quarta-feira, 25 de abril de 2012

O estio dos meus olhos


Estio. O sol arde, as folhas se abanam e , sem vento
Choram os pássaros em seu cantar de queixume
Sussurram agonizantes os lírios em doloroso tormento
E as flores num suor insano esquecem seu perfume


Estio. Dor da seca, até os olhos ardem em opaco brilho
E se fecham na espera de uma sombra que não vem
A voz se faz seca quase rouca como um eco andarilho
Que de estrada em estrada busca o som que não tem

Eu? Fico a sentir-me parte de um momento que virá
Qual estio para o tempo de eterno tenha se feito?
Um dia virá a chuva molhando com aquele  jeito

De inundar ruas, encharcar campos e molhar jardins
Assim como o estio da chuva foi o estio dos olhos meus
Que hoje se encharcaram tristes ao lembrarem o teus.




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