sexta-feira, 27 de julho de 2012

Pedaços de lamentos



Corri entre canteiros regando flores com pranto,
Brinquei entre jasmins fingindo cantar um canto
Que era como oração, como queixume ou  prece
Que como nuvem  ao céu enfeita e logo desaparece

Contei estrelas em noites frias, para passar o tempo
Que insistia em não ir, em ficar, em me deixar triste
Como se a noite fosse feita para chorar a dor da solidão,
Em silenciosos gritos desesperados da alma e do coração

Bebi minhas lágrimas vindas com doloridos soluços
Que me rasgavam desde o peito até o pensamento
Que se faziam, por tanto clamor, pedaços de lamentos


Que vinham lentos, aos poucos, para serem sempre,
Fazerem de eterno apenas momentos que se fizeram dor
Fazerem de frio, partindo a alma, o que um dia foi amor.


José João
27/07/2.012




terça-feira, 24 de julho de 2012

A saudade é você


Vem, vem com a saudade que sempre fica comigo
Deixa que nela, nas noites, me deite sonhando contigo
Busque nos momentos que um dia juntos vivemos
Sorrisos, lembranças, promessas que a nós nos fizemos.

Sozinho estaria não fosse meus pensamentos buscarem
Em passados distantes, olhares, caricias um dia sentidas
Trocadas, em noites que nos fazíamos de apenas um
Onde nossas almas se faziam a essência de nossas vidas

Te busco no tempo, como meu mais completo pedaço
Parte vital de mim, que sem ela de apenas resto me faço
Como eco de um grito triste chorando a esmo no espaço

Vem, que seja em velhos sonhos, em desejos perdidos
Vem no silêncio da noite, na chuva que chora lá fora
Que ainda estando sozinho sinto a solidão indo embora


José João
24/07/2.012





Pranto, tristeza e canto


Desde sempre tentei secar meu pranto
Chorando dores há muito sentidas,
Chorando saudades no tempo perdidas
Ou carências, dessas que entristecem vida

Meus tantos prantos assim são chorados
Como chuva forte que cai sem ter hora
Como coração partido da mãe que chora
Por que sem dizer o filho lhe foi embora

Minhas lágrimas, a mim  são como palavras
Sussurradas num triste e eterno queixume
Como flor que chora a perda de seu perfume

Desde sempre tentei secar esse meu pranto
Por vezes chorando dores que doíam tanto
Que confundiam-se  pranto, tristeza e canto


José João
24/07/2.012




Do amor, a beleza é o pranto


Ando pelas ruas como se fosse fantasma de mim mesmo
Passos bêbados, pensamentos distantes, olhos vazios.
Sigo sem horizontes, qualquer caminho é meu caminho
E vou, entre cantos e prantos, perfeito triste andarilho

Não sei mais quem fui, e se para sempre serei assim...
Sombra de mim a percorrer estradas perdidas, sem chão
A flutuar em pedaços esquecidos de sonhos que sonhei
A correr entre pensamentos vendo os momentos que amei

Que amei... como se amar fosse uma oração a ser rezada
Com o coração e a alma, contritos num doce e divino canto
Em que cada instante é maior, se faz eterno, se faz de tanto

Que o mundo se faz pequeno para os sonhos que nascem,
Cada um mais belo, mais colorido e de maior encanto
Que tanta beleza, a vida permite, seja continuada em pranto


José João
24/07/2.012




segunda-feira, 23 de julho de 2012

Meus pesadelos


Fantasmas me vêm, e entre minha raiva e medos
Aparecem. Vivos, até se pintam em cores fortes.
Não sei de onde vêm, mas não se fazem sombras
Talvez sejam até pesadelos, inteiros e sem cortes

Procuro no tempo as razões que os fazem chegar
Talvez por maldades. Motivos? Se têm eu não sei.
Que passado posso ter vivido para que só agora
Me venham tão fortes que até minha alma chora

Minhas poesias, por medo e tristeza choram comigo
Como se vida criassem, e inocentes pedem orando
Que os fantasmas não me façam viver a vida chorando

Paro no tempo, calo meu grito, espero entre os sonhos
Que pedi pra sonhar. Não sei quando ou mesmo se vêm 
Mas quero aprender, pelo menos, o prazer de esperar


José João
23/07/2.012






sexta-feira, 20 de julho de 2012

Esse amor que nunca vai


A distância não existe se amor for mesmo amor
Passam-se noites, dias, horizontes, as ... distâncias.
Chora-se lágrimas, prantos, dores, mas ele está ali
Dentro do coração, da alma e das tantas lembranças

