sábado, 23 de julho de 2011

Preciso de ti


Não te quero apenas. Preciso de ti.
Preciso me inundar em teu querer,
Me tomar de mim e todo a ti me entregar,
Me despir e me vestir de ti.
Ousar desnudar minha alma em tua frente,
Desixa-la cativa aos teus sentidos
E meu corpo... cativo aos teus desejos
Como se de mim eu fosse minha menor parte
E tu a melhor e maior parte de mim.
Sentir tuas vontades todas minhas
E ti deixar ficar comodamente dentro de mim.
Não te quero apenas como mulher
Mas como meu universo essencial e único,
Como a melhor essência da vida.
Entraste no meu mais intimo pedaço
E de dentro dele me fizeste homem,
Um homem que fortificaste ao ensina-lo amar.
Tão suavemente soubeste te fazer caminho
E nele me deixas ternamente seguir,
Te fazes de minha estrada e horizonte,
Te percorro para chegar em ti.
Te vejo me guiando, mãos dadas e nós seguindo,
Ao mesmo tempo, te vejo me acenando para chegar,
Não há intervalo entre nós, vencemos a distância,
Me guias com a alma e me acenas com o corpo
O que ainda nos falta é por que agora
Ainda não é preciso, ou por tanto amor
Queiram fazer mais terno, sublime e belo
A doação de nossos corpos um ao outro.
..............    ....................   ..................   .............
Pena que o tempo não nos tenha permitido
                 SAUDADES

José João

terça-feira, 12 de julho de 2011

Talvez um dia

Não lamento minha solidão
Embora não a tenha pedido.
Ela simplesmente chegou e fez morada.
Não pude manda-la embora
Por não ter com quem dividir
Meus momentos e meus tormentos.
Choro silenciosamente minhas angústias
E divido comigo mesmo
As esmoções que me fazem triste.
Meu rosto se abre em sorrisos
Que a todos engana facilmente
Mas essa dor, essa dor violenta
Dilacera vagarosamente minha alma.
Choramos juntos, nos abraçamos
Na tentativa de curarmos nossas feridas,
Como se fossemos um o balsamo do outro,
Somos tão parecidos que parecemos apenas um.
Minha alma coitada tão sublime, tão suave
E eu que a aproximei dessa dor,
A culpa é só minha.
Mas ainda me resta um esperança
Que minha alma encontre sua alma gêmea
Para felicidade de nós três.
Aí então eu e ela seremos apenas um
Para felicidade de dois corações
Que se enocontram.

Força do hábito

A dor vai amadurecendo
Minha vontade de partir.
Teu silêncio me manda embora,
Me manda tanto
Que estou prestes a deixar
Florescer em mim a vontade,
Mesmo triste, de ir.
Vou procurar em outros corações
O que não podes me dar,
Vou procurar em outros braços
Os carinhos que me negas.
Mas não vou ti culpar
Nós existimos sim, e deu certo
Enquanto estivemos juntos.
Depois, pode ser minha culpa,
Talvez não esteja mais
Desperto para o teu sentir,
Quem sabe nos acostumamos
E presos nesses costumes
Pensamos que nos amamos ainda.
Talvez seja o medo
De perder nossa rotina, isso assusta.
Talvez tu sintas esta minha
Mesma vontade. Ouvir outras palavras,
Sentir outras carícias. Nos acostumamos.
Mas nós dois queremos partir um do outro.
Nada nos prende a não ser nossos hábitos
Que nos confunde nos fazendo pensar
Que é o mesmo sentimento de antes
Mas não. Não nos temos ódio
Mas tabém não nos temos mais amor.
Acho que apenas nos admiramos.
Nosso adeus é mutuo, somos amigos agora. 
   (talvez assim me console pela tua perda)

Minha flor



Todas as madrugadas
Quando ela me acorda,
Incrivelmente bela pra mim,
Exala seu melhor perfume
De todos o dias, mas é único,
É terno, é encantador.
Minha flor é única, me alucina,
Me faz sentir bem mais
Que um simples homem, desperta
A criança que tem em mim
E me deixa mais completo.
Ela é vaidosamente feminina,
Não a vaidade de se fazer bela,
Mas a vaidade de me fazer feliz.
Todos o dias minha flor
Desperta com o mesmo perfume
Mas todos o dias me pergunta
Se seu perfume não está mais doce,
Ela se esforça para me agradar
Todos os dias mais e mais,
Digo que está, embora seja,
O mesmo perfume maravilhoso de sempre
Que me inebria, que me dá vida.
Pelo brilho de felicidade
Que vejo em seu olhar
Compensa essa generosa mentirinha.
Também minha flor, é bem mais
Que petálas frágeis e perfumadas,
É um sonho de como gostaria
De acordar todas as manhãs.
É o sonho de acordar
Com o perfume de uma mulher.

