quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Meu grito





Por quanto ainda haverei de gritar
Para meus clamores serem ouvidos?
Se pouco forem os meus gritos
Ouçam, da alma, os tantos gemidos


Se porventura de pouco se fizerem
E outros gritos me forem permitidos
Haverei de grita-los bem mais forte ainda
Pois o farei com todos os meus sentidos


E se ainda assim, minha voz não for ouvida
Meu grito se fará em tantos prantos
Que mensurar impossível até seria
Por não serem apenas muitos, serem tantos


E se um dia, minha reticente voz cansada
Apenas sussurrar, por tão pesado ser o tempo
E tanto peso minhas mãos também cansar
Gritarei com os olhos na tristeza de um olhar


Também não chorarei esse destino
De pranto e luta que em mim se faz ficar
Mesmo por que o pranto nem sempre é chorar
Em mim foi apenas uma meneira de gritar


Que um dia ninguém me faça que eu ouça
Seus gritos, como tantos já gritei
Pois essa dor, eu a conheço, e tão bem
Que não gostaria de vê-la sentida por ninguém.


José João

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