A saudade a cada momento desperta fazendo lembrar
Que não existem ontens nem amanhãs, tudo é sempre
Até detalhes se fazem grandes, muitos, se fazem tantos
Que passam a ser importantes, cada um com um encanto

Esse amor que brinca de parar o tempo dentro da gente
Brinca com os corações deixando-os ternamente dementes
Que nos faz ficar como se criança, até mesmo inocentes

Esse amor que brinca de passar por sobre as distâncias
Que faz se fazer sonhos de nuvens e de criar encantos
Esse amor que nunca vai, faz também se fabricar prantos


José João
20/07/2.012











Não diga nada


Não tente enganar meu coração com palavras
Que já não dizem  mais nada, é melhor calar e ir.
Não diga nada. Deixe que o silêncio fale por nós
E apaga dos olhos esse olhar que já não sabe pedir

Sei, vão ficar comigo as recordações dos momentos
Que sonhamos ou vivemos juntos como amantes
Mas agora não diga mais nada, para que palavras?
Nenhuma vai fazer voltarmos a ser o que eramos antes

Não vejo mais em teu olhos quele desejo no olhar
Não diga palavras que serão apenas palavras soltas
Que se farão de lágrimas por serem agora tão poucas

Vai. Não queira me enganar. Não diga palavras bobas,
Palavras vazias são ditas em quase todas as despedidas
Deixe que guarde em mim a recordação de nossas vidas


José João
20/07/2.012





quinta-feira, 19 de julho de 2012

Quando se sente o adeus


Mar, saudade, o por-do-sol pintando o horizonte,
Lembranças, lágrimas, uma dor comprimindo o peito
O tempo parece parar, em volta tudo é tão pequeno
Uma vontade incontida de chorar. Não tem jeito

As lágrimas cobrem os olhos, vontade de correr...
Ah! Se se pudesse voar, ir buscar, ir pedir, ir dizer
Gritar. Te amo, estou sofrendo. Ah! se o mundo
Aos amantes sofredores pudesse isso por eles fazer!

Lá na frente, no horizonte, o por-do-sol pintado de belo
Indo lá dentro, em cada momento, buscando o pranto
Aí percebe-se quão fácil  seria dizer: Como te amo tanto!

Aumenta a dor, um misto de raiva da gente e saudade.
O peito arfa buscando o ar que o horizonte vai levando...
E a solidão, com dor, carência e tudo em nós vai ficando


José João
19/07/2.012






Vem chorar comigo


Pedaços de mim vão ao mundo nas poesias que faço
Como fossem de minha alma  prantos que ela chora
Buscando em outros corações sofridos a mesma dor
Essa dor de sempre, que se faz  nessa dor de agora

Meus versos voam, entram em corações que tristes
Choram a mesma dor que choro com lágrimas diferentes
Mas a angustia da alma é a mesma, ditada pela saudade
Que fica quase mórbida deixando até a alma carente

Meus versos querem dizer que até chorar vale a pena
Se um amor forte nos habitou um dia e sempre ficou
Dentro de nós, como tatuagem, que à alma marcou

Minhas poesias querem ser sentidas dentro da alma
Bem lá no fundo, onde só a saudade pode chegar
Se alguém sentir uma dor assim...vem comigo chorar...


José João
19/07/2.012





Pedaços do passado


Perguntar ao mundo com palavras choradas
Porque o passado, pra mim, só isso deixou.
Dores, angustias, prantos, toda essa saudade,
Que mesmo o tempo passando nunca apagou

Deixou pensamentos distantes retalhos perdidos
De momentos que foram ficando tão esquecidos
Como sonhos que na manhã não se pode lembrar
E fazem que a alma por tão carente se ponha chorar

Mas lá de traz, vem a solidão silenciosa, trazendo
Em rotos guardados, pedaços de olhares, de beijos
Que se fizeram um dia a ternura de tantos desejos

Assim despertaram sonhos velhos, sonhos caducos
Que adormecidos, da alma faziam uma doce morada
Já que sabiam agora ser apenas saudade e mais nada


José João
19/o7/2.012





terça-feira, 17 de julho de 2012

O tempo não mede o pranto


Se o tempo pudesse ser medido por meus prantos
Ontem, hoje, amanhã, seriam apenas eternamente
Verão, inverno, outono, primavera, seriam instantes
Se confundiriam nas lágrimas de prantos constantes

Seria como se o tempo tivesse por si mesmo parado
Perdido entre noites, madrugadas e dias chorados
Como se fosse todo o pranto um único soluço dado
Que até mesmo o tempo, por ele, estaria molhado

Mas não pode. O tempo não pode medir meu pranto.
Não teria tempo que desse tempo de assim medir
E não seria meu pranto se o tempo medisse tanto