José João

Que fazer ?

É tarde, a cidade se escondeu
Dentro da noite e me deixaram só.
Apenas os meus sonhos
Me fazem companhia acalentados
Pelo silêncio que canta triste
Um canção que apenas eu
Posso ouvir por estar desperto
Dentro da minha solidão.
Os momentos lentamente
Se transformam em horas.
Que mais lentamente ainda,
Se transformam em saudade,
Uma saudade triste que molha
Meu rosto através das lágrimas
Como se estas fosssem
A melhor expressão da dor.
Nem posso gritar, se grito
Desperto a noite lá fora,
Aí então meu sillêncio
Vai embora, não acalentará
Mais meus sonhos e ficarei só.
É melhor calar e esperar
Que a cidade se descubra da noite
E que minha solidão adormeça.
Ou será que entre os homens
Ela seja maior e me faça
Sentir saudade da solidão
Silenciosa da noite
Que talvez\ doa menos ?

Um lugar apenas



Inútil essa procura desesperada.
Andei por caminhos jamais percorridos,
Entrei em corações vazios,
Acordei sentimentos adormecidos,
Flutuei no espaço, acordei estrelas,
Estive em jardins tão belos
Que nem os sonhos poderiam contar.
Ah! Quantos beijos roubei,
De lábios que quase pétalas
Me faziam sonhar?!!
Andei por muitos lugares
E jamais me senti perdido,
Mas agora, depois de tanto
O cansaço foi chegando
E minha esperança pouco a pouco
Morrendo dentro de mim,
Já não tinha certeza de encontrar.
Por vezes quando a solidão
Era mais forte e o eco do meu silêncio
Partia lentamente entre meus soluços
Achava que era eu o próprio espaço
Que tão tenazmente procurava.
Assim não me permiti mais seguir,
Não tinha mais onde ir,
Já havia encontrado tantos lugares
Onde pudesse me esconder de todos
E viver sozinho.
Mas nunca encontrei nenhum,
Em todo o universo, que pudesse
Me esconder de mim mesmo,
E da dor que sinto.

José João


sábado, 9 de julho de 2011

Um dia de tristeza



Estou tão triste, tão só e em tão silêncio,
Que meu próprio silêncio tenta me deixar desperto,
Me fazer companhia e conversar comigo.
Minha angustia chega quase em desepero,
Sou apenas o fantasma de mim mesmo,
Que perambula numa casa vazia.
Todos dormem tranquilos só eu carrego
Minhas tensões, meu medo perverso e cruel.
Estou tão triste, tão só e em tão silêncio
Que ouço nas minhas veias o sangue correr
Como se fosse uma fonte de tristezas.
Choro. Minhas lágrimas molham meus pés,
Me deixam o olhar turvo como se a nevoa da solidão
Não quizesse me permitir ver meu próprio sofrimento.
Choro em meu silêncio e sinto medo de mim mesmo,
Medo de explodir em farpas que possam atingir
A mim e a todos, e isto me diz que talvez
Nunca mais eu seja o mesmo.
Tenho medo que o tempo, por mais amigos que seja,
Não apague jamais o que sinto agora,
Medo, raiva, ódio, sentimentos há muito
Em mim sepultados que revivem agora intensos
Como se a letargia em que viviam
Apenas os tenham deixado mais fortes, mais ferozes,
Mais vivos e muito mais violentos.
Grito a dor desesperada de um homem só
Que venceu um  passado que o encheu de cicatrizes,
No corpo e na alma. Um passado sepultado
Dentro dele mesmo, do homem que já sabia onde ir.
Do homem que conquistou seu novo espaço,
Retomou e dirigia seus pensamentos
Na direção de um horizonte que já não era utopia.
Ódio, sinto ódio de ver renasscer de raízes mortas
Uma dor maior, mais atraoz que faz de mim um animal.
Choro, choro a dor da raiva por terem querido
Levantar das cinzas um passado que tão cuidadosamente
Enterrei sob toneladas de soluços.
Por ser tão maldito esse passado, após passado tanto tempo
Ele me causa essa dor de agora. Maldito seja.

José João