quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Voa meu grito



Voa meu grito. Voa.
Que o silêncio se fez de mudo.
Fecunda as pedras que elas vão parir teu eco,
Estupra o vento, se for preciso, mas vai.
Voa meu grito, que o espaço é todo teu
E está aberto, são tantos os caminhos, e tu,
Meu grito, antes de longe estiveste perto
Até te vi quando do meu peito saíste.
Vai, meu grito, como o pranto que te fiz ser,
Como a dor que me faz chorar. Não pára.
Vai, até ao infinito se for preciso.
Vai, meu grito, gritando a angustia
Que se faz verdade dentro de mim e da alma,
Como se as tantas perdas estivessem vencendo
A vontade de não chorar, mas os olhos...
Em límpidos clarões reluzentes
Se enchem de um brilho demente, carente
E as lágrimas já tanto choradas
Neles se fazem presentes, como presentes da dor
Desse dor que faz o meu peito gritar,
Se prendendo na alma e querendo ficar,
Como se fosse parte de mim.
Não sei se tenho outro grito para gritar,
Talvez o silêncio desperte e só me faça chorar
Buscando lembranças ou sonhos distantes
Que o tempo, por displicência, esqueceu de apagar.
Vai, meu grito, que o espaço é infinito
E o tempo é eterno, talvez um dia possas chegar
Até onde, sinceramente... não sei.


José João
26/09/2.012

Um comentário:

  1. Lindo meu Amigo ...até onde realmente nunca saberemos ...mas que vai voar vai ...!!! Um grande abraço Pedro Pugliese

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