Assim vou indo com os olhos cantando o meu cantar
Entre estradas, caminhos e sonhos que fazem chegar
Prantos que o tempo por não ter tempo me ajuda chorar


José João
17/07/2.012






Ouvinte do pranto


As vezes me pego cantando canções
Que nem sei onde ouvi ou aprendi
Canto palavras e  pedaços soltos
Como sentimentos rasgados e rotos

Canções me vêm como esses gritos
Que almas tristes sempre choram
Assim como orações no tempo rezadas
Pelas almas carentes quando imploram

Um segundo, um pedaço, um momento
Um pedaço de um relâmpago de tempo
Que encobrisse assim esse tanto tormento

Canções me vêm como gritos da alma
Que de migalhas se faz pobre pedinte
Tanto que do próprio pranto se faz ouvinte.


José João
17/07/2.012

Chorar por apenas saudade


Buscar teu olhar no sol poente de um horizonte
Desenhado com a beleza da ternura de teu olhar.
Buscar na brisa leve a doce meiguice de tua voz
E deitar sobre o tempo buscando outro sonhar

Deixar vir no pensamento os mais ternos momentos
Que foram vividos, sentidos, como pedaços de vida
Que se eternizaram na alma fazendo nela morada
E deixar o infinito de tua presença como uma estrada

A alongar-se até onde a existência possa ir e chegar .
Até onde uma saudade incontida se faça de universo,
E acomode na canção de um pranto, um terno chorar

Não um chorar por dores sentidas dentro da alma,
Não um chorar pela solidão que faz a alma gritar,
Mas um chorar pela saudade gostosa de  lembar


José João
17/07/2.012


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sei chorar... sei fingir...


As vezes me acho o acorde de um  violino chorando triste
Cantando, com um por-do-sol em lágrimas, uma Ave Maria
Onde os sinos choram seis lágrimas em badaladas no tempo
Que vão cabisbaixas, chorosas levadas ao mundo pelo vento

As vezes me sinto uma canção. Melodia que o tempo esqueceu
Que ninguém  lembrou de cantar, por ser triste ou não existir
E assim vou, ou  fico, em qualquer lugar onde possa chorar
Onde possa com os olhos e com o pranto minha história contar

Se me dizem triste, sou poeta, sei fingir brincar, fingir sorrir
Sei até fazer versos fingindo que não é minha a dor que choro
Sei cantar cantos que ninguém conhece, sei nos versos mentir

As vezes sou oração, as vezes sou canto, em outras sou poesia
Quase sempre sou eu mesmo brincando de imitar o pranto
Essas lágrimas brilhantes que pra saudade se fazem encanto.


José João
14/07/2.012

Te buscando


As vezes me sinto caminhando por estradas desconhecidas
Procurando o que não sei, mas buscando sonhos perdidos
De momentos que nem sei onde vivi, mas sei que os vivi
Talvez em horizontes distantes, de onde vim e aqui me perdi

Talvez até buscando teus carinhos, teus beijos perdidos
Buscando os instantes em que a alma gritava teu nome
Entre cantos, entre os sorrisos, que sei,  um dia sorri
Talvez buscando os campos onde contigo, alegre, corri

Me sinto sozinho caminhando por estradas desconhecidas
Caminhos com cheiro de verde, com cheiro do tempo
Em que flutuavas toda plena e pura em meus pensamentos

Era o divino momento em que o céu brincava de brincar
De colorir teus olhos com as cores dele, da luz e do mar
Essas cores de todos os dias tão vivas que só fazem chorar


José João
14/07/2.012


Esse meu coração...


Esse meu coração, batendo forte, chorando triste
Como se cada pulsar fosse um lágrima, uma dor
A ser chorada como se ontem fosse para sempre,
Como se todas as dores falassem de um só amor

Maior que o mundo, que o mar, maior que o tempo
Tão grande que um dia o céu cresceu para cobri-lo,
Que as nuvens até se fizeram de estradas para te-lo
Que tive que ser corpo, coração e alma para vive-lo

Esse meu coração, faz minha alma cantar um canto
Cheio de saudade, onde o queixume se faz de pranto
Onde a dor da solidão de faz de muito, se faz de tanto

Que a angustia me põe no colo e canta para eu chorar
Trazendo sonhos que um dia sonhei e os fiz de vida
Para nunca esquece-los, para sempre deles lembrar


