são brilhantes?
Porque elas escorrem pelo rosto serenas e belas?
Porque deixam o olhos reluzentes?
Por que estão sorrindo felizes. Estão soltas...
Livres ...indo ao mundo contando histórias.
Sem se importarem se quem as chora
Está alegre ou triste.
A tristeza, por acaso, é triste?
Triste sou eu que a sinto.
Quem não gosta de companhia?
Ninguém é feliz estando só. Nem a tristeza...
Por isso ela se alegra se encontra quem a sinta.
A solidão, como a tristeza, sempre precisa
De alguém para senti-la, por isso nunca está só,
Procura sempre alguém por companhia.
Alguém já viu a solidão sozinha?
Não. Mas já viu alguém com a solidão.
Ainda dizem que a tristeza é triste
Que a solidão é solitária. Não. Não é.
Vou ter que parar agora, desculpem...
É que elas chegaram. Estão me chamando...tchau.


José João
04/10/2.012


O mar


O mar leva meus sonhos para lugares distantes,
Onde talvez nunca vivi.
Me leva por estradas que não deixam rastros
Mas deixam saudades marcadas na alma
Que chora um adeus distante que foi dito
Com as lágrimas gritando um adeus
Desenhado num rosto sofrido que um dia
Soube, alegre, sorrir.
Lá no fim do mar, desse mar que leva os sonhos,
Tem um horizonte virgem. Tem um horizonte
De desejos que nunca foram alcançados...
Mas serão sempre sonhados
Por quem quer ser feliz.
O mar faz os sonhos perderem a rota,
Faz o pensamento perder o rumo,
Faz a alma se perder em prantos por não saber
Em que porto pode aportar...
Sem que nele esteja uma saudade para chorar,
Um beijo para lembrar, mas que tenha...
Uma vida para viver.


José João
04/10/2.012



quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Para a tristeza? Há uma porta.


A quem mais importa a dor que sinto agora?
Que rompe meu peito sem pena e sem pudor?
Essa dor que não se importa, tanto faz a hora
De chegar, de ficar, sem pressa de ir embora!

Das lágrimas que choro a quem pode importar?
São todas minhas, contando ao mundo minha dor
São meus os prantos a se fazerem de orações
Ou ladainhas tristes, ou queixumes como canções

Se meu peito, em silêncio, grita toda essa saudade
A quem meu gritar importa? A quem ouvir interessa?
Se essa dor que é só minha de ir-se não tem pressa!

Deixem em mim ficar o que só a mim agora importa
Tenho tanto ainda para sentir,  solidão, angustias...
Até para a tristeza sempre deixei aberta minha porta


José João
03/10/2.012


Um amanhã de amor.



Se tudo pode o poeta, até modificar as horas, então...
Amanhã não quero falar de coisas tristes, de lágrimas,
Não quero falar de solidão, de saudade, nem tristezas.
Quero falar da beleza de um sorriso de amor,
De um olhar de ternura que vai ao mundo gritando
Poesias de amantes em que os corações disparam
Alegres em pulsações fortes como se gritassem:
Estou amando, estou amando, estou amando.
Quero falar da beleza dos sonhos que ficam
Dentro de cada coração apaixonado a mostrar
Momentos que se fizeram eternos e únicos,
Que embalam os pensamentos e abrem a vida
Para o amor que voa como poesia perfumada,
Como oração divina a fazer o mundo afogar-se
Em tempestades de beijos, e de ternos olhares.
Amanhã quero fazer poesias soltas e belas,
Coloridas com palavras de cores fortes mas serenas,
Um colorido que faça inveja até ao por-do-sol
Mais belo do mais divino céu do universo. Amanhã.
Amanhã minha poesia vai ter a cor das flores,
O mistério da noite, a beleza de um sol nascente.
A melodia de um cantar divino com anjos e harpas.
Amanhã não vou escrever coisas tristes. Não. Não vou.
Por que hoje estou guardando carinhosamente
Todas as minhas saudades, tristezas, até minhas angustias.
Estou guardando sonhos, poesias inacabadas, lágrimas,
Estou guardando meus prantos, um adeus distante,
Que nunca esqueci. Guardo tudo numa gaveta mágica.
Por que a vida vai muito além de amanhã e...
Gosto e preciso viver como o fiz até ontem.


José João
03/10/2.012






Quando brinquei de amar


Se brinquei de amar um dia, não foi por querer brincar
Foi por não saber que amar é estar entre a dor e o viver
Se brinquei um dia de amar, foi por inocente querer
De amar sem medo, ser sempre feliz e nunca  sofrer

Pensei que amar e brincar, ou ainda, que brincar de amar
Era amar sem nunca chorar, brincar é sorrir, sempre cantar
Mas  brincar de amar, é brincar diferente, pode até machucar
E ser tão doloroso que até dentro da alma a dor pode chegar

Depois de tantos sonhos perdidos por a mim mesmo enganar
Ainda que  não sendo por maldade, apenas medo de chorar
Percebo o que perdi e talvez  nunca mais possa encontrar

Hoje me vêm  lembranças de momentos que brinquei de viver
Só não sei se foi por amar ou por brincar, mas sei que errei
E por mais que tenha chorado este pecado ainda não paguei


José João
03/10/2.012





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Das lágrimas? Onde me esconder?!


Sempre brinco de esconde-esconde com minhas lágrimas
E elas...sempre me encontram, aí saem brilhantes, sorridentes,
Dos meus olhos, como se gritassem: Encontrei, encontrei...
Sempre me perguntei porque elas me encontram tão fácil?
Até parece que adivinham onde me escondo. Vão certas,
Sem medo de errar, algumas vezes sinto-as chegando...
Me encolho todo tentando me esconder... que nada,
Elas me encontram, outras vezes elas  vêm efusivas,
Correndo, não dá nem tempo de tentar fechar os olhos.
Já me escondi delas em tantos lugares, em muitos...
Até nos mais improváveis, ou que pensava que fosse...
Depois de muito brincar e elas me encontrarem sempre,
Como é de costume, resolvi procurar saber o porquê
Dessa tanta facilidade. Aí pensei, serão os lugares?
Os lugares onde me escondo será que são tão óbvios?
Mas ... será? Talvez. Vou procurar outros lugares,
Talvez em lugares novos onde nada mais aconteça...
Quem sabe? É isso, vou procurar outros lugares.
Elas me encontram se me  escondo atrás da saudade,
Se me escondo dentro da solidão, até dentro do vazio,
Daquele vazio que fica depois de um adeus...
Elas me encontraram, até dentro de sonhos perdidos
Que lembrei não sei porque... me encontraram...
E eu que pensei que elas só me encontrariam de noite
Quando estivesse sozinho numa cama tão fria!!!

José João
01/10/2012