sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um quadro vazio


Buscar sorrisos em sonhos mortos,
A dor cavalgando a alma em cruéis galopes,
Lágrimas rolando soltas no rosto triste
E a solidão gritando estérica, num silêncio mórbido,
Que as cicatrizes da alma se fizeram chagas.
A tristeza canta canções em sussurros largos,
A angustia em frenético gozo, num indecente coito
Com o nada, pare indolente sonho que nasceu morto.
E o pensamento corre em lembranças tropegas
A procurar momentos que se foram ao tempo.
A alma em desespero,  grita orações perdidas
Que se fizeram eco em horizontes que ninguém vê.
E patético, um suspiro clama entre os  soluços
Que se fazem canto, que se fazem reza,
Que quer fugir do peito que agora arfa sem poder gritar.
O tempo se pinta em cinza, a alma se pinta em dores,
Assim um quadro se faz pintado em tom sobre tom.
Tentando um fiel retrato, num espaço que o tempo
Se faz cinza... se faz preto... se faz marrom


José João





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