José João
14/07/2.012


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Não é de ontem essa dor


Não é de ontem a dor que sinto,
Nem de hoje a dor que amanhã eu vou sentir,
Não é saudade. Quem me dera fosse.
É uma dor que vem do tempo, desde quando?
Não sei dizer... talvez de sempre,
É como se minha alma desde muito
Vagasse solta no espaço a procura
Do que nem mesmo eu sei.
É uma dor que nem sei dizer
Talvez  por ser maior que qualquer dor,
É como se o espaço se tomasse de angustia
E se entregasse todo e unicamente para mim
Como se sofrer fosse preciso, fosse viver,
Fosse gritar em silêncio o que não sei dizer.
Não é de ontem a dor que sinto agora
Que me toma forte, violenta e tanto
Que os tão poucos momentos que um dia vivi
São atropelados, deixados esquecidos,
Caídos  moribundos no vazio que me toma,
Como se eles não precisassem existir.
Também não lamento essa dor de agora,
Tudo tem seu momento, seu tempo, sua hora
E se é de chorar que preciso. Vou chorar
Essa dor de tanto tempo, de quase sempre
Me ensina, na verdade o que é difícil aprender.
Aprendi a chorar sozinho e em silêncio
Para não constranger as lágrimas,
Que lentamente caem dos meus olhos,
Na vã tentativa de levar com elas...
A dor que sinto.


José João
13/07/2.012

Viver...sem viver


Quando a solidão em grito rompe
Clamando pelo menos uma saudade
A angustia chega e toda se apossa
Como se da vida fosse única verdade

E eis que chora do coração até a alma
Quem por desventura teve essa sorte
E se entrega pleno à  falta de vontade
De viver... que clama sua própria morte

Assim a dor lhe impõe silêncio absoluto
Desde a fala até o silêncio do pensar
Então a vida escorre em suspiros leves
Fazendo dela mesmo motivo de chorar

Em profunda fenda o áspero e duro chão
Se abre engolindo até mesmo a ilusão
E assim segue o homem como sempre está
Vazio. Como viver fosse o mesmo que morrer


José João
13/07/2.012

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Além de mim


Teu beijos me acostumaram a sentir o gosto do vento
Esse vento gostoso que todas as manhãs beija as flores
Acostumei com tua voz como se fosse gorjeio de pássaros
A cantar divino canto falando das belezas e dos amores

Foste a vida que vivi, foste o calor e os encantos que senti
Ficaste dentro de mim, de minha alma, como doce canto
A embalar sonhos que se faziam muito mais que sonhos
Eram histórias que me faziam rir e até  ironizar o pranto

Eras meu ontem, meu hoje, eras todo os meus amanhãs
Eras o ar que respirava, a história mais perfeita que vivi
Na verdade, foste a única história de vida que escrevi

Hoje tua imagem fica comigo nas noites que não durmo,
Na saudade que o tempo teima buscar indo além de mim
De tudo que fui, que sou, só não além dessa tristeza sem fim


José João
12/07/2.012







terça-feira, 10 de julho de 2012

Histórias do destino


Meus passos pararam como se de repente me faltasse chão,
Os pensamentos se perderam confusos no meio do tempo
Os olhos tristes choravam com a alma em atrevidos soluços
Que se faziam bem mais que pranto por se fazerem oração

Meu mundo perdia o movimento e a cor, ficava num vazio
Que sugava todas as minhas vontades, só não a de chorar
Deixava que o pranto molhasse meu rosto como caricias
Por que sabia, ficou perdido também até a vontade de sonhar

Um quadro único se pintava em minha frente e por toda vida
Caminhavas lentamente em direção a um horizonte infindo,
Tua silhueta na distância se desfazia e eu rezava pedindo

Que tudo não passasse de um pesadelo, que logo acordasse
Mas cruel destino, escreve as histórias com mórbido prazer
Fazer da vida dos amantes apaixonados apenas um sofrer


José João
10/07/2.012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Recordações que me vêm



Recordações  me vêm da alma sem que peça
Já os sonhos vêm correndo com pressa de chegar
Pensamentos voam soltos em volteios com o vento
E se me chegam vêm dizendo que a alma quer chorar

Me sento em qualquer canto esperando a saudade
Que foi la atrás no tempo, outra história foi buscar
E os olhos inquietos em queixumes vão dizendo
Tudo isso só porque minha alma quis amar

Assim fico dentro de um passado que não quer passar
Remoendo ilusões perdidas que insistem em voltar
E o coração já me pergunta se é nele que elas vão ficar

Recordações de momentos passados entram sem pedir
Nessa saudade que agora sinto tão dentro de mim
E que fica, e se guarda, sem mais nunca querer ir


José João
06/07/2.012

Vai... vai ser feliz


Ei! Você que está triste com o olhar perdido no nada,
Se tens alguém a quem queiras dizer bem alto: Te amo
Ou, se por timidez, queiras dizer bem baixinho a dois,
Vai. O que estás esperando, vai, não deixa pra depois

Corre, faz viver teus sonhos. Que logo, hoje será ontem.
Queres, por acaso, viver assim, como eu e meus prantos?
Talvez se um dia alguém tivesse me dito. Corre, vai, vai,
Vai viver teus desejos, teus sonhos e os teus encantos

Se alguém me tivesse dito! Estou te dizendo, vai agora.
Vale a pena buscar, da vida, qualquer momento feliz
Mas sofremos por nunca ouvir o que o coração nos diz

Vai, não ouve o que dizem, teu coração é que está carente
Ser feliz está tão difícil, que por dois segundo de felicidade
Por um beijo apaixonado trocaria pela duvida da eternidade.


