segunda-feira, 23 de abril de 2012
Quando se perde um...
Chorando se foram esperanças perdidas
Por vagos caminhos no tempo esquecidas
Acenos tristonhos perdidos na sombra
Da sombra furtiva da dor que espreita
E dor não seria se sozinha viesse.
Mas dor que se preza, para realmente ser dor,
Jamais vem sozinha, em confortável angustia
Traz a solidão como companhia.
E eis que então, na alma o pranto,
Afagando os olhos que já nem mais sorriem
E se luz refletiram que dor tão mesquinha
Que ao brilho apaga e reina sozinha,
E se há de ser canto o sussurro que vem
Num triste gemido no peito escondido
O canto se cala e chora também.
O verde se apaga como luz moribunda,
Como luz no ocaso, que quase não tem,
E um sino aflito chorando tristonho
Seis lágrimas que tinem se perdem no espaço
E não caem no chão.
Chorando ficaram coração e saudade.
Num triste abraço se juntam em hum,
E até se confundem no pequeno espaço
Que por caridade a vida deixou.
Um peito vazio onde o tempo não passa
E por mais que se faça a solidão acha graça
E brinca de esconde entre dor e sofrer.
José João
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