sábado, 19 de março de 2011

O vazio de mim




Que silêncio que me envolve e sufoca
Num vazio que tão denso me alucina
Quase mortas ficam as horas em agônia
Passando lentas sem precisar marcar o dia


E que dia, em mim, haveria de passar?
Se no tempo me perdi sem caminhos pra voltar
Até a noite, em meus olhos, claros dias se tornaram
E assim, não me permitem nem ao menos um sonhar


No vazio do silêncio onde gritar é não ouvir
A própria voz ao passar em pensamentos
Como se o vácuo até o pensar me roubasse...
Me deixando eterno o mais triste dos momentos


E a solidão que matreira, mansamente se apróxima
Sorrateira, ardilosa, sem ter pressa de chegar
Ao saber-me preso sem nenhum sonho pra sonhar
E tão vazio que nem lágrimas tenho mais para chorar.


José João

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