José João
06/07/2.012









Já fui tanto...


Minha vida não foi sempre chorar dores e prantos
Tive sonhos, momentos vivos, do mais terno encanto
Recitei versos de amores vividos, de amores paridos
De duas almas num divino cio de um amor incontido

Corri de mãos dadas, peito ao vento, coração cantando,
Flores fazendo coro ao canto do vento que cantava comigo
Corri brincando de buscar horizontes que estavam bem ali
Onde qualquer pensamento pode alcançar e faze-los daqui

Brinquei de viver, não sabia que vida também pode brincar
De fazer mágicas cruéis, dessas que fazem até a alma chorar,
Enlouquecida no tempo, num vazio, sem saber onde está

Hoje busco um canto no meio do mundo para poder estar
Ouço a vida brincando, me dizendo que não sou para amar
E a solidão em ironia me pergunta, se quero com ela cantar.


José João
06/07/2.012








Minha alma


Minha alma, acho que nasceu de versos tristes
Ou de amores moribundos, perdidos por aí.
Minha alma as vezes canta tão tristes cantos...
Desses que coração nenhum canta por aqui

Minha alma canta melodias vindas do tempo,
De distantes horizontes, onde acho, nunca estive
Entende o chorar das flores, do perfume das manhãs
E das lágrimas que alguém vai chorar nos amanhãs

Minha alma, acho que nasceu da canção do vento
Esse vento criança que perfuma as primaveras
Voando nos campos brincando de amores e quimeras

Essa minha alma feita de tristezas, amores e encantos
Vive a comover-se de dores que outras almas choram
Assim aprendeu cantar com os olhos, cantando prantos


José João
06/07/2.012



Choro depois


Vai, me deixe aqui chorando, não olhe para traz
Vai e leva todos os momentos mágicos que vivemos
Não quero nada, e mesmo nada tens para deixar
Leva tudo, já me basta esta saudade que vai ficar.

Que queres mais levar de mim que não te chegue?
Então leva tudo, histórias, sonhos, até os pensamentos.
Não é a primeira vez que fico só, tenho companhia
Sempre tive a saudade para alegrar os meus momentos

Vai, não vou chorar agora, quero os olhos bem abertos
Para ver aumentar lentamente a distância entre nó dois,
Não vou te dar o prazer de me ver chorar. Choro depois

Quem sabe encontre um dia em outro olhar o meu olhar?
Quem sabe um dia encontre a beleza de outro amar.
Mas enquanto não me vem, com a saudade chorar.


José João
06/07/2.012

Diz mundo, diz pra mim...


Olho para o céu, não consigo ver,
Sonhos pra sonhar e poder viver,
Olho para o tempo e só sei dizer
Que não vivo, não vivo sem você

Queria tanto que não fosse assim
Queria que o destino por um segundo
Me permitisse apenas um sorriso aberto
Que seria o mais feliz de todo o mundo

Prefiro lembrar meus passado chorando
Que sonhar um futuro que não vou ter
Este futuro seria, viver sempre com você

Diz, mundo, diz agora que foi que fiz
Diz onde errei, será foi no meu sonhar?
Será mundo, que não nasci pra ser feliz?


José João
06/07/2.012





quinta-feira, 5 de julho de 2012

buscando saudades perdidas


Hoje vou brincar de correr entre o destino e o tempo
Vou lembrar palavras que não disse, beijos que não dei,
Estradas que percorri sozinho, sonhos que não quis sonhar,
Histórias de amores que não vivi, caminhos onde não passei

Vou lembrar as lágrimas que chorei, as saudades que senti
Quero lembrar tudo, para  fazer de tudo um único canto
Com uma melodia que ninguém conheça mas que diga
O que é amar, viver, sentir a alma triste derramar seu pranto

Vou cantar com o vento, canções que apenas ontem aprendi
Quando vi meus sonhos, todos eles,  irem embora lentamente
Sonhos que quis sonhar,  que sonhei, que  fiz de vida e perdi

Vou cantar agora o canto triste de uma dor que se faz infinda,
Se faz de eterna a cada instante em que a saudade me chama
Dizendo: Tem muita solidão e angustia para sentir ainda


