sábado, 19 de março de 2011

Verdade mentirosa

Á! Seja em mim uma breve passageira
Que em mim já habita uma terna companheira
Não ti preciso, em mim serias apenas vaidade
Que eu viva meus sonhos, eu e minha saudade

Jamais agora, e em momento algum me serás útil
Para chorar, tantos belos motivos tem meu pranto
A quem me entrego, a quem plenos poderes dou
De chegar sem que eu pessa, de mostrar o que eu sou

Bons amigos os tenho por tanta e fiel companhia
A saudade, por exemplo, não me deixa um só dia
E meu pranto, que beleza! Aos meus olhos extasia
A tristeza, quando chega, sempre me traz fantasia

Como vês, em que ti posso nessa vida precisar?
Não ti chamei, seja breve, tenho sonhos para sonhar
E se em teu pensar me achas a vida tão desditosa
Lamento, senhora verdade, chama-la de mentirosa

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