sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sombra perdida



São cantos perdidos num pálido pensamento
Que voa perdido sem saber onde vai,
São mãos que tremem nas poucas palavras
Que tenta escrever, e a angustia
De um silêncio que mais que calado
Se faz de sutíl por ânsia ou prazer.
O tempo pára como sombra perdida
De uma luz que se perde e não sabe brilhar.
As palavras que devem ser ditas?
Talvez se confundam e nem possam dizer,
Mas se ditas elas foram, haverão mais perguntas
Como se o acaso não quizesse entender.
As sombras, furtivas, procuram caminhos,
Cortam estradas já tão percorridas,
Já tão conhecidas por passos marcados
Que juntos faziam um só passear.
As palavras? Perdidas num eco
Que louco corria procurando voltar,
Mas as sombras furtivas lhe fazia apagar.
São momentos perdidos que por mais que se queira
Insistem em ficar. O silêncio mata outra vez
As doces palavras que alguém, bem distante
Queria falar, calado se põe,
Se nega até mesmo ousar pensar
Num vazio distante, um olhar mais vazio
Se põe a vagar procurando ver
O que não pode escutar.


José João

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