José João
05/07/2.012


E vem a solidão ficar comigo


Te amar, foi como se a primavera só existisse uma vez,
Assim como se fosses o único dia que o sol iluminou
Te amar, foi ficar entre céus e oceanos a me ver sonhar
E te ver como anjo refletido brincando com o mar

Teu rosto, desenhado em nuvens, tanto era o amor
Que te via assim, sempre sorrindo brincando de brincar
Mandando beijos pelo vento, pela brisa, em belo canto
Que sempre pensei ser da primavera esse doce encanto

Nunca pensei no verão, nem nas folhas caídas do outono
Nunca pensei em prantos, saudades, adeus ou ausências
Sempre um mundo florido, completo de amor, sem carências

Mas de repente o céu se torna cinza, tudo vai indo, fugindo,
Voando no tempo, se perdendo num manto invisível de vazio
E vem a solidão ficar comigo. Fingindo tristeza me olha sorrindo


José João
05/07/2.012


Uma lágrima apenas


Uma lágrima é um solitário grito de saudade,
Desesperada, não espera o pranto para sair
Corre aos olhos como se a alma fosse pouca
Para essa dor que, tão doída, a deixou louca

E a lágrima solitária, no rosto faz um caminho
E por ele vai, seguindo até o fim do infinito,
Lá onde vai a dor que matou verdades, desejos,
Matou até o sabor terno daquele último beijo

Uma lágrima, apenas uma lágrima, e nada mais.
Uma lágrima  bela e triste de um último olhar.
 Faz a alma sofrer,  gritar, chorar, querer morrer

Com ela os olhos se perdem em horizontes distantes,
Buscando imagens perdidas, vagando por sonhos
Que se perderam no tempo como nuvens viajantes


José João
05/07/2.012












quarta-feira, 4 de julho de 2012

Te esperei por uma vida


Te esperei, te esperei sentado nas noites, nas madrugadas,
Te esperei, te procurei por caminhos, veredas, estradas
Fiquei sentado nas tardes, te buscando nos horizontes
Te esperei, por anos, correndo por vidas sem paradas

Sem descansar, procurei  teu olhar por entre estrelas
Busquei nos jardins o sabor do teu perfume, te procurei
Corri por lugares distantes, naveguei  por mares sombrios
Não sabes! Nem nunca saberás quanto na vida te esperei!

Hoje não espero mais, corro entre os sonhos perdidos
Canto canções antigas mas que já não fazem mais sentido
Lembrando os momentos, os mais bonitos, que levaste contigo

Hoje corro entre ruas, buscando luares que não dizem mais
Da ternura de nossas caricias, abraços e beijos, de nós dois
Hoje vejo que tudo pra nós foi ontem não houve um depois


José João
04/07/2.012




Minha mais linda loucura


Não me importa quantas horas a noite possa ter
Nem me importa mais se o amanhã custa tanto a chegar
Se meus sonhos ficam vivos quando penso em teu olhar
Que me importam noites, amanhãs, se nunca vão passar...

O que me importa é sempre ter um teu momento pra viver
Se o tempo custa, ou não vem, ou me manda em pedaços
Histórias que vivemos, beijos que trocamos, até sonhos
É isso amor que importa, lembrar pra toda vida o que fomos

Deixa contigo eu ficar, nas noites, nos dias, em meu sonhar
Nas minhas horas de alegria, de tristezas, de chorar
Deixa, amor, que eu possa ficar, por toda vida a ti lembrar

Não importam as perguntas, que me digam que enlouqueci,
Não me importa que zombem, que riam, isso não importa
Importa que se for loucura é a mais linda loucura que vivi


José João
04/07/2.012



Não tenho vergonha de chorar


Não sei mais por quanto vou chorar
Me chegam teus beijos no pensar...
As vezes, acho, vou enlouquecer
Sem você, amor, pra que viver?

Quase sempre me ponho a lembrar
Sentado na porta da noite, ao luar
Tudo o que um ao outro nós já fomos
Agora, amor, agora o que é  que somos?

Tristes, as lágrimas vêm sem eu pedir
E tudo em seguida perde a cor
Aí minha alma grita com  meu pranto
Toda a amargura da perda desse amor

Não tenho vergonha de chorar, chorar,
Chorar até a alma de cansada se sentar
Na beira de qualquer vazio, esperando
Em vão anseio, você sorrindo, me chegar.


José João
04/07/2.012
 

terça-feira, 3 de julho de 2012

As mentiras doem



Ah! Vida. Ingrata desilusão por sonhos perdidos
Sonhos inocentes sonhados onde as mentiras
Se fizeram tão vivas que o coração se entregou
E sorrindo por, indevida inocência, acreditou

Se abriu assim como a alma que tanto deu-se
Amando tanto que de duas vidas apenas uma fez
E gritando versos em sacros hinos de amor infindo
Viu-se, depois sozinha, por que tudo lhe foi fugindo

As juras se fizeram em nada e se foram ao tempo,
Em bisonhos cantos, como risos de ironia pura
E a alma que tanto deu-se, viu-se perdida e nua

Despida por que as vãs promessas que lhe cobriam
Eram todas mentiras cruas ditas com falso encanto
Que a alma, por vergonha, se esconde atrás do pranto


José João
03/07/2.012

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Estrela cadente


Ah! Estrela cadente.
Cortando a noite qual punhal flamejante!
Deixando rastros de pedidos perdidos,
Caídos na própria noite sem luz,
Ou como esperança sem cor.
Há quem lamente,
Não houve tempo de pedir
E busca o céu, olhar atento,
Qualquer estrela que talvez, nem exista mais
Mas  que se solte, que caia, que corra...
Afinal tem que ser feito o pedido.
De repente... outra estrela cadente
Risca o céu, enfeita a noite, entra na mente
E lábios frenéticos esboçam um falar,
Atropelam as palavras, o tempo é curto
O pedido é grande. Deu tempo de pedir?
Ninguém sabe. O pedido é um segredo.
Ah! Estrela cadente!
Que engana crianças, engana até a gente.
E se perdem não se sabe onde,
Talvez engolidas por um buraco negro,
E os pedidos? ... Os pedidos?!
Esses se perdem por aqui mesmo.


                                                                         José João
                                                                       02/07/2.012

Minha saudade amiga


Que sonhos, saudade, tens pra me dar?
Outros momentos trazes para sonhar?
A cada dia me despertas um pensar
E sempre um outro motivo pra chorar

Me trazes agora em forte relembrar
Um beijo que já me havia esquecido
Não. Não foi aquele beijo trocado
Mas outro, aquele ousadamente roubado

Me trazes a recordar o lindo rosto dela
Que de lírio ficou rubro como se o sol,
Aquela divina face tivesse acariciado
Mas não foi do sol tão doce caricia
(Foi o calor daquele meu beijo roubado)

Tantas recordações que até me fazem
Dentro dos próprios versos me perder
Assim como um dia dela me perdi
Assim como até hoje não sei como vivi

Mas não há de ser tanto a dor que sinto
A saudade, cativa companhia, me acalenta
E de olhos fitos no meu tristonho pensar
Calmamente do meu lado ela se senta

Amanhã certamente outros sonhos me trará
Outros momento que eu possa recordar
Foram tantos, tão intensos e tão verdade
Que pra senti-los só mesmo com a saudade.


José João
02/07/2.012




Sem sonhos para sonhar


Ó! Dor que minha alma toda toma
Que lhe faz esquecer a própria vida
Que se perde como folha seca ao vento
Como lágrima, lentamente ao chão caída

Que tristes o sonhos que me tomam agora!
Como se eu fosse o resto de mim mesmo
Como se o amanhã me fosse um pesadelo
Que já hoje, gostaria de esquece-lo

Ó! Sonhos que me largaram a toa ao mundo
Que no tempo me fizeram apenas um vagabundo
E que pra vida um simples e perdido moribundo

Ó! Saudade! Onde estás que não me ouves?
Faz que meus sonhos a mim possam voltar
Que já não tenho outros sonhos pra sonhar


José João
02/07/2.012

Saudade, meiga companheira


Ah! Que bela calma a saudade me traz
Me deito em seu colo e não preciso mais
De um canto escondido pra chorar meu pranto
Ou de outros ouvidos para ouvirem meu canto

Ah! Mas que doce calma que sinto agora!
Como a saudade me enfeita as horas!
Me acalenta com belos sonhos dourados
E deixa alegre os meus olhos chorados

Que saudade maior haverei ainda de ter?
Talvez dela mesma, se ela um dia partir
Mas se um dia, isso a mim acontecer,
Que seja por um amor como nunca senti

Mas enquanto não me vem esse amar
Deixo que a saudade me possa tomar
Em qualquer momento que ela quiser
Desde que me permita faze-la de mulher.


José João
02/07/2.012

A saudade foi buscar


Será que tenho algum sonho perdido
Lá, bem dentro do tempo esquecido?
Como poderia sem saudade encontra-lo?
Como sem ela, ir ao tempo busca-lo?

Estanho o que agora comigo acontece
Minha tão doce saudade de mim se perdeu
Mas como? Se ela de mim não se esquece?
Será que hoje, ela de mim, se esqueceu?

Jamais, jamais um só sonho meu esqueci
Mas algo me diz que alguma coisa me falta
Deve estar em qualquer lugar do passado
Esse sonho que não me tenho lembrado

Mas eis que me chega sorrindo a saudade
Dizendo que de mim não se havia esquecido
Que apenas pra mim foi distante buscar
Aquele sonho que havia no tempo perdido


José João
02/07/2.012

Assim como as flores






Como flor pendida em caminho estreito
Em que caminhantes não lhe têm respeito
E mais ainda, grosseiros ao chão lhe atiram
Como se dele lhe quisessem fazer de leito

Assim a flor, coitada, tão bela e tristes
Se arrasta ao sol e não tem sossego
Não tem quem queira lhe erguer do chão
Quem lhe sinta um pouco de compaixão

A flor em prantos, triste, ao  vento implora
Por favor, me ergue o caule para que eu viva
Não ouve o vento, e em volteios vai indo embora

Minha alma vive, assim como vive essa triste flor
Que em prantos pergunta a Deus: Que mal te fiz?
Assim também, minha alma triste, em prantos diz


José João
02/07/2.012        



Grita coração


Grita coração, bem alto, teus desencantos
Faz da vida parceira dos teus prantos
Chora. Não importa com quais lágrimas
E faz do vento caminho para os lamentos

Chora, coração, teu descontentamento
Grita a dor que te lacera a pobre alma
E se dor maior essa vida tem pra te dar
Esta, à outra dor, certamente acalmará

Segue a sorte da tristeza que herdaste
Pela perda de um amor quase infinito
E se indiferente fores a tantos outros
Vai, segue e ouve atento teu próprio grito

E se teu grito, ao mundo, não fizer eco
Não lamente tão desventurada sorte
Foi o amar quem te deu a dor que sentes
E não amar é viver dentro da morte

Segue, então, a sina que o destino te impôs
És história, tens um antes, uma agora e um depois
E toda história de amor, coração, é verdadeira
Somente se tiver sido escrita por dois


José João
02/07/2.012

Minhas poesias!?


Um dia talvez minhas poesias sejam como as borboletas
Valsando alegres e frágeis ao sabor do vento, sem rumo
Beijando corações como se fossem flores coloridas
E em cada um deixando uma semente de amor e vida

Entrará em cada um deles mansamente, sem que sintam.
Para cada semente levará uma lágrima minha, a mais bonita
E deitará as duas, minha doce  lágrima regará a semente
E deixará que cresça viçosa de beleza eternamente infinita

Um dia minhas poesias povoarão pensamentos e sonhos
Se farão a medida mais certa para apaixonar os corações
Dos descrentes, dos carentes, dos que vivem sem emoções

Quem sabe, minhas poesias, possam até servir de recado
Em cartas perfumadas falando do amor mais inocente e puro
Para aquele amante tímido com vergonha de estar apaixonado!


José João
02/07/2.012

Amar, é brincar de esperar...


Vai, e que logo o tempo apague teus rastros no chão
Para que o desespero de te seguir se apague com eles
Mas é tão doída tua ausência, toda essa tanta saudade
Que ti seguir, agora se faz em mim minha maior vontade

Não sei como ficarão meus dias, levaste meus sonhos,
Levaste os sorrisos, a alegria, e deixaste apenas vazios
Que me toma todo e por não ser nada me sufoca tanto
Desde a alma até os olhos chorando tão copioso  pranto

Vai, a vida é mesmo assim, amar é brincar de esperar
O que não se sabe, por vezes lágrimas, as vezes risos,
Um divino cantar da alma, mas quase sempre um chorar

Tomara teus passos já tenham se apagado ao tempo,
Ou tenhas caminhado sobre pedras sem deixar marcas
Mas que adianta, estarás sempre em meu pensamento.


José João
02/07/2.012


domingo, 1 de julho de 2012

Chorar, é sempre tão pouco


Chorar. Para quem sente saudade é tão pouco,
É conversar com o tempo sem precisar falar,
É dizer dos momentos que não se esqueceu,
É contar em silêncio um sonho que já morreu

Chorar é a alma triste gritar em silêncio sua dor
Deixar que cada lágrima seja uma palavra gritada
No vácuo de um mundo onde o som não pode ir
Em que só o vazio, por nada ser, pode existir.

Chorar é fazer de sublime uma oração rezada
Que só a alma consegue em sutil desespero rezar
E em leves sussurros pedir que lhe possam escutar

Chorar é estar em harmonia com a dor mais doída
Por saber que de dentro da gente ela não vai mais sair
É saber que ela sempre estará onde se possa estar ou ir


José João
01/07/2.012